A maioria das pessoas infectadas com o novo coronavírus (COVID-19) consegue alcançar a cura e se recuperar totalmente, já que o sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus do organismo. No entanto, o tempo que pode passar desde que a pessoa apresenta os primeiros sintomas, até que é considerada curada pode variar de caso para caso, podendo ir desde os 5 dias até várias semanas.
Depois que a pessoa é considerada curada, é importante que os cuidados sejam mantidos, como uso de máscaras, distanciamento social e higienização e desinfecção das mãos, isso porque apesar de haver uma proteção inicial, é possível ser infectado pelo SARS-CoV-2 mais de uma vez, além de também haver a probabilidade de transmissão do vírus mesmo que não existam sinais ou sintomas de infecção.
1. Quando a pessoa é considerada curada?
Pessoas que tiveram uma infecção leve a moderada por COVID-19, ou seja, que fizeram o tratamento em casa e que não precisaram receber oxigênio no hospital, são consideradas "curadas" ao fim de 7 dias, desde que:
- Não apresentem febre há 24 horas, sem que tenham sido utilizados remédios para a febre;
- Não apresentem sintomas respiratórios, como tosse, espirros ou coriza.
Caso esses sintomas estejam presentes, a pessoa não é considerada "curada" e deve manter o isolamento, pelo menos, até ao 10º dia. Se ao fim de 10 dias ainda existirem sintomas respiratórios ou febre, deve-se manter o isolamento até que os sintomas desapareçam. Veja com maior detalhe quanto tempo deve durar o isolamento.
Embora o tempo de isolamento para casos leves a moderados de COVID seja de 7 dias, esse período pode ser encurtado se, ao fim de 5 dias a pessoa:
- Não apresentem febre há 24 horas, sem que tenham sido utilizados remédios para a febre;
- Não apresentar sintomas respiratórios, como tosse, espirros ou coriza;
- Tiver resultado negativo num teste rápido de antígeno.
Caso o teste dê um resultado positivo, o isolamento deve ser mantido até 10 dias, sendo que a pessoa só é considerada curada após o 10º dia.
Já pessoas que apresentaram sintomas graves de COVID-19, como falta de ar ou dor no peito, e que precisaram ficar em internamento no hospital devem seguir as orientações do médico.
2. A pessoa "curada" pode transmitir a doença?
É considerado que a pessoa curada da COVID-19 apresenta um risco muito baixo de transmitir o vírus para outras pessoas, já que a maior taxa de transmissão parece acontecer no início da infecção. Assim, e embora a pessoa curada possa apresentar alguma carga viral durante várias semanas, o CDC considera que a quantidade de vírus liberada é extremamente baixa, não existindo risco de contágio.
Além disso, a pessoa também deixa de apresentar tosse e espirros constantes, que são a principal forma de transmissão do novo coronavírus.
Apesar disso, é importante que sejam mantidos os cuidados básicos de prevenção da COVID-19, como lavar as mãos frequentemente, usar máscara de proteção e evitar locais públicos fechados.
3. Ter alta é o mesmo que estar "curado"?
Ter alta do hospital nem sempre significa que a pessoa está curada. Isso porque, em muitos casos, a pessoa pode ter alta quando apresenta melhora dos sintomas e já não precisa ficar em observação contínua no hospital.
Nessas situações, a pessoa deve continuar em isolamento num quarto em casa, até que os sintomas desapareçam e seja considerada curada por uma das formas indicadas anteriormente.
4. É possível pegar COVID-19 mais de uma vez?
Após a infecção pelo SARS-CoV-2, o corpo desenvolve anticorpos, do tipo IgG e IgM, que parecem garantir proteção contra uma nova infecção. Além disso, de acordo com o CDC após a infecção a pessoa é capaz de desenvolver imunidade por cerca de 90 dias, diminuindo o risco de reinfecção.
No entanto, após esse período, é possível que a pessoa desenvolva infecção pelo SARS-CoV-2, por isso é importante que mesmo após o desaparecimento dos sintomas e confirmação da cura através de exames, a pessoa mantenha todas as medidas que ajudem a prevenir nova infecção, como uso de máscaras, distanciamento social e lavagem das mãos.
Além disso, devido à existência de variantes da COVID-19, é possível que a pessoal seja infectada por diferentes tipos de SARS-CoV-2, podendo desenvolver a doença.
5. É possível transmitir a doença mesmo sem sintomas?
Sim, isso porque o vírus pode permanecer na mucosa nasofaríngea se multiplicando sem causar qualquer sinal ou sintoma de infecção. Em alguns casos, a pessoa pode não chegar a apresentar qualquer sinal ou sintoma, enquanto que outras podem apresentar sintomas cerca de 5 dias após o início da replicação viral.
Durante esse período de replicação, o vírus pode ser transmitido para outras pessoas quando a pessoa assintomática infectada fala, por exemplo. Por isso, é importante usar máscaras de proteção, lavar bem as mãos com água e sabão regularmente e usar álcool em gel.
6. Existem sequelas da infecção a longo prazo?
No caso das infecções mais graves de COVID-19, em que a pessoa desenvolve uma pneumonia, é possível que surjam sequelas permanentes, como a diminuição da capacidade pulmonar, o que pode causar falta de ar em atividades simples, como andar rápido ou subir escadas. Ainda assim, este tipo de sequela está relacionada às cicatrizes pulmonares deixadas pela pneumonia e não pela infecção do coronavírus.
Outras sequelas também poderão surgir em pessoas que ficam internadas na UTI, mas, nesses casos, variam de acordo com a idade e a presença de outras doenças crônicas, como problemas cardíacos ou diabetes, por exemplo.
De acordo com alguns relatórios, existem pacientes curados da COVID-19 que parecem apresentar cansaço excessivo, dor muscular e dificuldade para dormir, mesmo depois de terem eliminado o coronavírus de seu organismo, ao qual se tem atribuído a designação de síndrome pós-COVID. Veja mais sobre as possíveis sequelas da COVID-19.