O que é:
A demência com corpos de Lewy, é uma doença degenerativa do cérebro, que compromete regiões responsáveis por funções como a memória, o pensamento e o movimento, e é causada pelo acúmulo de proteínas, conhecidas como corpos de Lewy, no tecido cerebral.
Esta doença surge com o avançar da idade, sendo mais comum acima dos 60 anos, e provoca sintomas como alucinações, perda de memória progressiva e dificuldade para concentrar, assim como tremores e rigidez muscular, sendo considerada o segundo tipo de demência degenerativa mais comum, logo após o Alzheimer.
Apesar de não haver cura para a demência por corpos de Lewy, é possível realizar o tratamento e controlar os sintomas, com o uso de remédios orientados pelo médico, como Quetiapina ou Donepezila, por exemplo, que aliviam alguns sintomas, além do investimento em fisioterapia e terapia ocupacional. Desta forma, a pessoa pode viver por muitos anos com o máximo de independência e qualidade de vida.
Principais sintomas
A demência por corpos de Lewy apresenta sintomas que surgem aos poucos, e pioram lentamente. Os principais são:
- Perda das capacidades mentais, chamadas de funções cognitivas, como memória, concentração, atenção, comunicação e linguagem;
- Confusão mental e desorientação, que oscilam entre momentos de confusão extrema e momentos mais calmos;
- Tremores e rigidez muscular, conhecidos como parkinsonismo, pois imitam os movimentos do Parkinson;
- Alucinações visuais, em que a pessoa vê coisas inexistentes, como animais ou crianças, por exemplo;
- Dificuldade em avaliar distâncias, chamada de alterações visoespaciais, o que pode levar a quedas frequentes;
- Alterações na fase REM do sono, que pode se manifestar com movimentos, fala ou gritos durante o sono.
Geralmente, as alterações das capacidades mentais surgem primeiro, e à medida que a doença progride, surgem as alterações do movimento, e os quadros de confusão mental ficam mais graves. Também é comum que haja sintomas de alterações do humor, como depressão e apatia.
Devido aos sintomas semelhantes, esta doença pode ser confundida com Alzheimer ou Parkinson. Ainda não existe uma causa conhecida para a Demência de Corpos de Lewy, por isso, qualquer pessoa pode desenvolver esta doença, embora pareça ser mais comum em homens acima dos 60 anos.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da demência com corpos de Lewy é feito por um neurologista, geriatra ou psiquiatra, após uma avaliação completa dos sintomas, histórico familiar e realização do exame físico.
Embora alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada ou ressonância magnética, possam ajudar a identificar degeneração de algumas partes do cérebro, não conseguem identificar os corpos de Lewy, que só podem ser observados após a morte. É igualmente importante utilizar escalas de avaliação para avaliar a flutuação das capacidades cognitivas.
Desta forma, o médico irá diferenciar esta doença de outras com sintomas semelhantes, como Alzheimer e Parkinson, e indicar o tratamento mais indicado.
Marque uma consulta com o neurologista mais próximo para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento:
Possíveis causas
Foi observado que existem depósitos anormais da proteína alfa-sinucleína, também chamada de corpo de Lewy, no núcleo dos neurônios, o que leva ao desenvolvimento dos sinais e sintomas característicos da doença.
No entanto, os corpos de Lewy também podem ser encontrados em outras doenças, como Alzheimer ou síndrome de Down e, por isso, o conjunto de sintomas mentais que provocam recebe o nome de demência como corpos de Lewy.
Como é feito o tratamento
Uma vez que não existe cura para a demência com corpos de Lewy, o tratamento deve ser orientado por um neurologista, geriatra ou psiquiatra para aliviar os sintomas de cada pessoa e melhorar a qualidade de vida da pessoa portadora.
Assim os principais tipos de tratamento incluem:
- Remédios antipsicóticos, como Quetiapina ou Olanzapina: permitem reduzir a frequência das alucinações, porém, podem provocar vários efeitos secundários ou piorar o estado geral da pessoa e, por isso, quando utilizados, devem ser constantemente avaliados por um médico;
- Remédios para a memória, como Donepezila ou Rivastigmina: aumentam a produção de neurotransmissores no cérebro, podendo melhorar a concentração, a memória e reduzindo o surgimento de alucinações e outros problemas de comportamento;
- Remédios para melhorar a motricidade, como Carbidopa e Levodopa, muito utilizados no Parkinson: diminuem sintomas motores como os tremores, rigidez muscular ou lentidão de movimentos. No entanto, podem piorar as alucinações e a confusão, podendo, por isso, ser associados a remédios para a memória;
- Remédios antidepressivos, como Sertralina ou Citalopam: utilizados para melhorar sintomas depressivos, além de ajudar a controlar o comportamento e regular o sono;
- Fisioterapia: ajuda a manter a força e a flexibilidade dos músculos, além de melhorar a capacidade cardiovascular com vários tipos de exercícios;
- Terapia ocupacional: é muito importante para ajudar a manter a independência, ensinando a pessoa a fazer as tarefas diárias com as suas novas limitações.
Além disso, para ajudar a combater os sintomas de tristeza, ansiedade ou agitação frequentes, o cuidador pode utilizar outras terapias de medicina alternativa como aromaterapia, musicoterapia ou massagens, por exemplo.
Também é recomendado realizar exercícios para manter o cérebro ativo, evitar fumar e adotar uma dieta saudável e equilibrada, dando preferência para frutas e vegetais.