Ferro alto no sangue: sintomas, causas e tratamento

O ferro alto no sangue pode ser causado por fatores genéticos hereditários, chamado hemocromatose, mas também pode estar relacionado ao excesso de transfusões sanguíneas ou de uso de suplementos vitamínicos, por exemplo.

Foto doutora realizando uma consulta
Encontre um Hematologista perto de você! Parceria com Buscar Médico

Geralmente, os sintomas de ferro alto no sangue são cansaço, perda de peso sem causa aparente, fraqueza, queda de cabelo e alteração no ciclo menstrual, por exemplo, que surgem devido ao ferro se depositar nos órgãos, como fígado, coração ou glândulas, alterando sua função.

O tratamento do ferro alto no sangue é feito pelo hematologista ou clínico geral que pode indicar o uso de medicamentos, alteração na dieta ou flebotomia, por exemplo, de forma a reduzir os níveis de ferro no sangue e evitar complicações, como cirrose ou insuficiência cardíaca.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de ferro alto no sangue

Os principais sintomas de ferro alto no sangue são:

  • Cansaço intenso ou fraqueza;
  • Dor muscular ou nas articulações;
  • Ritmo cardíaco irregular;
  • Dor abdominal ou aumento do fígado;
  • Unha fina e côncava, em formato de colher;
  • Perda de peso sem motivo aparente.
  • Aumento da pigmentação da pele ou pele bronzeada.

Esses sintomas variam de acordo com o órgão afetado, sendo que quando o ferro se deposita nas gônadas, também pode ocorrer diminuição da libido, além de atrofia testicular ou impotência em homens ou alterações do ciclo menstrual ou ausência de menstruação em mulheres.

Além disso, o ferro alto no sangue também pode resultar na falência de alguns órgãos, como fígado, pâncreas, coração e tireoide, assim como favorecer o surgimento do câncer de fígado. Saiba identificar os sintomas de câncer no fígado.

No caso de surgimento de sintomas de ferro alto no sangue, deve-se consultar o hematologista ou clínico geral para fazer exames, diagnosticar o ferro alto e iniciar o tratamento mais adequado.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do ferro alto no sangue é feito pelo hematologista ou clínico geral através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e histórico familiar de hemocromatose, além de exames de sangue.

Marque uma consulta com um hematologista na região mais próxima:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Esses exames de sangue, além de informarem a quantidade de ferro circulante, também avaliam a saturação de transferrina e a quantidade de ferritina, que é uma proteína responsável pelo estoque de ferro no organismo. Saiba mais sobre o exame da ferritina.

Outros exames que podem ser solicitados pelo médico são raio X ou ressonância magnética para avaliar danos nos órgãos, ecocardiograma para verificar se o coração foi afetado, enzimas hepáticas ou biópsia do fígado, por exemplo.

O médico também pode pedir testes genéticos para avaliar mutações nos genes C282Y e H63D, e assim, confirmar a hemocromatose. 

Como saber se o ferro no sangue está alto

O ferro alto no sangue é avaliado pelo hematologista ou clínico geral através dos exames de sangue, principalmente de ferritina e transferrina.

Geralmente, exames de saturação de transferrina maior que 40% em mulheres ou maior que 50% em homens e ferritina maior que 200 mcg/L em mulheres ou 300 mcg/L em homens, podem ser indicativos de ferro alto no sangue.

Com esses exames iniciais, o médico deve solicitar outros exames para confirmar o diagnóstico do ferro alto no sangue.

Possíveis causas

As principais causas de ferro alto no sangue são:

  • Transfusões de sangue frequentes ou repetidas;
  • Uso excessivo de suplementos de ferro;
  • Anemia falciforme ou anemia sideroblástica;
  • Talassemia;
  • Alcoolismo.

Além disso, o ferro alto no sangue pode surgir devido a uma doença genética hereditária, chamada hemocromatose, causada por mutações genéticas, levando ao um aumento do ferro no sangue, que pode se depositar nos órgãos, resultando nos sintomas. Entenda melhor o que é hemocromatose.

Como é feito o tratamento

O tratamento do ferro alto no sangue deve ser feito com orientação do hematologista ou clínico geral e varia de acordo com sua causa, sendo que os principais objetivos são diminuir a quantidade de ferro no sangue e evitar que se deposite nos órgãos, causando complicações.

Os principais tratamentos para o ferro alto no sangue são:

1. Flebotomia terapêutica

A flebotomia, também chamada de sangria terapêutica, consiste em retirar entre 450 e 500 mL de sangue da pessoa, ajudando a reduzir também a quantidade de ferro no organismo.

Esse tratamento geralmente é feito de 1 a 2 vezes por semana, até que os níveis de ferritina estejam normalizados, e repetido a cada 2 ou 3 meses.

A flebotomia terapêutica é um procedimento simples, feito como se fosse uma doação de sangue, e a quantidade de líquidos retirada é reposta na forma de soro fisiológico. Saiba como é feita a flebotomia.

2. Alterações na dieta

Para ajudar no controle do ferro alto no sangue, deve-se evitar o consumo de alimentos ricos em ferro, como fígado, moela, carnes vermelhas, frutos do mar, feijão e vegetais verde escuros, como a couve e o espinafre. Saiba quais são os alimentos ricos em ferro que devem ser evitados.

Além disso, deve-se consumir alimentos que diminuem a absorção de ferro no organismo, como leite e derivados e chá preto. Uma boa estratégia é consumir um iogurte como sobremesa do almoço e do jantar, por exemplo.

3. Usar suplemento quelante de ferro

Os quelantes são medicamentos que ligam ao ferro no organismo e impedem que esse nutriente se acumule e prejudique outros órgãos, como fígado, pâncreas e coração.

Alguns exemplos de quelante do ferro que podem ser indicados pelo médico são o mesilato de deferoxamina, deferasirox ou deferiprona, por exemplo. 

Os quelantes de ferro podem ser tomados na forma de comprimidos ou serem aplicados através de uma agulha subcutânea durante cerca de 7 horas, liberando a medicação sob a pele enquanto a pessoa dorme.

Possíveis complicações

O ferro alto no sangue pode se depositar bos órgãos, como coração, fígado, pâncreas, gônadas ou tireoide, por exemplo, e causar complicações como:

  • Aumento de gordura no fígado;
  • Cirrose hepática;
  • Insuficiência cardíaca congestiva, cardiomiopatia ou arritmias cardíacas;
  • Diabetes mellitus;
  • Hipogonadismo ou hipotireoidismo;
  • Osteoporose.

Além disso, o ferro alto no sangue também pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer no fígado, ou de infecções por bactérias, como Yersinia enterocolitica, Listeria monocytogenes e Vibrio vulnificus.

Por isso, caso haja o aparecimento de sintomas de excesso de ferro ou caso a pessoa tenha passo por períodos de anemia ou transfusão sanguínea, é importante consultar o hematologista ou clínico geral para que os níveis de ferro sejam avaliados e, assim, possam ser prevenidas complicações.