Bypass gástrico: o que é, como é feito, vantagens e desvantagens

Atualizado em dezembro 2023

​O bypass gástrico, também conhecido por bypass em Y de Roux, é um tipo de cirurgia bariátrica que reduz o tamanho do estômago e altera o local de ligação com o intestino. Essas alterações levam a pessoa a comer menos, além de diminuir a quantidade de calorias absorvidas pelo intestino, causando uma perda de até 80% do peso inicial.

Esse tipo de cirurgia é indicada para pessoas com IMC acima de 35 kg/m², especialmente quando a pessoa tem sérios problemas de saúde devido ao excesso de peso, quando a dieta e os exercícios não funcionaram, ou quando outras técnicas de emagrecimento, como colocação de banda gástrica ou balão gástrico, não tiveram os resultados desejados.

A cirurgia de bypass gástrico é um dos tipos de cirurgia bariátrica mais comumente realizados pelo gastroenterologista e pode ser feita no SUS de forma gratuita. Confira outros tipos de cirurgia bariátrica

Assista ao vídeo seguinte e confira mais sobre o bypass gástrico:

youtube image - Cirurgia Bariátrica: melhor solução para emagrecer?

Quando fazer o bypass

A cirurgia de bypass gástrico é é indicada para o tratamento da obesidade quando:

  • IMC é igual a 40 kg/m² ou superior;
  • IMC entre 35 kg/m² a 40 kg/m², com doenças associadas como diabetes, pressão alta ou apneia do sono, por exemplo. Saiba como calcular o IMC;
  • Outras formas de emagrecimento não tiveram resultado como colocação de banda gástrica ou balão gástrico.

Além disso, o bypass gástrico pode ser indicado para essas pessoas quando a dieta e os exercícios não foram suficientes para reduzir o peso e melhorar as condições de saúde.

Se está na dúvida se o bypass pode ser uma solução para você, consulte um cirurgião bariátrico para esclarecer todas suas dúvidas:

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Como é feita a cirurgia

O bypass gástrico em Y de Roux é uma cirurgia complexa que é realizada pelo gastroenterologista, com anestesia geral e que demora, em média, 2 horas.

Essa cirurgia pode ser feita da forma convencional em que o cirurgião faz um corte grande no abdômen ou por videolaparoscopia, em que são feitos 4 a 6 cortes pequenos no abdômen, que permitem a passagem de uma microcâmera, que permite o cirurgião visualizar o interior do abdômen, e dos instrumentos cirúrgicos, que são comandados pelo médico. 

Durante o bypass gástrico, o cirurgião segue alguns passos  que incluem:

  1. Cortar o estômago e o intestino: é feito um corte no estômago junto ao esôfago que o divide em duas partes, uma porção muito pequena, em forma de bolsa e, uma porção grande, que perde grande parte da sua função, deixando de armazenar alimentos. Além disso, também é feito um corte na primeira parte do intestino, chamado jejuno;
  2. Unir uma porção do intestino ao estômago menor: cria-se uma passagem em forma de tubo que leva os alimentos do estômago menor para o intestino; 
  3. Unir o intestino que ficou ligado à parte grande do estômago ao tubo criado anteriormente: esta ligação permite que os alimentos, que vêm do estômago menor, se misturem com as enzimas digestivas, ocorrendo a digestão.

Geralmente, a videolaparoscopia é a técnica mais usada para o bypass gástrico pois permite uma recuperação mais rápida e diminui o risco de infecções. Confira todas as vantagens da videolaparoscopia.

Como é a recuperação

Os primeiros 2 ou 3 dias de recuperação são feitos em internação no hospital, com acompanhamento do cirurgião, do anestesista e do enfermeiro. Neste período, é administrado soro na veia para hidratar e dar energia ao corpo para se recuperar, remédios analgésicos, caso a pessoa sinta dor, e os curativos na barriga que protegem as cicatrizes contra infecções serão trocados pelo enfermeiro sempre que houver necessidade.

Nos dois primeiros dias após a cirurgia, não é permitida alimentação, e após esse período já é possível começar uma dieta líquida, incluindo água e chás, conforme orientação do médico. Essa alimentação evolui gradualmente para alimentos mais pastosos ou sólidos à medida que a pessoa vai se recuperando e o corpo se ajustando aos novos padrões alimentares, o que pode levar cerca de três meses após a cirurgia. Saiba mais sobre a alimentação após o bypass gástrico.

Cuidados em casa

Após a alta hospitalar, alguns cuidados que devem ser seguidos em casa para ajudar na recuperação são:

  • Tomar os remédios nos horários certos conforme indicado pelo médico;
  • Trocar o curativo no posto de saúde uma semana após a cirurgia;
  • Seguir a dieta indicada pelo nutricionista, que vai-se alterando ao longo das semanas;
  • Beber líquidos para hidratar o corpo, nas quantidades recomendadas pelo médico, esperando cerca de 30 minutos após uma refeição para beber líquidos e evitar beber 30 minutos antes de uma refeição;
  • Comer e beber em pequenas porções e devagar para evitar náuseas, vômitos, diarreia ou tontura;
  • Evitar bebidas alcoólicas ou que contenham cafeína, como café, chá preto ou chá verde;
  • Tomar os suplementos indicados pelo médico, como ferro, cálcio ou vitamina B12;
  • Tomar medicamentos inibidores da produção de ácido, como omeprazol, antes das refeições para proteger o estômago, segundo indicação médica;
  • Levantar e fazer pequenas caminhadas de hora em hora para evitar a formação de coágulos nas pernas. No entanto, deve-se evitar caminhadas longas e carregar pesos;
  • Evitar dirigir nas 6 primeiras semanas após a cirurgia e ter cuidado para não colocar o cinto de segurança sobre a cicatriz;
  • Evitar esforços nas primeiras 6 semanas após a cirurgia.

A recuperação do bypass gástrico é lenta e pode demorar entre 6 meses a 1 ano, sendo a perda de peso maior nos primeiros 3 meses.

Os resultados desta cirurgia vão surgindo com o passar das semanas, no entanto, pode ser necessário fazer uma cirurgia estética, como abdominoplastia, entre 1 a 2 anos após para remover o excesso de pele.

Vantagens e desvantagens do bypass gástrico

A cirurgia de bypass gástrico possui vantagens e desvantagens, como:

Vantagens do bypass gástrico Desvantagens do bypass gástrico
  1. Perda de peso rápida, geralmente cerca de 80% do peso inicial, devido às restrições alimentares e menor absorção de calorias;
  2. Perda de peso inicial mais rápida e constante;
  3. Melhora da diabetes;
  4. Melhora da pressão alta;
  5. Redução do colesterol e triglicerídeos, o que diminui o riscos de doenças cardiovasculares;
  6. Diminuição o risco de doenças venosas tromboembólicas;
  7. Melhora da apneia obstrutiva do sono ou problemas para dormir;
  8. Alívio do refluxo gastroesofágico;
  9. Melhora da dor nas costas e/ou articulações relacionadas ao excesso de peso;
  10. Melhora de problemas respiratórios, como crises de asma;
  11. Melhora da qualidade de vida;
  12. Embora seja difícil, pode ser revertida.
  1. Falha na perda de peso inicial;
  2. Cirurgia complexa, com mudança permanente na anatomia gastrointestinal; 
  3. Maior risco de complicações gastrointestinais, nutricionais e psicológicas;
  4. Maior tempo de recuperação;
  5. Podem ocorrer deficiências nutricionais devido a redução da absorção de vitaminas e minerais pelo intestino;
  6. Recuperação do peso;
  7. Restrição da alimentação para o resto da vida.

É importante conversar com o médico antes da cirurgia e esclarecer todas as dúvidas sobre suas vantagens e desvantagens, assim como outras opções terapêuticas e métodos cirúrgicos para o tratamento da obesidade. Veja os principais tratamentos para a obesidade.

Possíveis riscos

Os principais riscos do bypass gástrico são infecção no local da cicatriz, obstrução temporária do intestino, sangramento ou infecção na cavidade abdominal. 

Além disso, outras complicações podem podem ocorrer principalmente se a pessoa não seguir a dieta corretamente, se comer muito ou pouco, ou alimentos que não devem ser ingeridos, e incluem:  

  • Síndrome de Dumping com sintomas como náuseas, cólicas intestinais, desmaios e diarreia. Saiba mais sobre a síndrome de Dumping e como aliviar os sintomas;  
  • Desidratação por não ingerir a quantidade de líquidos recomendadas pelo médico;
  • Prisão de ventre devido a falta de atividade física e baixa ingestão de fibras ou líquidos; 
  • Anemia crônica, principalmente pela má absorção de vitamina B12 pelo estômago.

É importante fazer o acompanhamento médico após a cirurgia de bypass, realizando os exames solicitados pelo médico para avaliar a saúde e evitar o risco de complicações.

Bypass ou sleeve: qual a diferença?

Tanto o bypass gástrico como o sleeve são cirurgias bariátricas para perda de peso. No entanto, no bypass gástrico o tamanho do estômago é reduzido e é feita uma ligação direta do estômago com o intestino delgado, para reduzir a quantidade de alimento ingerida e sua absorção.

Já o sleeve gástrico, é uma técnica cirúrgica em que o médico remove uma grande parte do estômago permitindo que a pessoa coma menos e emagreça, mas não faz nenhuma alteração no intestino, não diminuindo a absorção dos alimentos. Saiba mais sobre o sleeve gástrico e suas vantagens.

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