Diarreia: 10 principais causas e o que fazer

Atualizado em dezembro 2022

A diarreia pode ser causada pelo estresse, ansiedade, intoxicação alimentar, má absorção de alimentos, doenças inflamatórias intestinais ou até mesmo por uso de alguns medicamentos, já que essas situações podem interferir na capacidade do intestino em absorver ou eliminar líquidos normalmente, resultando no aumento do número de evacuações por dia, com fezes que podem ser pastosas, mas que geralmente são mais líquidas.

Normalmente, a diarreia não é uma condição grave, mas deve ser avaliada por um gastroenterologista se durar mais de 2 a 3 dias, pois a perda excessiva de água pelas fezes pode causar desidratação com sintomas como cansaço excessivo, diminuição da produção de urina, tontura ou confusão mental.

Por isso, independente da causa, é muito importante sempre beber muitos líquidos para acelerar a recuperação e evitar complicações. Saiba o que beber e comer nas crises de diarreia.

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Principais causas

As principais causas de diarreia são:

1. Intoxicação alimentar

A intoxicação alimentar é uma das causas mais frequentes de diarreia e acontece após o consumo de alimentos ou água contaminados por vírus ou bactérias, gerando uma situação de diarreia infecciosa aguda, que pode conter sangue ou muco, além de ser acompanhada de outros sintomas como febre, cólica intestinal, náuseas ou vômitos.

Geralmente, a intoxicação alimentar ocorre por não se cozinhar bem os alimentos, principalmente carnes, tocar a comida com as mãos sujas, ou comer alimentos fora do prazo de validade, por exemplo.

O que fazer: deve-se manter o corpo hidratado, tomando bastante água ou soro caseiro, fazer repouso e comer pequenas refeições com alimentos mais leves como torradas, banana ou arroz. No entanto, se a diarreia não melhorar após 2 ou 3 dias, se surgirem sintomas de desidratação, como confusão mental ou palpitação, ou se se pertencer a um grupo de risco como crianças ou idosos, deve-se procurar ajuda médica para iniciar o tratamento mais adequado, que pode ser feito com soro ou uso de antibióticos.

Assista o vídeo com a nutricionista Tatiana Zanin para saber sobre como deve ser a alimentação para aliviar a diarreia:

youtube image - O que comer para a diarreia

2. Consumo de alimentos que irritam o intestino

Alguns alimentos, como frutas muito ácidas, frituras, queijo, sorvete, cebola, alho ou alimentos que contém cafeína como café, chocolate ou chá verde, por exemplo, podem causar irritação no intestino, principalmente quando consumidos em excesso, ou quando a pessoa tem algum problema intestinal, causando diarreia, cólica ou excesso de gases.

O que fazer: deve-se evitar ou reduzir o consumo dos alimentos que causam irritação no intestino, além de aumentar o consumo de água para hidratar o corpo e incluir na dieta alimentos mais leves, de fácil digestão como pera, goiaba ou maçã, ou purês de batata ou abóbora, por exemplo.

3. Ingestão de alimentos laxantes

Alguns tipos de alimentos, especialmente as verduras, as frutas e as sementes, são muitos ricos em fibras e, por isso, possuem propriedades laxantes que estimulam o funcionamento do intestino, fazendo com que as fezes fiquem mais moles. Confira uma lista mais completa dos principais alimentos laxantes.

Assim, pessoas que consumiram recentemente uma quantidade elevada deste tipo de alimentos também podem apresentar diarreia durante 1 ou 2 dias.

O que fazer: deve-se evitar o consumo excessivo destes alimentos, especialmente quando já existe diarreia. Além disso, é importante aumentar a ingestão de água e fazer refeições leves e de fácil digestão.

4. Estresse e ansiedade

O estresse e a ansiedade são situações que provocam ativação de sinalizadores químicos no cérebro e a liberação de hormônios, como adrenalina e cortisol, que levam a pessoa a um estado de alerta constante, alterações na digestão dos alimentos e aumento das contrações dos músculos do intestino. Por isso passar por uma situação de intenso estresse ou ansiedade pode causar diarreia, dor abdominal ou náuseas.

O que fazer: deve-se adotar medidas para aliviar o estresse ou a ansiedade como relaxar num lugar calmo ou beber um chá calmante, como camomila, passiflora ou valeriana. Além disso, para evitar uma nova crise, é aconselhado, fazer atividades prazerosas regularmente, como caminhar ou praticar algum hobby, ou buscar ajuda profissional do médico e/ou psicoterapeuta. Confira outras formas de aliviar o estresse e a ansiedade.  

5. Vermes intestinais

Os vermes intestinais, como ascaris, tênia ou oxiúros, por exemplo, são parasitas que se alojam no intestino causando alteração na digestão e absorção dos alimentos. Isso pode provocar sintomas gastrointestinais como diarreia constante, dor abdominal, sangue nas fezes, náusea, perda do apetite ou náusea.

Esses vermes geralmente são transmitidos pela ingestão de água, verduras, frutas, legumes, peixe ou carnes crus ou mal cozidos que estejam contaminados com os ovos do verme ou por manusear alimentos sem lavar bem as mãos. 

O que fazer: em caso de suspeita de infecção por vermes intestinais deve-se consultar um clínico geral, pediatra ou gastroenterologista, para iniciar o tratamento com remédios antiparasitários, como albendazol ou mebendazol, por exemplo. Além disso, é importante adotar medidas de higiene, como lavar as mãos antes de comer e fazer a higienização de verduras, legumes e frutas, além de cozinhar bem as carnes e peixes, para evitar ingerir ovos de vermes ter uma nova infecção. Veja outras medidas de higiene para evitar vermes intestinais.  

6. Intolerância alimentar

A intolerância alimentar é uma dificuldade de digestão de certos alimentos como leite, pão, macarrão, ou aditivos alimentares, como corantes ou conservantes, por exemplo, causando uma crise de diarreia que pode iniciar algumas horas após a ingestão do alimento e que pode ser acompanhada de formação excessiva de gases intestinais, náuseas ou cólicas abdominais.

Apesar dos sintomas serem semelhantes, a intolerância alimentar é diferente da alergia alimentar, porque na alergia há também uma reação do sistema imunológico, o que pode causar sintomas mais graves que se iniciam imediatamente após a ingestão do alimento como dificuldade para respirar, dor no peito, sensação de garganta fechada ou inchaço no rosto. Saiba identificar os sintomas de intolerância e de alergia alimentar.  

O que fazer: geralmente a diarreia causada por intolerância alimentar melhora em 24 horas, no entanto, deve-se manter o corpo bem hidratado tomando pequenos goles de água ou soro caseiro regularmente. Além disso, é importante tentar identificar o alimento que causou a intolerância e consultar um gastroenterologista ou nutricionista para confirmar o diagnóstico, e fazer uma dieta de forma individualizada.  Outra recomendação importante é ler o rótulo dos alimentos antes de consumir para evitar episódios de diarreia.

7. Doenças inflamatórias intestinais

Algumas doenças intestinais como colite ulcerativa, doença de Crohn ou doença celíaca podem provocar uma inflamação no intestino, originando diarreia crônica que pode durar mais de 4 semanas e que, geralmente, é acompanhada de sintomas como febre, dor abdominal ou fezes com sangue ou muco. Muitas vezes, as doenças inflamatórias do intestino também causam períodos de prisão de ventre que intercalam com os períodos de diarreia. Saiba identificar uma doença inflamatória intestinal.

O que fazer: deve-se consultar o gastroenterologista para que seja feito o diagnóstico da doença e iniciado o tratamento mais adequado, que pode ser feito com uso de remédios anti-inflamatórios, corticoides, antibióticos, antidepressivos ou antidiarreicos. Além disso, é importante fazer acompanhamento com nutricionista que deve indicar uma alimentação individualizada para cada tipo de doença intestinal.

8. Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável é uma condição em que ocorrem alterações dos movimentos do intestino causadas por intolerância a certos alimentos, como frutas cítricas, café, feijão ou até mesmo por bebidas gasosas, por exemplo, ou por ansiedade e estresse, levando a crises de diarreia, que pode ser acompanhada de outros sintomas como cólica abdominal, excesso de gases, diarreia ou períodos de prisão de ventre intercalados com diarreia.

O que fazer: deve-se evitar consumir os alimentos que parecem causar as crises de diarreia, além de identificar situações que causam estresse e ansiedade, e fazer atividades relaxantes ou tomar um chá calmante como o chá de camomila ou chá de valeriana, por exemplo. Além disso, deve-se consultar o gastroenterologista se a diarreia não melhorar e fazer acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra para tratar a ansiedade ou o estresse, se necessário.

Veja, no vídeo a seguir, como fazer uma dieta para tratar a síndrome do intestino irritável:

youtube image - 7 DICAS PARA ACALMAR O SEU INTESTINO IRRITÁVEL

9. Uso de remédios

Alguns remédios como antibióticos, anti-inflamatórios, anti-hipertensivos, antidiabéticos, antidepressivos ou antiácidos, assim como os medicamentos usados no tratamento com quimioterapia, podem alterar os movimentos do intestino ou provocar mudanças na flora intestinal, levando ao surgimento da diarreia como efeito colateral. 

O que fazer: deve-se comunicar o efeito colateral ao médico que receitou o remédio, para que seja reavaliado o tratamento e a possibilidade de diminuir a dose do remédio ou trocá-lo por outro, ou para que seja feito tratamento com antidiarreicos, por exemplo. 

Não se deve interromper o uso dos remédios sem o conhecimento do médico. No caso do uso de antibióticos, pode-se utilizar probióticos para regular a flora intestinal. Além disso, deve-se evitar o uso excessivo de laxantes.

10. Cirurgia gastrointestinal

Algumas cirurgias que envolvem o sistema gastrointestinal como cirurgia bariátrica, retirada da vesícula biliar ou retirada de parte do intestino, podem alterar o movimento ou a absorção de água e gorduras, causando diarreia, que é uma condição normal que pode ocorrer principalmente no primeiro mês da cirurgia, e ser acompanhada de excesso de gases ou náuseas, por exemplo.

O que fazer: deve-se manter o corpo hidratado, bebendo água ou outros líquidos recomendados pelo médico e fazer consultas regulares com o médico que indicou a cirurgia, além de dieta indicada pelo nutricionista de forma individualizada de acordo com o tipo de cirurgia realizada. 

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