Cisto Anecóico: o que é, principais tipos e quando se preocupar

Atualizado em novembro 2023

O cisto anecóico é um tipo de cisto cujo conteúdo é pouco denso, e que por isso aparece preto no ultrassom. É geralmente formado por líquido ou, no caso de cistos no pulmão, por gás. Os cistos podem surgir em qualquer local do corpo e muitas vezes não causam sintomas, acabando por ser descobertos apenas durante exames de rotina.

Quando se analisam cistos, é importante perceber se são cistos simples ou complexos. Um cisto simples além de ser formado apenas por líquido, tem a parede que o forma bem definida, e é considerado benigno. Ao contrário do simples, o cisto complexo tem suas paredes irregulares, e é formado por outras paredes dentro do próprio cisto, criando espaços separados. Além disso, o cisto complexo pode ainda conter outros tipos de material sólido ou uma mistura de materiais sólidos e líquidos. Estes cistos são mais preocupantes e por isso, o problema do cisto simples ou anecóico é quando se torna mais complexo.

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Tipos de cistos anecóicos

Existem muitos tipos de cistos, como por exemplo do ovário, mama, rim, fígado ou tireoide. Assim, no ultrassom do abdômen e pelve podem ser observados cistos nos rins e fígado, no ultrassom ginecológico pode-se ver cistos nos ovários e no ultrassom da mama também se podem ver cistos, assim como no ultrassom da tireoide.

Em todos, é sempre importante a avaliação médica, que poderá identificar a presença de sintomas, acompanhar se existe ou não crescimento do cisto ou se estão presentes outras características que podem levantar suspeitas mais graves.

1. Cisto anecóico no ovário

Os cistos no ovário na maioria das vezes não indicam qualquer problema, pois são necessários para desenvolver os óvulos ao longo do ciclo menstrual, e são cistos simples e anecóicos, só com uma parede fina por fora e conteúdo líquido.

Quando crescem, normalmente é devido a alterações hormonais ao longo da menstruação da mulher, durante a gravidez ou devido ao uso de medicamentos hormonais, como a pílula. O cisto no ovário isoladamente não significa uma gravidez, mas uma gravidez poderá causar cistos pelas alterações hormonais. Geralmente, estes cistos são benignos e desaparecem espontaneamente em alguns meses, sendo apenas recomendado fazer acompanhamento com o médico.

Porém, se os cistos não desaparecerem, a cirurgia para retirada do cisto é uma opção e costuma ser indicada quando o cisto cresce muito, provocando sintomas como dor pélvica, alterações menstruais ou dificuldade para engravidar, casos em que, por vezes, existe a chamada síndrome do ovário policístico e que têm de ser tratados. Confira mais sobre como identificar e tratar o cisto no ovário.

2. Cisto anecóico na mama

Os cistos anecóicos na mama são comuns, e acontecem devido ao acúmulo de líquido na glândula mamária provavelmente por alterações hormonais durante o ciclo, sendo normalmente benignos. Por esse motivo, surgem frequentemente em mulheres em idade reprodutiva, isto é, dos 15 aos 50 anos, podendo também ocorrer depois da menopausa, nas mulheres que fazem terapia hormonal.

Como a maioria dos cistos mamários são simples e por isso, benignos, podem ser apenas acompanhados pelo médico, não necessitando de qualquer tratamento. Mas quando crescem muito, provocando dor ou desconforto, podem ter que ser drenados para aliviar os sintomas.

Por vezes, os cistos da mama podem tornar-se mais complexos e com isso, ter maior risco de ser câncer. Nestes casos, devem ser puncionados pelo médico para uma melhor avaliação do seu conteúdo, com o objetivo de entender qual o diagnóstico e agir de acordo. O ideal é que a pessoa conheça bem os nódulos da sua mama, fazendo o auto-exame da mama por rotina e no caso de sentir que estão mais duros, menos elásticos, menos móveis, que cresceram, ou que apresentam outros sintomas, consultar o ginecologista ou mastologista. Entenda quando o cisto na mama pode se tornar câncer.

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3. Cisto anecóico no rim

Os cistos nos rins na maioria das vezes são simples, anecóicos, com paredes finas e lisas e com conteúdo líquido, sendo por isso benignos. Estes cistos são comuns, não apresentam sintomas e, normalmente, não geram qualquer preocupação, não precisando de tratamento específico e sendo indicado apenas o acompanhamento pelo médico.

Por vezes, estes cistos podem ficar infectados, sangrar ou aumentar muito de tamanho e, aí, causar sintomas como dor nas costas entre as costelas e na pelve ou no abdômen, assim como febre ou sangue na urina. Nesses casos é necessário tratamento e deve-se recorrer rapidamente ao médico para ser feito o tratamento e assim evitar perda de função dos rins.

Outras vezes, os cistos podem estar associados a transtornos mais graves como a doença renal policística com perda de função dos rins ou até câncer. Este tipo de cistos não é igual ao dos simples, sendo mais complexos, com paredes mais espessas e irregulares e conteúdo mais espesso também, devendo ser avaliados por um médico, para fazer mais exames e diagnosticar melhor. Saiba mais sobre como identificar um cisto no rim e quais os sinais preocupantes.

4. Cisto anecóico no fígado

Os cistos no fígado que são simples e anecóicos, são benignos e costumam ser achados acidentalmente em um exame de rotina, como um ultrassom abdominal. Podem ser congênitos, já nascendo com a pessoa, ou ser adquiridos ao longo da vida devido a uma pancada, inflamação ou infecção por tênias, por exemplo.

Normalmente, este tipo de cisto não provoca sintomas e também regride sozinho, sendo que o médico geralmente recomenda apenas acompanhar seu desenvolvimento. Se crescerem muito, podem causar sintomas como dor abdominal ou sensação de peso no abdômen e ser necessário tratamento. Quando se torna complexo, a pessoa deverá ser avaliada por um médico para avaliar o risco de câncer.

Entenda quando o cisto no fígado é perigoso.

5. Cisto anecóico na tireoide

Os cistos na tireoide, na maioria das vezes, não são graves nem causam sintomas, tanto que a pessoa pode nem se aperceber que os tem e, por isso, só são descobertos acidentalmente em exames de rotina. Assim, é comum que apenas seja aconselhado vigiar o cisto e avaliar se cresce ou muda suas características.

Porém, também existem cistos da tireoide que crescem muito, a ponto de se tornarem visíveis e palpáveis ou de dificultar engolir ou até respirar. Em alguns casos não só crescem como também podem produzir mais hormônios que o normal, provocando sintomas de hipertireoidismo como perda de peso, aumento da transpiração, tremor, nervosismo ou aumento dos batimentos cardíacos. Nestes casos, é necessária avaliação do médico e tratamento, o qual depende do tipo de cisto.

O câncer da tireoide aparece só numa pequena porcentagem dos casos, principalmente quando existe histórico de câncer da tireoide ou qualquer outro câncer endócrino na família ou quando houve grande exposição a radiação no passado. Um cisto grande e duro que causa dor ou desconforto, é sempre mais preocupante que um cisto pequeno, móvel e que apenas contém líquido e por isso é aconselhado consultar um endocrinologista, para uma avaliação adequada. Saiba como identificar e tratar os cistos e outros tipos de nódulos da tireóide.

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Outros tipos de cisto anecóicos

Os cistos simples anecóicos podem aparecer em qualquer parte do corpo e em todos os tecidos, desde o cérebro, ao osso e à pele. Na maioria dos casos, enquanto são pequenos, raramente provocam algum sintoma e, normalmente, desaparecem sozinhos, sendo que o médico apenas acompanha o caso, sem fazer nenhum tratamento específico.

Porém, quando o cisto anecóico cresce e empurra outras estruturas do corpo, ou quando sofre complicações, podem levar ao surgimento de sintomas e, aí, precisam ser avaliados e tratados.

Quando o cisto pode ser grave

Na maioria das vezes o cisto anecóico não traz problemas, sendo que o mais comum é que se mantenha igual ou diminua de tamanho ao longo do tempo, podendo desaparecer sozinho. Noutras, pode crescer ou tornar-se num cisto complexo.

É importante o acompanhamento médico para avaliar se o cisto está crescendo muito ou se mudou suas características tornando-se num cisto complexo, o que torna a situação mais séria. Porém, não existe uma regra para saber se o cisto vai, ou não, se tornar complicado pois suas características variam devido a diversos fatores como sua causa, tamanho, localização e velocidade de crescimento.

Desta forma, é sempre necessário conversar com o médico, que poderá fazer a avaliação não só do resultado do ultrassom, mas também observar os sintomas, o exame físico e os riscos da pessoa, para, então, indicar o melhor tratamento, seja este apenas o acompanhamento ou a realização de uma cirurgia, por exemplo.