6 doenças transmitidas pelas moscas e o que fazer

Atualizado em janeiro 2024

As moscas podem transmitir doenças porque estão em contato constante com materiais em decomposição, como fezes ou sujeira, transportando bactérias e parasitas capazes de causar algumas doenças, como infecção intestinal, miíase, loíase, doença do sono e virose da mosca, por exemplo.

Algumas doenças transmitidas por moscas não são tão comuns no Brasil, pois são encontradas mais facilmente em países Africanos, no entanto a infecção intestinal, por exemplo, pode ser causada por moscas domésticas e, por isso, é importante evitar o consumo de alimentos que possam ter entrado em contato com as moscas, já que elas podem carregar alguns microrganismos em seu corpo.

Na presença de sinais e sintomas indicativos de doença causada por moscas, é importante que o médico seja consultado para que possa ser feita a avaliação e iniciado o tratamento mais adequado.

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Principais doenças

As principais doenças transmitidas pelas moscas são:

1. Miíase

A miíase é uma doença em que há infestação de larvas de moscas nas pele, podendo acontecer em qualquer parte do corpo, como pé, ouvido, boca e nariz, por exemplo, resultando no aparecimento de feridas abertas com pus e mau cheiro. Essas feridas surgem porque as larvas das moscas alimentam-se de tecidos vivos ou mortos.

Dependendo da espécie da mosca responsável pela miíase, a larva pode permanecer mais superficialmente na pele, ou penetrar, resultando em infecções mais graves e que devem ser tratadas imediatamente para prevenir complicações. Conheça mais sobre a miíase humana.

O que fazer: É fundamental que o médico seja consultado assim que surgirem os primeiros sinais de miíase para que o tratamento mais adequado seja iniciado. Na maioria dos casos, é realizada a catação das larvas, o que pode causar dor e desconforto, além do uso de medicamentos antimicrobianos com o objetivo de prevenir infecções secundárias.

Nos casos mais graves, em que a larva conseguiu penetrar a pele, pode ser indicada a realização de cirurgia para retirar a larva e, em alguns casos, realizar em seguida uma cirurgia para reconstituição do tecido.

2. Doença do sono

A doença do sono, também chamada de tripanossomíase africana humana, é uma doença causada pela picada da mosca Tsé-tsé infectada pelo parasita Trypanosoma brucei gambiense ou Trypanosoma brucei rhodesiense, resultando no desenvolvimento de sintomas algumas semanas após a picada da mosca, como manchas vermelhas na pele que depois podem se transformar em feridas, dor de cabeça, febre, aparecimento de ínguas e sono excessivo.

O sono excessivo é normalmente indicativo de casos mais graves de tripanossomíase, isso porque os sintomas das fases mais iniciais da doença são comuns a outras doenças, o que dificulta o diagnóstico e início do tratamento. Dessa forma, como o parasita não é eliminado, há maior chance do sistema nervoso ser afetado, resultando em alterações do sono, confusão mental e alteração no comportamento. Confira outros sintomas da doença do sono.

O que fazer: Na suspeita da doença do sono, é importante que o médico seja consultado para que sejam feitos exames que confirmem a infecção pelo Trypanosoma brucei. Após o diagnóstico, o médico pode indicar o uso de alguns remédios para controlar os sintomas e favorecer a eliminação do parasita. É fundamental que a pessoa seja monitorada regularmente, sendo importante que sejam feitos exames para verificar a eficácia do tratamento e garantir que a doença não volte a acontecer.

3. Loíase

A loíase, popularmente conhecida como bicho ou verme de olho, é uma doença infecciosa causada pela larva Loa loa, que é depositada na pele pela mosca da manga, muito encontrada na África. Assim, após a deposição, as larvas passam a se alimentar do tecido e se dirigem para o local principal de infecção, que corresponde aos olhos, causando sintomas como dor, irritação e vermelhidão dos olhos, podendo também ser visualizada no globo ocular.

O que fazer: É importante que o oftalmologista seja consultado para que seja possível iniciar o melhora tratamento, que normalmente envolve o uso de medicamentos anti-inflamatórios, antiparasitários e/ou corticoides. Nos casos mais graves, em que é possível notar a presença da larva no olho, pode ser indicada a realização de um pequeno procedimento cirúrgico para a sua remoção. Veja mais detalhes do tratamento para loíase.

4. Virose da mosca

A virose da mosca, como é popularmente conhecida a doença diarreica aguda, é uma situação mais frequente durante os períodos de chuva de verão, em que as moscas e outros insetos conseguem se proliferar e entrar em contato com vírus, que podem ser passados para os alimentos. Conheça mais sobre a virose da mosca.

Assim, quando uma pessoa consome alimentos que tiveram contato com os insetos contaminados, podem desenvolver alguns sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, cólica abdominal e dor no corpo, por exemplo.

O que fazer: Os sintomas da virose da mosca normalmente melhoram em até 2 dias, não sendo necessário realizar tratamento específico. Nesse caso, é importante ficar em repouso, beber bastante líquidos e ter uma alimentação leve e de fácil digestão, pois assim é possível favorecer a recuperação do corpo.

5. Oncocercose

A oncocercose, também conhecida popularmente como cegueira noturna, é causada pela picada da mosca preta infectada pelo parasita Onchocerca volvulus, podendo essa mosca ser frequentemente encontrada perto dos rios. A principal complicação da oncocercose é a cegueira, que acontece quando as microfilárias desse parasita chegam aos olhos, afetando a córnea e causando hemorragia local, queratite e atrofia da íris. Saiba mais sobre os sintomas de oncocercose.

O que fazer: É recomendado que o médico seja consultado para que seja feita uma avaliação dos sintomas e da capacidade visual e, assim, ser indicado o tratamento, que normalmente é feito com o antiparasitário Ivermectina. No entanto, esse medicamento não tem ação sobre as larvas adultas e, por isso, pode ser necessária a realização de cirurgia para retirar as larvas adultas do parasita.

6. Infecção intestinal

As moscas possuem predileção por alimentos em decomposição e, por isso, podem entrar em contato com diversos microrganismos, incluindo bactérias e parasitas responsáveis por gastroenterites, por exemplo.

Assim, quando a mosca entra em contato com esses agentes infecciosos, pode transportar para um alimento "limpo", de forma que quando é consumido pode causar infecção nas pessoas, dependendo da quantidade de microrganismos ali presentes.

O que fazer: Para evitar esse tipo de infecção é importante evitar que as moscas entrem em contato com os alimentos, além de não ser indicado comer o alimento que tenha entrado em contato com a mosca. Caso tenha havido o consumo de alimentos potencialmente contaminados pela mosca infectada e seja notado o aparecimento de sintomas de infecção intestinal, é importante permanecer em repouso, ter uma dieta saudável e de fácil digestão e beber bastante líquidos ao longo do dia.

Cuidados para evitar as moscas

Alguns cuidados simples para evitar as moscas e, consequentemente, as doenças que transmitem são:

  • Não deixar acumular o lixo mais de 2 dias dentro de casa;
  • Lavar o fundo do recipiente onde é colocado o lixo com água sanitária ou cloro 1 vez por semana;
  • Utilizar um prato ou outro utensílio para tapar a comida, evitando deixá-la exposta;
  • Evitar comer comida que esteve em contato direto com moscas;
  • Colocar redes contra moscas e mosquitos nas janelas;
  • Usar uma rede mosquiteira para dormir, especialmente no caso dos bebês;
  • Usar roupas compridas em locais em que há grande quantidade de moscas.

No entanto, caso as moscas consigam se desenvolver dentro de casa mesmo seguindo estas dicas, existem formas de as eliminar, como usar inseticidas, armadilhas ou vaporizadores.