Dor no intestino: o que pode ser (e o que fazer)

Atualizado em outubro 2023

A dor no intestino normalmente é causada pelo acúmulo de gases intestinais, mas também pode ser um sinal de prisão de ventre, infecções, intolerância a alimentos, inflamações ou, em alguns casos, tumores.

Além da dor intestinal, é importante ficar atento ao surgimento de outros sintomas que podem ajudar a identificar a causa, como por exemplo, enjoo, vômitos, sangue nas fezes, barriga inchada, alterações do trânsito intestinal ou febre.

Em qualquer caso, sempre que a dor dura mais de 1 dia para passar, é muito intensa ou acompanhada de outros sintomas, é aconselhado consultar um gastroenterologista, para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado.

Imagem ilustrativa número 3

O que pode ser dor no intestino

As principais causas da dor no intestino são:

1. Excesso de gases intestinais

O excesso de gases intestinais é a causa mais frequente para o aparecimento de dor intestinal. A produção excessiva de gases pode acontecer por situações de estresse, consumo exagerado de alimentos ricos em fibras ou pela presença de alterações ou doenças intestinais, como prisão de ventre ou síndrome do intestino irritável.

A dor causada pelo excesso de gases é geralmente na forma de agulhada do lado esquerdo da barriga e, pode, muitas vezes ser confundida com uma dor cardíaca. No entanto, tende a melhorar após a liberação dos gases e não piora em poucos minutos.

O que fazer: fazer uma massagem abdominal da direita para a esquerda ou tomar chá de hortelã são duas formas naturais de estimular a eliminação dos gases intestinais. Porém, se a dor não melhorar após a liberação dos gases ou se não for possível eliminar gases, é recomendado consultar um gastroenterologista. Confira 5 formas de eliminar gases presos rapidamente.

2. Prisão de ventre

Também conhecida como constipação ou obstipação, a prisão de ventre surge quando há menos de 3 evacuações por semana, provocando fezes ressecadas, endurecidas e que apresentam mais dificuldade em serem eliminadas, além de sensação de esvaziamento incompleto do intestino, inchaço e desconforto abdominal.

A prisão de ventre é muito comum, e costuma ser mais frequente em pessoas que não têm um hábito de utilizar rotineiramente o banheiro, segurando a vontade de defecar, além de alimentação pobre em fibras e água, uso de certos remédios, como antidepressivos, anti-inflamatórios, corticoides ou psicotrópicos, e doenças, como diabetes, hipotireoidismo, Parkinson ou outras doenças neurológicas, por exemplo.

O que fazer: além de mudanças nos hábitos alimentares, aumentando a quantidade de fibras e água na dieta, é recomendado procurar o atendimento médico para orientar a necessidade de uso de laxantes, ou o tratamento para a causa que provocou este sintoma.

Além disso, é importante praticar atividade física com frequência e defecar sempre que tiver vontade. Saiba mais sobre o que fazer para combater a prisão de ventre.

3. Diarreia

Surge quando há 4 ou mais evacuações por dia, com alteração na consistência e no conteúdo das fezes, sendo que a causa mais comum é a gastroenterite, provocada por infecções virais ou bacterianas, que provoca dor abdominal devido ao aumento do peristaltismo e contrações no intestino, além de náuseas, vômitos e, em alguns casos, febre.

Outras causas de diarreia e dor abdominal também incluem vermes intestinais, doenças que provocam alterações na absorção do alimentos, como na doença celíaca, intolerância a alimentos, uso de remédios ou intestino irritável, por exemplo. Saiba mais sobre as causas da diarréia.

O que fazer: o tratamento da diarreia depende da causa, e é orientada pelo médico, podendo incluir uso de antibióticos para tratar infecções, antiespasmódicos para diminuir as cólicas, hidratação e cuidados com a alimentação.

4. Síndrome do intestino irritável

Também conhecida como síndrome do cólon irritável, é uma desordem funcional do intestino provoca quadros de dor abdominal que melhoram após a defecação, além de mudanças na frequência, consistência e aparência das fezes, alternando entre períodos de diarreia e prisão de ventre. Apesar de não se compreender exatamente a causa desta síndrome, sabe-se que é piorada em períodos de estresse e ansiedade.

O que fazer: em caso de suspeita de síndrome do intestino irritável, é necessário procurar atendimento do médico gastroenterologista, que poderá fazer a avaliação clínica e solicitar exames que podem excluir outras causas e confirmar a doença.

É recomendado também fazer mudanças na dieta, evitando os alimentos que possam provocar gases e diarreia e aumentando o consumo de fibras, por exemplo. Alguns medicamentos, como probióticos e antidepressivos, que acalmam tanto a dor quanto outros sintomas, também ajudam a tratar os problemas emocionais relacionados com a síndrome, como depressão, ansiedade e alterações do sono. Conheça outras opções de tratamento para a síndrome do intestino irritável.

5. Intolerância alimentar

A intolerância a certos alimentos, incluindo as mais comuns como lactose, glúten, levedura, álcool ou frutose, por exemplo, são importantes causas de sintomas como dor na barriga, diarreia, desconforto e inchaço abdominal.

Geralmente, a intolerância é provocadas pela falta da enzima responsável pela digestão do alimentos, os sintomas costumam surgir ou piorar sempre após comer os alimentos responsáveis.

O que fazer: se existe suspeita de intolerância alimentar, é indicado o acompanhamento com o gastroenterologista em conjunto com o nutricionista. Geralmente, é indicado evitar o alimento, entretanto, em alguns casos é possível fazer a reposição da enzima em falta.

6. Doença inflamatória intestinal

A doença inflamatória intestinal é caracterizada pela doença de Crohn ou a retocolite ulcerativa, e, apesar de não se conhecer as causas exatas para estas doenças, sabe-se que estão relacionadas a questões auto-imunes e genéticas.

Na doença inflamatória intestinal, a inflamação afeta a parede intestinal, podendo também ocorrer em qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até o ânus, provocando sintomas como dor abdominal, dor no reto, diarreia, perda de apetite, perda de peso, fraqueza, náuseas, vômitos, sangramentos, febre e anemia.

O que fazer: é necessário acompanhamento com o gastroenterologista, que poderá indicar medicamentos que ajudam a diminuir a inflamação, como Sulfassalazina. Em alguns casos também pode ser necessária a realização de cirurgias.

7. Obstrução intestinal

A obstrução do intestino é uma emergência médica, e pode ocorrer devido a situações como o vôlvulo, que é a torção do intestino, uma hérnia estrangulada ou tumores no intestino, por exemplo.

Uma obstrução pode acontecer tanto no intestino delgado quanto no grosso, e provoca acúmulo de gases, fezes e líquidos, desencadeando uma intensa inflamação no intestino fortes cólicas no abdômen, distensão, perda de apetite e vômitos.

O que fazer: na presença de sinais e sintomas que indicam obstrução intestinal, é necessário ir ao pronto-socorro, onde o médico fará exames, como radiografia do abdômen, além da avaliação clínica, para confirmar ou não esta alteração.

8. Infarto intestinal

O infarto do intestino, também chamado de isquemia intestinal, surge quando há uma obstrução do fluxo de sangue para os vasos sanguíneos que irrigam estes órgãos. Provoca intensa dor abdominal, vômitos e febre, principalmente após comer, e deve ser tratado rapidamente para diminuir os riscos à saúde da pessoa afetada.

É mais comum em pessoas com mais de 60 anos e mais frequente em homens do que em mulheres. Pode afetar tanto o intestino delgado, como o cólon.

O que fazer: após detecção desta alteração o médico poderá indicar a realização de uma cirurgia para remoção de partes necrosadas do intestino ou para auxiliar na desobstrução do vaso sanguíneo.

9. Diverticulite

Diverticulite é a inflamação e infecção dos divertículos, que são pequenas pregas ou sacos que surgem nas paredes do intestino grosso, e provoca dor no abdômen, alterações no ritmo intestinal, vômitos, febre e calafrios.

O que fazer: o tratamento é feito com antibióticos, analgésicos, hidratação e alterações na dieta. Apenas em alguns casos, em que surgem complicações, a cirurgia pode ser indicada. Saiba mais sobre o que é e como tratar a diverticulite.

10. Apendicite

É uma inflamação do apêndice, que é um pequeno órgão localizado no lado direito do abdômen, que tem ligação direta com o intestino. Esta inflamação é grave e pode ser caracterizada por dor na região periumbilical, ou seja, a volta do umbigo, que aumenta e espalha para a região inferior direita do abdome em menos de 24 horas. Além da dor, pode haver náusea, vômitos e febre igual ou superior a 38ºC. A dor costuma aumentar ao caminhar ou tossir.

O que fazer: a principal forma de tratar a apendicite é com a realização de cirurgia, sendo também indicados antibióticos e hidratação.

11. Tumor intestinal

O câncer no intestino está entre as causas de dor abdominal, apesar de ser menos comum. Suspeita-se de câncer intestinal quando, além de mudanças no ritmo intestinal, há perda de peso, dor abdominal ou sangramento nas fezes, por exemplo.

O que fazer: após realização de exames que identificam o tumor, o tratamento é orientado pelo oncologista, e inclui sessões de quimioterapia, radioterapia e/ou cirurgia. Veja mais detalhes sobre o tratamento de câncer no intestino.

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