Estado vegetativo: o que é, sintomas e quando tem cura

Atualizado em setembro 2022

O estado vegetativo acontece quando uma pessoa está acordada, mas não está consciente e também não tem qualquer tipo de movimento voluntário, não conseguindo, por isso, entender ou interagir com o que se passa à sua volta. Dessa forma, embora seja comum a pessoa em estado vegetativo abrir os olhos, normalmente é apenas uma reação involuntária do corpo, não sendo controlado pela sua própria vontade.

Geralmente, este estado surge quando existe uma diminuição muito acentuada da função cerebral, que apenas é suficiente para manter movimentos involuntários, como a respiração e o batimento cardíaco. Assim, embora os estímulos externos, como os sons, continuem chegando até ao cérebro, a pessoa não os consegue interpretar e, por isso, não tem qualquer reação.

O estado vegetativo é mais comum em pessoas que sofreram extensas lesões no cérebro, como acontece em casos mais graves de pancadas na cabeça, tumor cerebral ou AVC, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas do estado vegetativo

Além da falta de consciência e incapacidade para interagir com o que está à sua volta, a pessoa em estado vegetativo pode ainda apresentar outros sinais como:

  • Abrir e fechar os olhos durante o dia;
  • Movimentos lentos dos olhos;
  • Mastigar ou engolir, sem que seja durante a refeição;
  • Produzir pequenos sons ou gemidos;
  • Contrair os músculos quando escuta um som muito alto ou se provoca dor na pele;
  • Produção de lágrimas.

Este tipo de movimentos acontece devido a reações primitivas do corpo humano, mas são muitas vezes confundidos por movimentos voluntários, especialmente por familiares da pessoa afetada, o que pode levar a que se acredite que a pessoa ganhou consciência e já não está no estado vegetativo.

Qual a diferença do coma

A principal diferença entre o coma e o estado vegetativo é que no coma a pessoa não parece estar acordada e, por isso, não existe abertura dos olhos ou movimentos involuntários como bocejar, sorrir ou produzir pequenos sons.

Entenda mais sobre o coma e o que acontece com a pessoa no coma.

Principais causas

As causas do estado vegetativo geralmente estão relacionadas com lesões ou alterações do funcionamento do cérebro, sendo as principais:

  • Pancadas fortes na cabeça;
  • Acidentes ou quedas graves;
  • Hemorragia cerebral;
  • Aneurisma ou AVC;
  • Tumor cerebral.

Além disso, doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, também podem interferir no funcionamento normal do cérebro e, por isso, embora seja mais raro, também podem estar na base do estado vegetativo.

O estado vegetativo tem cura?

Em alguns casos o estado vegetativo tem cura, especialmente quando dura menos de um mês e tem uma causa reversível, como uma intoxicação, ou dura menos de 12 meses quando acontece devido a uma pancada, por exemplo. Porém, quando o estado vegetativo é provocado por lesões no cérebro ou pela falta de oxigênio, a cura pode ser mais difícil, podendo, inclusive, não ser alcançada.

Se o estado vegetativo continuar por mais de 6 meses, normalmente é considerado um estado vegetativo persistente ou permanente e, quanto mais tempo passar, menores são as chances de cura. Além disso, após os 6 meses, mesmo que a pessoa recupere, é muito provável que fique com sequelas graves, como dificuldade para falar, caminhar ou compreender.

Como é feito o tratamento

Não existe um tratamento específico para o estado vegetativo e, por isso, o tratamento precisa sempre ser adaptado ao tipo de sintoma que cada pessoa apresenta, assim como às causas que estiveram na origem do estado vegetativo. Dessa forma, se existirem hemorragia cerebrais, é preciso estancá-las, por exemplo.

Além disso, como a pessoa em estado vegetativo não consegue realizar as atividades do dia a dia, como tomar banho ou alimentar-se, por exemplo, é recomendado que fique em internamento hospitalar para que a alimentação seja feita diretamente na veia, evitando, assim, a desnutrição, e para que seus cuidados de higiene sejam feitos diariamente.

Em alguns casos, especialmente quando existe uma elevada probabilidade da pessoa recuperar, o médico pode também aconselhar a realização de fisioterapia passiva, na qual um fisioterapeuta movimenta regularmente os braços e as pernas do paciente para impedir que os músculos se vão degradando e para manter as articulações funcionais.