Falta de ar na gravidez: é normal? (7 causas e o que fazer)

Atualizado em outubro 2023

A falta de ar na gravidez é normal, principalmente no último trimestre, pois com o crescimento do bebê, o diafragma e os pulmões são comprimidos e a capacidade de expansão da caixa torácica fica diminuída, gerando a sensação de falta de ar.

No entanto, a falta de ar também pode indicar condições mais graves como asma, anemia, embolia pulmonar ou pré-eclâmpsia, principalmente quando é intensa, ocorre de repente ou é acompanhada de sintomas como tosse, dor ou chiado no peito, palpitações ou tontura.

Nesses casos, deve-se ir ao pronto-socorro imediatamente, para que a causa da falta de ar seja diagnosticada, e iniciado o tratamento mais adequado, se necessário. 

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7 causas de falta de ar na gravidez

As principais causas de falta de ar na gravidez são:

1. Crescimento do bebê

O crescimento do bebê, especialmente no último trimestre da gravidez, entre as semanas 28 e 40 da gestação, pode causar falta de ar.

Isto porque à medida que o bebê cresce e o útero se expande, os pulmões e o diafragma, que é o músculo da respiração, podem ficar comprimidos, reduzindo a capacidade de expansão da caixa torácica para as trocas gasosas.

No entanto, é uma condição considerada normal na gravidez, desde que não tenha sintomas associados, e não afeta o bebê, pois durante toda a gestação o corpo da mulher sofre adaptações para fornecer o oxigênio para o bebê.

O que fazer: como é uma condição normal, é recomendado evitar grandes esforços e mudar de posição tentando ficar o mais reta possível para dar um pouco mais de espaço para os pulmões se expandirem, podem ajudar a melhorar esse desconforto.

2. Alterações hormonais

As alterações hormonais durante a gestação, principalmente o aumento da progesterona, podem levar a grávida a respirar mais rápido, dando a sensação de falta de ar.

Essas alterações hormonais são normais na gravidez, e começam no início da gestação e voltam aos seus níveis normais após o parto.

O que fazer: as alterações hormonais são normais na gravidez, sendo recomendado fazer o acompanhamento pré-natal para garantir a saúde da mulher e do bebê e uma gestação tranquila. Veja como deve ser feito o pré-natal.  

3. Anemia

A anemia na gravidez é causada principalmente pela deficiência de ferro, que é importante para produzir a hemoglobina e formar as hemácias, que são células que transportam oxigênio para os tecidos do corpo e para o bebê.

Assim, a grávida pode ter falta de ar, além de outros sintomas como cansaço excessivo, tontura, palidez ou palpitações cardíacas, por exemplo. Saiba identificar os sintomas de anemia na gravidez.  

Além da deficiência de ferro, a anemia na gravidez também pode ser causada por deficiência de ácido fólico ou de vitamina B12.

O que fazer: o tratamento deve ser feito de acordo com a orientação do obstetra e, normalmente, inclui o uso de suplementos de ferro e ácido fólico, além do consumo de alimentos ricos em ferro como lentilha, salsa, feijão e carnes vermelhas, por exemplo. Veja como fazer uma alimentação rica em ferro

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4. Asma

A asma na gravidez, principalmente quando não está bem controlada ou causa crises de asma, pode causar falta de ar, sensação de aperto no peito, tosse constante, chiado no peito, cansaço e dificuldade para respirar fundo.

A crise de asma na gravidez é grave, pois reduz a quantidade de sangue para a mulher e o bebê aumentando o risco de complicações, como pré-eclâmpsia, pressão alta, parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer ou problemas congênitos.

O que fazer: é importante manter a asma controlada com remédios indicados pelo obstetra. Caso ocorra uma crise de asma na gravidez, deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro, para fazer o tratamento da crise e evitar complicações para a mulher e o bebê. Veja como é feito o tratamento da crise de asma.  

5. Infecções pulmonares

As infecções pulmonares, como pneumonia ou COVID-19, podem causar falta de ar, além de outros sintomas como febre, calafrios, tosse seca ou com catarro, ou dor no peito.

A infecções pulmonares na gravidez podem ser potencialmente perigosa, uma vez que, como a mulher está com o sistema imunológico mais enfraquecido, os sintomas podem ser mais graves e causar complicações.

O que fazer: o tratamento deve ser feito com orientação do obstetra que pode indicar o uso de antibióticos no caso de infecções bacterianas, além de paracetamol para baixar a febre. 

6. Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia pode causar falta de ar repentina e outros sintomas, como dor de cabeça intensa, dor no abdômen, tontura, inchaço repentino, diminuição da quantidade de urina ou visão embaçada, por exemplo. Saiba identificar os sintomas da pré-eclâmpsia.  

A causa exata da pré-eclâmpsia não é completamente conhecida mas parece estar relacionada a problemas no desenvolvimento dos vasos sanguíneos da placenta, resultando no aumento da pressão sanguínea.  e é mais comum após a 20ª semana e em mulheres com histórico de pré-eclâmpsia, ou hipertensão antes da gravidez, por exemplo.

A pré-eclâmpsia é mais comum após a 20ª semana e pode aumentar o risco de eclâmpsia, que é uma complicação grave da gravidez, que pode colocar a vida da mulher e do bebê em risco.  

O que fazer: a grávida deve ir imediatamente ao hospital para iniciar o tratamento indicado pelo obstetra que envolve internamento hospitalar, uso de remédios antihipertensivos para baixar a pressão, anticonvulsivantes para evitar convulsões e monitoramento do bebê. 

7. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar ocorre quando um êmbolo ou coágulo, causado pela trombose venosa profunda, se desprende do vaso sanguíneo da perna e chega ao pulmão comprometendo sua irrigação. 

Com a diminuição da circulação sanguínea, este órgão fica comprometido e surgem sintomas de falta de ar repentina, dificuldade respiratória, dor no peito, aumento da frequência cardíaca, tosse com sangue. Veja todos os sintomas da embolia pulmonar.  

O que fazer: o obstetra poderá receitar anticoagulantes, como a heparina. Além disso, dependendo da gravidade da embolia pulmonar, o médico pode indicar o uso remédios trombolíticos, colocação de um filtro de veia cava inferior ou oxigenação por membrana extracorporea (ECMO), por exemplo. Veja como é feito o tratamento para embolia pulmonar.  

Confira no vídeo a seguir algumas dicas do que fazer para aliviar a falta de ar na gravidez:

Falta de ar na gravidez prejudica o bebê?

A falta de ar ligeira que a maior parte das grávidas sentem durante a gravidez não prejudica o bebê de forma nenhuma, porque o bebê recebe o oxigênio que necessita através do sangue vindo pelo cordão umbilical, não havendo interferência no seu desenvolvimento.

Porém, se a grávida sentir qualquer outro sintoma além da falta de ar, ou se a falta de ar se tornar cada vez pior, é importante ir à emergência mais próxima para uma avaliação.

Falta de ar no início da gravidez

A falta de ar no início da gravidez não é muito comum, no entanto, pode acontecer como consequência das alterações hormonais típicas desse momento.

No entanto, com o crescimento do bebê, os pulmões e o diafragma começam a ser comprimidos, de forma que a falta de ar na gravidez é mais comum a partir de 28 semanas.  

Além disso, essa sensação pode durar até às 36 semanas de gestação, que é geralmente quando o bebê encaixa na pelve, dando mais espaço para o diafragma e para os pulmões.

Quando ir ao médico

A grávida deve ir ao pronto-socorro imediatamente nas seguintes situações:

  • Falta de ar repentina ou intensa;
  • Dor no peito;
  • Palpitações cardíacas;
  • Tosse constante ou com sangue;
  • Tontura ou alterações na visão;
  • Dor de cabeça intensa ou dor no abdômen;
  • Sangramento vaginal;
  • Náuseas e vômitos;
  • Inchaço repentino ou ganho de peso rápido.

Esses sintomas devem ser avaliados pelo médico pois pode indicar problemas de saúde que necessitam de tratamento imediato, de forma a evitar complicações para a mulher e o bebê.

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