Glioblastoma multiforme: sintomas, tratamento e sobrevida

Atualizado em abril 2022

O glioblastoma multiforme é um tipo de câncer cerebral, do grupo dos gliomas, pois atinge um grupo específico de células chamadas de “células da glia”, que auxiliam na composição do cérebro e nas funções dos neurônios. É um tipo de câncer raro e, na maioria dos casos, é esporádico, sendo mais frequente em pessoas que estiveram em exposição prévia à radiação ionizante.

Este é um tipo de tumor agressivo, classificado como grau IV, pois tem uma grande capacidade de se infiltrar e crescer ao longo do tecido cerebral, e pode causar sintomas como dor de cabeça, vômitos ou convulsões, por exemplo.

O tratamento consiste na retirada total do tumor concomitantemente com realização de radioterapia e quimioterapia, entretanto, devido a sua agressividade e rapidez de crescimento, dificilmente é possível haver uma cura deste câncer, que tem, em média, uma sobrevida de 14 meses, o que não é uma regra e é variável de acordo com a gravidade, o tamanho e localização do tumor, além das condições clínicas do paciente.

Deve-se lembrar que a medicina tem avançado, cada vez mais, na busca de tratamentos tanto para aumentar a sobrevivência como para melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras deste câncer.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Apesar de raro, o glioblastoma multiforme é a causa mais comum de tumores cerebrais malignos com origem cerebral, e é mais frequente em pessoas acima dos 45 anos. Os sintomas variam de leves a intensos, dependendo da sua localização no cérebro e tamanho, e alguns dos mais comuns incluem:

  • Dor de cabeça;
  • Alterações da motricidade, como perda da força ou alteração do caminhar;
  • Alterações visuais;
  • Alterações da fala;
  • Dificuldades cognitivas, como de raciocínio ou atenção;
  • Alterações da personalidade, como apatia ou evitação social;
  • Vômitos;
  • Crises convulsivas.

À medida que a doença atinge fases mais avançadas, ou terminais, os sintomas podem se intensificar e comprometer a capacidade de realizações das atividades e cuidados diários.

Na presença de sintomas que indiquem este câncer, o médico poderá solicitar exames de imagem cerebral, como ressonância magnética, que irá visualizar o tumor, entretanto, a confirmação somente é feita após biópsia e análise de um pequeno pedaço do tecido tumoral.

Como é feito o tratamento

O tratamento do glioblastoma multiforme deve ser feito o mais precocemente possível após o diagnóstico, com o acompanhamento do oncologista e neurologista, e é feito com:

  1. Cirurgia: consiste da retirada de todo o tumor visível no exame de imagem, evitando-se deixar tecidos comprometidos, sendo a primeira etapa do tratamento;
  2. Radioterapia: que é feita com emissão de radiação como tentativa de eliminação das células tumorais restantes no cérebro;
  3. Quimioterapia: feita em conjunto com a radioterapia, melhorando a sua eficácia. O quimioterápico mais utilizado é o Temozolomida, que é capaz de atrasar a progressão da doença. Confira quais são e como lidar com os efeitos colaterais da quimioterapia.

Além disso, o uso de remédios, como corticosteróides ou anticonvulsivantes podem ser utilizados para aliviar alguns sintomas da doença.

Como se trata de um tumor muito agressivo, o tratamento é complexo, e na maioria das vezes há recidiva, o que torna difícil as chances de cura. Assim, as decisões sobre o tratamento devem ser individualizadas para cada caso, levando em consideração o quadro clínico ou a existência de tratamentos prévios, devendo-se priorizar sempre a qualidade de vida do paciente.

Também é importante lembrar que têm-se buscado desenvolver novos fármacos para melhorar a eficácia do tratamento do glioblastoma, como terapia gênica, imunoterapia e terapias moleculares, de forma a atingir melhor o tumor e facilitar a recuperação.