Hepatite E: o que é, sintomas, transmissão, tratamento e cura

Atualizado em março 2024

A hepatite E é uma inflamação no fígado causada pelo vírus da hepatite E, causando hepatite aguda ou crônica e geralmente não provoca sintomas, principalmente em crianças, no entanto, pode causar sintomas como febre baixa, perda do apetite, náuseas ou dor abdominal.

O vírus da hepatite E, também conhecido como HEV, pode entrar no organismo por meio do contato ou consumo de água e alimentos contaminados. Essa doença é autolimitada e de curta duração, e normalmente é combatida pelo próprio organismo. No entanto, em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, a hepatite E pode se tornar crônica.

O tratamento da hepatite E é feito pelo hepatologista, clínico geral ou pediatra, e não possui tratamento específico, sendo apenas recomendado ficar de repouso e beber muitos líquidos, além de tentar garantir melhor condições de saneamento e higiene, especialmente no que diz respeito ao preparo dos alimentos.

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Sintomas de hepatite E

Os principais sintomas de hepatite E são:

  • Febre baixa;
  • Cansaço excessivo;
  • Perda do apetite;
  • Dor abdominal ou nas articulações;
  • Náuseas, vômitos ou diarreia;
  • Coceira pelo corpo;
  • Pele e olhos amarelados;
  • Urina escura e fezes claras;
  • Mal estar geral.

Normalmente, a hepatite E é assintomática, principalmente em crianças, no entanto, pode causar sintomas leves durando cerca de 1 a 6 semanas. Em mulheres grávidas ou pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, os sintomas podem ser mais graves e causar complicações.

Os sintomas da hepatite E normalmente surgem entre 15 e 40 dias após o contato com o vírus, sendo muito semelhantes a outros tipos de hepatite. Confira os principais tipos de hepatite e sintomas.

Por isso é importante consultar o hepatologista ou clínico geral, ou o pediatra no caso de crianças, para que seja feito o diagnóstico, identificado o tipo de hepatite e indicado o tratamento mais adequado.

Caso apresente sintomas de hepatite E, marque uma consulta com um hepatologista na região mais próxima:

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Hepatite E na gravidez

A hepatite E na gravidez pode ser bastante grave, principalmente se a mulher tiver contato com o vírus da hepatite E no terceiro trimestre de gravidez, pois aumenta o risco de falência hepática fulminante e está associada a maior taxa de mortalidade. Além disso, pode resultar em parto prematuro. Entenda o que é a falência hepática fulminante e como é feito o tratamento.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da hepatite E é feito pelo hepatologista, clínico geral ou pediatra através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, histórico de viagens ou habitação em locais com pouca estrutura sanitária, por exemplo.

Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar uma pesquisa de anticorpos contra o vírus da hepatite E (anti-HEV) em uma amostra de sangue, podendo esses anticorpos serem detectados no organismo desde o início da infecção.

Além disso, os anticorpos anti-HEV têm podem estar mais altos cerca de 30 a 40 dias após o início da infecção e permanecer nos corpo por até 14 anos.

Outro exame que o médico pode solicitar é o RT-PCR, feito com uma amostra de sangue ou fezes, pois é capaz de detectar o vírus HEV, e assim, confirmar o diagnóstico.

O médico também deve solicitar exames para avaliar o funcionamento do fígado, como exame de bilirrubina, alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), e fazer teste para outros tipos de hepatite, uma vez que todas as hepatites têm sintomas semelhantes. Veja todos os exames que avaliam o funcionamento do fígado.

Como ocorre a transmissão

A transmissão do vírus da hepatite E acontece via fecal-oral, principalmente pelo contato ou consumo de água ou alimentos contaminados por urina ou fezes de pessoas contaminadas com o vírus.

Após sua ingestão, o vírus é absorvido pelo trato gastrintestinal e entra na circulação sanguínea, atingindo a circulação portal no fígado, onde se multiplica, causando hepatite aguda.

O vírus HEV também pode ser transmitido por meio do contato direto com pessoas infectadas, mas esse modo de transmissão é mais raro.

Além disso, também pode ser transmitido pela ingestão de carne mal cozida contaminada, transfusão sanguínea com sangue contaminado com o vírus, ou ainda ser transmitido da mãe para o bebê durante a gestação.

O vírus da hepatite E quando transmitido, tem um período de incubação de cerca de 28 a 40 dias, e os sintomas geralmente são leves, autolimitados e de curta duração, de cerca de 1 a 6 semanas.

Como é feito o tratamento

O tratamento da hepatite E deve ser feito com orientação do hepatologista, clínico geral ou pediatra, e geralmente envolve repouso, boa alimentação e hidratação, uma vez que é uma doença autolimitada, ou seja, é combatida pelo próprio sistema imunológico, ocorrendo a cura cerca de 6 semanas após a infecção inicial.

No entanto, pessoas com o sistema imunológico enfraquecido e que desenvolvem hepatite crônica ou tenham coinfecção com o vírus da hepatite C ou A, pode ser indicado o uso remédios, como a ribavirina e o peginterferon. Saiba mais sobre a ribavirina.

Além disso, caso a pessoa esteja fazendo uso de medicamentos imunossupressores, como em pessoas transplantadas, é recomendada a avaliação e acompanhamento médico até que a doença seja solucionada. Caso haja necessidade, o médico poderá optar por tratar os sintomas apresentados pela pessoa.

No caso de mulheres grávidas ou hepatite grave, pode ser recomendada o internamento hospitalar para acompanhamento da infecção.

Durante o tratamento da hepatite E, deve-se evitar consumir bebidas alcoólicas e tomar remédios que possam prejudicar o fígado, como o paracetamol, por exemplo.

A hepatite E tem cura?

A hepatite E aguda tem cura espontânea, em pessoas que têm um bom funcionamento do sistema imunológico, devido ao próprio organismo criar anticorpos para eliminar o vírus, sendo uma doença autolimitada.

No entanto, em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como em pessoas transplantadas que usam imunossupressores, a hepatite E pode tornar-se crônica, ou causar complicações como a cirrose hepática.

Como prevenir

Não existe vacina para a hepatite E, pois se trata de uma doença de prognóstico benigno, autolimitada e rara no Brasil.

Assim, a melhor forma de prevenir a infecção pelo vírus da hepatite E é por meio de medidas de higiene, como lavar as mãos depois de ir ao banheiro e antes de comer, além de só utilizar água filtrada para beber, preparar ou cozinhar os alimentos, e cozinhar bem carnes de porco e veado.

Possíveis complicações

A hepatite E é uma doença autolimitada, no entanto, em algumas pessoas pode causar complicações, como:

  • Hepatite crônica;
  • Cirrose no fígado;
  • Insuficiência hepática aguda;
  • Icterícia colestática;
  • Polirradiculopatia inflamatória;
  • Síndrome de Guillain-Barré;
  • Inflamação do cérebro;
  • Perda da coordenação motora.

Por isso, o tratamento da hepatite E deve ser orientado pelo médico, de forma a detectar fatores de risco para complicações e indicar o tratamento mais adequado.