Hidropisia fetal: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em abril 2023

A hidropisia fetal é o acúmulo de líquidos em dois ou mais tecidos ou órgãos do bebê durante a gestação, como pulmões, coração, abdômen ou pele, causando inchaço cutâneo, derrame pleural, derrame pericárdico ou ascite.

A hidropsia fetal normalmente é diagnosticada durante o exame de ultrassom pré-natal, podendo ser causada devido a uma complicação por incompatibilidade sanguínea da mãe e do bebê, mas também pode ocorrer devido a malformações no coração ou pulmões, ou ainda por causas genéticas.

Esta doença é muito grave sendo de difícil tratamento e pode levar à morte do bebê ainda no início da vida ou a um aborto espontâneo.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de hidropsia fetal

Os principais sinais e sintomas de hidropsia fetal são:

  • Excesso de líquido amniótico;
  • Placenta maior ou mais grossa do que o normal;
  • Presença de líquido na cavidade abdominal do feto, chamada ascite;
  • Inchaço na pele do feto, especialmente na cabeça, nuca, tórax e abdome;
  • Derrame pleural, que pode ocorrer em um ou nos dois pulmões;
  • Derrame pericárdico;
  • Aumento do fígado, baço e coração do bebê;
  • Batimentos cardíacos rápidos ou irregulares no bebê;
  • Diminuição dos movimentos fetais.

Esses sinais e sintomas são normalmente observados no exame de ultrassom durante a gestação.

Após o nascimento, o bebê também pode apresentar pele pálida, amarelada ou azulada, inchaço generalizado, inchaço grave na barriga, problemas respiratórios, diminuição do tônus muscular, dermatite, malformações na face, anemia, fígado aumentado ou cardiomiopatia, por exemplo.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da hidropsia fetal é feito pelo obstetra ainda durante a gestação, através do ultrassom pré-natal, normalmente entre as semanas 18 e 22 da gravidez.

Nesse ultrassom, é possível o médico observar o aumento do líquido amniótico, maior espessura da placenta, inchaço na pele da feto, e/ou acúmulo de líquido no abdômen, coração, fígado, baço ou pulmões do bebê.

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Para avaliar a gravidade e a causa da hidropsia fetal, o médico pode solicitar um exame para avaliar o sangue fetal, recolhendo uma amostra do sangue dos vasos sanguíneos do feto ou do cordão umbilical, ou fazer uma amniocentese, recolhendo uma amostra do líquido amniótico durante a gestação, para ser analisado no laboratório. Veja como é feita a amniocentese.

Possíveis causas

As principais causas da hidropsia fetal são:

  • Incompatibilidade sanguínea da mãe e do bebê;
  • Malformações congênitas dos pulmões ou coração;
  • Anemia de Fanconi;
  • Alterações genéticas, como síndrome de Edwards, síndrome de Down, síndrome de Turner ou alfatalassemia;
  • Síndrome da transfusão feto-fetal, em gestação de gêmeos monocoriônica;
  • Infecções durante a gravidez, como citomegalovírus, rubéola, herpes, sífilis, toxoplasmose e parvovírus B-19.

Além disso, a hidropsia fetal também pode se desenvolver devido a complicações na mulher durante a gestação como pré-eclâmpsia, diabetes, anemia grave, falta de proteínas no sangue e síndrome do espelho, que é um inchaço generalizado no corpo da mãe e do feto.

A hidropsia fetal também pode surgir naturalmente em uma gestação aparentemente saudável, sem que uma causa seja identificada.

Tipos de hidropsia fetal

Existem dois tipos de hidropsia fetal, que são classificadas de acordo com suas causas:

  • Hidropsia fetal imune: ocorre devido a incompatibilidade sanguínea da mãe e do feto, fazendo com que o sistema imunológico da mulher ataque os glóbulos vermelhos do bebê, destruindo essas células. Geralmente, isso ocorre quando quando a mãe tem um tipo sanguíneo negativo, e o feto em tipo sanguíneo positivo. Entenda como o tipo de sangue negativo pode afetar a gravidez;
  • Hidropsia fetal não-imune: é o tipo mais comum, sendo causada por doenças ou complicações que interferem na microcirculação e no sistema linfático do bebê, fazendo com que ocorra extravasamento de líquido dos vasos sanguíneos para as células ou diminua o retorno da linfa para os vasos linfáticos.

O tipo de hidropsia fetal pode ser identificado pelo obstetra através dos exames de diagnóstico durante a gestação, ou pelo pediatra após o nascimento.

Como é feito o tratamento

Quando a doença é descoberta durante a gestação, o obstetra pode recomendar o uso de medicamentos corticoides ou que aceleram o desenvolvimento do bebê, ou pode recomendar uma cirurgia no feto ainda no útero para corrigir problemas no coração ou nos pulmões, quando estes órgãos estão afetados.

Em alguns casos, pode ser recomendado fazer um parto antes da hora, através de cesariana.

Os bebês que sobrevivem devem ser tratados logo após o nascimento, mas o tratamento depende de como o bebê foi afetado e da gravidade da doença, o que depende da causa da hidropisia.

Nos casos de hidropisia fetal imune ou quando a causa é anemia ou infecção por parvovírus, o tratamento pode ser feito através de transfusões sanguíneas, por exemplo.

Hidropsia fetal tem cura?

Nos casos de hidropisia leve, a cura pode ser alcançada, no entanto, quando o feto é gravemente afetado pode haver um aborto espontâneo ou morte do bebê ainda no início da vida, por exemplo. Saiba quais são os principais sinais de alerta na gravidez e como evitar complicações.

Possíveis complicações

Quando o feto apresenta hidropisia fetal podem surgir complicações que variam de acordo com a parte do corpo afetada. Os casos mais graves surgem quando o líquido encontra-se presente no cérebro do bebê, o que pode levar ao mal desenvolvimento de todos os órgãos e sistemas.

No entanto, a hidropisia também pode afetar somente uma parte do corpo, como os pulmões e neste caso somente há complicações respiratórias.

Assim, as complicações não são sempre as mesmas e cada caso deve ser avaliado pelo pediatra, devendo ser realizados exames que comprovam a gravidade da doença e qual o tratamento mais indicado.