Hipertermia maligna: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em agosto 2023

A hipertermia maligna é o aumento descontrolado da temperatura corporal, geralmente causada por reações graves a anestésicos inalatórios, como halotano ou enflurano, ou relaxantes musculares, resultando em sintomas, como temperatura corporal muito alta, rigidez ou espasmos musculares.

A hipertermia maligna é causada por alterações genéticas herdadas de um dos pais, que resultam na produção de proteínas anormais nas células musculares, que apresentam uma atividade metabólica aumentada quando a pessoa utiliza anestésicos inalatórios ou o relaxante muscular succinilcolina. 

O tratamento da hipertermia maligna consiste no esfriamento do corpo e administração de medicamentos na veia, que deve ser feito imediatamente, uma vez que é uma emergência médica, pois se não tratada rapidamente, pode colocar a vida em risco.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de hipertermia maligna

Os principais sintomas de hipertermia maligna são:

  • Aumento súbito da temperatura, que pode chegar a mais de 40ºC;
  • Aumento dos batimentos cardíacos ou disritmia;
  • Rigidez ou espasmos musculares;
  • Rigidez da mandíbula;
  • Respiração acelerada e superficial;
  • Pressão baixa;
  • Suor excessivo;
  • Urina marrom ou com sangue.

Esses sintomas podem ocorrer durante a anestesia ou logo após a cirurgia, durante a fase inicial do pós-operatório. 

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da hipertermia maligna é feito pelo anestesista, no hospital, através da avaliação dos sintomas e monitorização da pessoa após aplicar anestésicos inalatórios ou succinilcolina.

Além disso, o médico pode solicitar exames laboratoriais, como exames de sangue, eletrólitos ou eletrocardiograma, para avaliar complicações da hipertermia maligna.

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Para pessoas que possuem histórico familiar de hipertermia maligna ou reação à anestesia geral feita anteriormente, antes de realizar uma cirurgia, o médico pode solicitar um teste de suscetibilidade para hipertermia maligna, chamado teste de contratura ao halotano e cafeína (TCHC), feito com uma amostra pequena amostra do tecido muscular da pessoa.

Em alguns casos, o médico também pode solicitar o teste genético, para identificar mutações no gene RYR1 ou outras variantes para hipertermia maligna.

Possíveis causas

A hipertermia maligna é causada por uma mutação genética dominante, herdada de um dois pais, que resulta no hipermetabolismo dos músculos esqueléticos quando a pessoa é exposta à anestésicos inalatórios ou relaxantes musculares.

Os principais anestésicos inalatórios ou relaxantes musculares que podem desencadear hipertermia maligna em pessoas susceptíveis são:

  • Halotano;
  • Isoflurano;
  • Sevoflurano;
  • Enflurano;
  • Desflurano;
  • Succinilcolina.

Esses medicamentos podem causar aumento da saída de cálcio de dentro das células musculares esqueléticas, provocando uma contratura muscular exagerada, causando um aumento brusco de temperatura. Saiba como funciona a anestesia e quais os riscos.

Como é feito o tratamento

O tratamento da hipertermia maligna é feito no hospital, sendo iniciado imediatamente com a interrupção da anestesia e administração na veia de dantroleno sódico, pelo período de 24 a 48 horas, até que a pessoa possa usar o medicamento por via oral, se ainda for necessário.

Além da administração do dantroleno, deve-se resfriar o corpo da pessoa com esponjas úmidas, ventiladores ou banhos de gelo e, caso estas medidas de resfriamento externo não sejam suficientes, pode-se ainda resfriar o corpo internamente através de uma lavagem gástrica com soro fisiológico gelado.

Em casos mais graves, em que não se consiga o abaixamento suficiente da temperatura, pode ser necessário realizar hemodiálise ou circulação extracorpórea com resfriamento do sangue.

Além disso, o médico deve fornecer suporte de oxigênio à pessoa, e indicar outros medicamentos para o tratamento de arritmias cardíacas e proteção dos rins.

Possíveis complicações

A hipertermia maligna pode causar complicações como:

  • Sangramento interno;
  • Edema pulmonar;
  • Degeneração do músculo esquelético;
  • Falência renal;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Coagulação intravascular disseminada;
  • Dano cerebral;
  • Parada cardíaca.

Essas complicações da hipertermia maligna são graves, podendo colocar a vida em risco. Por isso, o tratamento é iniciado rapidamente assim que a pessoa apresenta sintomas. Veja também outros tipos de hipertermia.