Imunoglobulina A (IgA): o que é, para que serve e porque está alta ou baixa

Atualizado em dezembro 2023

A imunoglobulina A, conhecida principalmente como IgA, é uma proteína encontrada em grandes quantidades nas mucosas, principalmente na mucosa respiratória e gastrointestinal, além de também poder se encontrada no leite materno, podendo ser passado para o bebê durante a amamentação e ajudar no desenvolvimento do sistema imunológico.

Essa imunoglobulina tem como principal função a defesa do organismo e, por isso, quando em concentrações mais baixas, pode favorecer o desenvolvimento de infecções, que devem ser identificadas e tratadas de acordo com a orientação do médico.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve a IgA

A IgA tem como principal função proteger o organismo contra infecções e pode ser inicialmente obtido por meio da amamentação, em que as imunoglobulinas da mãe são transmitidas para o bebê. Essa proteína pode ser classificada em dois tipos de acordo com a sua localização e características, podendo possuir funções diferentes que são importantes para a defesa do organismo:

  • IgA 1, que está presente principalmente no soro e é responsável pela proteção imunológica, isso porque é capaz de neutralizar as toxinas ou outras substâncias produzidas por microrganismos invasores;
  • IgA 2, que está presente nas mucosas e é encontrada associada a um componente secretor. Esse tipo de IgA é resistente à maioria das proteínas produzidas pelas bactérias que são responsáveis pela destruição das células do organismo e, por isso, corresponde à primeira linha de defesa contra agentes infecciosos que entram no organismo por meio das mucosas.

A imunoglobulina A pode ser encontrada em lágrimas, saliva e leite materno, além de também estar presente no sistema geniturinário, digestivo e respiratório, protegendo esses sistemas contra infecções.

Valores normais de IgA

Os valores da imunoglobulina A no sangue variam de acordo com a idade da pessoa e do laboratório em que o exame é realizado, podendo ser:

Idade

Valor de referência

Recém nascidos (a termo)

até 7,2 mg/dL

1 a 3 meses

até 50 mg/dL

4 a 6 meses

até 82,0 mg/dL

7 a 12 meses

12,0 a 86,0 mg/dL

1 a 2 anos 12,0 a 108,0 mg/dL

3 anos

20,0 a 125,0 mg/dL

4 a 6 anos 30,0 a 190,0 mg/dL

7 a 9 anos

23,0 a 230,0 mg/dL

10 a 12 anos 50,0 a 265,0 mg/dL
13 a 16 anos 70,0 a 230,0 mg/dL

Adultos (homens)

83,0 a 406,0 mg/dL

Adultos (mulheres) 70,0 a 374,0 mg/dL

Para o exame de imunoglobulina A na saliva, os valores para adultos podem variar de 2,0 a 8,0 mg/dL. 

O que pode ser IgA alta

O aumento da IgA pode acontecer quando houver alteração nas mucosas, principalmente nas mucosas gastrointestinais e respiratórias, já que essa imunoglobulina é encontrada principalmente nesse local. Assim, a quantidade de IgA pode estar aumentada em caso de infecções respiratórias ou intestinais e na cirrose hepática, por exemplo, além de também poder haver alteração em caso de infecções na pele ou dos rins.

É importante que sejam feitos outros exames, como hemograma completo, exame de proteínas totais no sangue ou exame de urina, que permitam identificar a causa da IgA alta e, assim, ser iniciado o tratamento mais adequado. Saiba como é feito o exame de proteínas totais no sangue

O que pode ser IgA baixa

A diminuição da quantidade de IgA circulante é normalmente genética e não leva ao desenvolvimento de sintomas relacionados com essa alteração, sendo considerada deficiência quando a concentração dessa imunoglobulina é inferior aos valores de referência da IgA no sangue.

No entanto, a baixa quantidade dessa imunoglobulina circulante no organismo pode favorecer o desenvolvimento de doenças, uma vez que as mucosas ficam desprotegidas. Dessa forma, além de poder estar diminuída devido a fatores genéticos, a deficiência de IgA também pode estar presente em caso de:

  • Alterações imunológicas;
  • Asma;
  • Alergias respiratórias;
  • Fibrose cística;
  • Leucemia;
  • Diarreia crônica;
  • Síndrome da má absorção;
  • Recém-nascidos com rubéola;
  • Pessoas que foram submetidas à transplante de medula óssea;
  • Crianças infectadas pelo vírus Epstein-Barr.

Normalmente, quando há diminuição da IgA, o organismo tenta compensar essa diminuição através do aumento da produção de IgM e IgG com o objetivo de combater a doença e manter o organismo protegido. É importante que além das dosagens de IgA, IgM e IgG sejam feitos exames mais específicos que permitam identificar a causa da alteração e, assim, iniciar o tratamento mais adequado. Conheça mais sobre o IgM e o IgG.