Intubação orotraqueal: o que é, para que serve e como é feita

Atualizado em julho 2022

A intubação orotraqueal, muitas vezes conhecida apenas como intubação, é um procedimento no qual o médico insere um tubo desde a boca da pessoa até à traqueia, de forma a manter uma via aberta até o pulmão e garantir a respiração adequada. Esse tubo é ainda ligado a um respirador, que substitui a função dos músculos respiratórios, empurrando o ar para os pulmões.

Dessa forma, a intubação é indicada quando o médico precisa ter total controle sobre a respiração da pessoa, o que acontece mais frequentemente durante cirurgias com anestesia geral ou para manter a respiração em pessoas internadas em estado grave.

Este procedimento só deve ser feito por um médico profissional de saúde capacitado e em local com equipamentos adequados, como hospitais, já que existe risco de causar lesões graves na via aérea.

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Para que serve

A intubação orotraqueal é feita quando é necessário controlar completamente a via aérea, o que pode ser necessário em situações como:

  • Ficar sob anestesia geral para cirurgia;
  • Tratamento intensivo em pessoas em estado grave;
  • Parada cardiorrespiratória;
  • Obstrução da via aérea, como edema da glote.

Além disso, qualquer problema de saúde que possa afetar as vias respiratórias também pode ser indicação para fazer intubação, já que é necessário garantir que os pulmões continuem recebendo oxigênio.

Existem tubos de tamanhos diferentes para fazer a intubação, sendo que o que varia é o seu diâmetro, sendo os mais comuns de 7 e 8 mm nos adultos. No caso das crianças, o tamanho do tubo para intubação é feito de acordo com a idade.

Como é feita a intubação

A intubação é feita com a pessoa deitada de barriga para cima e, geralmente, inconsciente, sendo que, no caso da cirurgia, a intubação só é feita depois do início da anestesia, já que a intubação é um procedimento extremamente desconfortável.

Para fazer a intubação corretamente são necessárias duas pessoas: uma que mantenha o pescoço seguro, garantindo o alinhamento da coluna e da via respiratória, e outra para fazer a inserção do tubo. Este cuidado é extremamente importante após acidentes ou em pessoas que têm confirmação de danos na coluna vertebral, para evitar que surjam lesões na medula espinhal.

Depois, quem está fazendo a intubação deve puxar o queixo da pessoa para trás e abrir a boca da pessoa para posicionar um laringoscópio na boca, que é um aparelho que vai até o início da via respiratória e que permite observar a glote e cordas vocais. Em seguida, é colocado o tubo da intubação através da boca e através da abertura da glote.

Por fim, o tubo é preso no local com um pequeno balão insuflável e ligado a um respirador, que substitui o trabalho dos músculos respiratórios e que permite que o ar chegue nos pulmões.

A pessoa entubada está consciente?

Pessoas intubadas são mantidas inconscientes, principalmente devido ao seu estado de saúde, mas também para tornar o processo mais confortável e evitar que o tubo seja removido, o que poderia causar graves lesões na via aérea.

No entanto, o tubo geralmente é retirado com a pessoa acordada e esse é um processo que deve ser muito bem avaliado pelo médico, pois é importante garantir vários parâmetros, como a correta oxigenação do sangue, antes de acordar a pessoa.

Quando não deve ser feita

Existem poucas contraindicações para a intubação orotraqueal, já que é um procedimento de emergência que ajuda a garantir a respiração. No entanto, este procedimento deve ser evitado em pessoas que têm algum tipo de corte na traqueia, sendo dada preferência para uma cirurgia que coloque o tubo no local.

A presença de uma lesão na coluna vertebral não é contraindicação para intubação, já que é possível estabilizar o pescoço de forma a não agravar ou provocar novas lesões na medula espinhal.

Possíveis complicações

A complicação mais grave que pode acontecer numa intubação é a colocação do tubo na localização errada, como no esôfago, enviando o ar para o estômago, em vez dos pulmões, resultando em falta de oxigenação.

Além disso, se não realizada por um profissional de saúde, a intubação pode ainda causar lesões nas vias respiratórias, sangramentos e até levar à aspiração de vômito para os pulmões.

Intubação e COVID-19

A intubação é indicada nos casos graves de COVID-19 em que há insuficiência respiratória grave, síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e em pessoas que mesmo utilizando tratamento com oxigênio por cateter nasal, continuam com oxigenação do sangue baixa, com saturação menor que 95%, e sintomas como dificuldade para respirar, frequência respiratória acima de 25-30 respirações por minuto, excesso de produção de suor e aumento dos batimentos cardíacos.

Este procedimento deve ser realizado na UTI pelo médico e por profissionais de saúde com treinamento adequado como enfermeiros e fisioterapeutas, para garantir a ventilação pulmonar, a oxigenação do corpo adequada, e evitar a falência respiratória causada pela inflamação grave dos pulmões devido à infecção pelo coronavírus.