Linfoma de Burkitt: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em julho 2021

O linfoma de Burkitt é um tipo de câncer do sistema linfático, que afeta particularmente os linfócitos, que são as células de defesa do corpo. Este câncer pode estar associado à infecção pelo vírus Epstein Barr (EBV), pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), mas também pode surgir de alguma alteração genética.

Geralmente, este tipo de linfoma se desenvolve mais em crianças do sexo masculino do que em adultos e atinge com mais frequência órgãos da região do abdome. Entretanto, por ser um câncer agressivo, em que as células cancerosas têm crescimento rápido, pode atingir outros órgãos, como fígado, baço, medula óssea e até os ossos da face.

O primeiro sinal do linfoma de Burkitt é o aparecimento de ínguas no pescoço, axilas, virilhas ou inchaço na barriga ou no rosto, dependendo do local afetado pelo linfoma. Após a avaliação dos sintomas, o hematologista vai confirmar o diagnóstico por meio de biópsia e exames de imagem. Desta forma, tendo a confirmação do linfoma de Burkitt é indicado o tratamento mais adequado, que geralmente é a quimioterapia. Veja mais como é feita a quimioterapia.

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Principais sintomas

Os sintomas do linfoma de Burkitt podem variar dependendo do tipo e localização do tumor, mas os sintomas mais comuns deste tipo de câncer são:

  • Ínguas no pescoço, axilas e/ou virilha;
  • Suor noturno excessivo;
  • Febre;
  • Emagrecimento sem causa aparente;
  • Fadiga.

É muito comum que o linfoma de Burkitt afete a região da mandíbula e de outros ossos da face, por isso pode provocar inchaço em um dos lados do rosto. Todavia, o tumor também pode crescer na região do abdome, causando inchaço e dor de barriga, sangramento e obstrução intestinal. Já quando o linfoma se espalha para o cérebro, pode causar fraqueza no corpo e dificuldade para andar.

Além disso, os inchaços causados pelo linfoma de Burkitt nem sempre provocam dor e, muitas vezes, começam ou pioram em apenas alguns dias.

Quais são as causas

Apesar das causas do surgimento do linfoma de Burkitt não serem exatamente conhecidas, em algumas situações este câncer está associado à infecções pelo vírus EBV e HIV. Além disso, ter alguma doença congênita, ou seja, ter nascido com algum problema genético que prejudica as defesas do corpo, pode estar ligado com desenvolvimento deste tipo de linfoma.

O linfoma de Burkitt é um tipo de câncer infantil mais comum em regiões onde tem casos de malária, como a África, e também é comum em outros lugares do mundo em que há muitas crianças infectadas pelo vírus HIV.

Como confirmar o diagnóstico

Como o linfoma de Burkitt se espalha muito rapidamente é importante que o diagnóstico seja mais cedo possível. O clínico geral ou pediatra pode suspeitar do câncer e fazer encaminhamento para o oncologista ou hematologista, sendo que após saber há quanto tempo os sintomas surgiram, indicará a realização de uma biópsia na área do tumor. Saiba como é feita a biópsia.

Além disso, outros exames são realizados para diagnóstico do linfoma de Burkitt, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, pet-scan, coleta de medula óssea e liquor. Esses exames servem para o médico identificar a gravidade e a extensão da doença e a partir disso definir o tipo de tratamento.

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Principais tipos

A Organização Mundial da Saúde classifica o linfoma de Burkitt em três diferentes tipos, são eles:

  • Endêmico ou africano: afeta principalmente crianças com idades entre 4 a 7 anos e é duas vezes mais comum em meninos;
  • Esporádico ou não africano: é o tipo mais comum e pode acontecer com crianças e adultos do mundo todo, sendo que corresponde quase metade dos casos de linfomas em crianças;
  • Associado à imunodeficiência: ocorre em pessoas que estão infectadas com vírus HIV e têm AIDS.

O linfoma Burkitt também pode ocorrer em pessoas que nasceram com alguma doença genética que causa problemas de baixa imunidade e, algumas vezes, pode acometer pessoas que tenham realizado transplante e que usam medicamentos imunossupressores.

Como é feito o tratamento

O tratamento para linfoma de Burkitt deve ser iniciado assim que confirmado o diagnóstico, pois é um tipo de tumor que cresce muito rápido. O hematologista indica o tratamento de acordo com a localização do tumor e o estágio da doença, mas na maior parte das vezes, o tratamento para este tipo de linfoma é baseado na quimioterapia.

Os medicamentos que podem ser usados em conjunto na quimioterapia são ciclofosfamida, vincristina, doxorrubicina, dexametasona, metotrexato e citarabina. Também é usada a imunoterapia, sendo o medicamento mais usado o rituximabe, que se liga às proteínas das células cancerosas ajudando na eliminação do câncer.

A quimioterapia intratecal, que é aplicação de medicamento na coluna, é indicada para tratamento do linfoma de Burkitt no cérebro e é usada para evitar que ele se espalhe para outros locais do corpo.

Entretanto, outros tipos de tratamento podem ser indicados pelo médico, como radioterapia, cirurgia e transplante autólogo de medula óssea ou autotransplante.

Linfoma de Burkitt tem cura?

Apesar de ser um tipo de câncer agressivo, o linfoma de Burkitt quase sempre tem cura, mas isto vai depender de quando a doença foi diagnosticada, da área afetada e se o tratamento foi iniciado rapidamente. Quando a doença é diagnosticada numa fase inicial e quando o tratamento começa em seguida, há maiores chances de cura.

Os linfomas de Burkitt em estágio I e II têm mais de 90% de cura, enquanto que os linfomas com estágio III e IV têm em média 80% de chances de cura.

Ao término do tratamento, será necessário fazer acompanhamento com hematologista por cerca de 2 anos e realizar exames a cada 3 meses.

Confira um vídeo com algumas dicas de como lidar com os sintomas do tratamento para o câncer:

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