Neutrofilia: o que é, principais causas e o que fazer

Atualizado em agosto 2020

A neutrofilia corresponde ao aumento do número de neutrófilos no sangue, o que pode ser indicativo de infecções e doenças inflamatórias ou ser apenas uma resposta do organismo ao estresse ou à prática de atividade física, por exemplo.

Os neutrófilos são as células do sangue responsáveis pela defesa do organismo e pode ser encontrados em maiores quantidades quando comparados com os linfócitos e os monócitos, por exemplo, que também são responsáveis pela proteção do organismo. Idealmente, os valores de neutrófilos devem ser entre 1500 a 8000/mm³ de sangue, sendo valores acima do valor de referência indicativo de neutrofilia.

A quantidade de neutrófilos pode ser avaliada através do leucograma, que é uma parte do hemograma em que são avaliados neutrófilos, linfócitos, monócitos, basófilos e eosinófilos. Saiba como entender o resultado do leucograma.

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As principais causas de neutrofilia são:

1. Infecções

Devido ao fato dos neutrófilos serem responsáveis pela defesa do corpo, é comum de observar grande aumento no número de neutrófilos durante uma infecção, principalmente durante a fase aguda da infecção. O aumento do número de neutrófilos não causa sintomas, no entanto quando a neutrofilia acontece como consequência de infecção, é comum que surjam sintomas relacionados à doença, como febre que não passa, dor abdominal, dor de cabeça, cansaço e fraqueza, por exemplo.

O que fazer: Para que seja determinado o tratamento mais adequado para a infecção, o médico precisa avaliar o resultado de outros parâmetros indicado pelo hemograma, bem como o resultado de exames bioquímicos, de urina e microbiológicos. A partir do momento que é identificada a causa da infecção, o médico pode indicar o melhor antibiótico, antiparasitário ou antifúngico para tratar o agente infeccioso, além de também poder indicar medicamentos para aliviar os sintomas relacionados e, assim, favorecer a recuperação da pessoa.

2. Doenças inflamatórias

As doenças inflamatórias são aquelas que provocam uma exacerbação da atividade dos sistema imunológico como consequência da inflamação em algum órgão. Isso faz com que haja não só aumento dos neutrófilos mas também de outros componentes do sangue, como os basófilos no caso da colite ulcerativa, por exemplo.

O que fazer: Nesses casos, o tratamento é feito de acordo com a causa da inflamação, mas pode ser indicado o uso de medicamentos anti-inflamatórios para aliviar os sintomas e alimentação rica em alimentos anti-inflamatórios, como açafrão, alho e peixe, por exemplo. Conheça alguns alimentos anti-inflamatórios.

3. Leucemia

A leucemia é um tipo de câncer que acomete as células sanguíneas e que, em alguns casos, pode ser verificada o aumento do número de neutrófilos. Nessa doença podem surgir sinais e sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças, como perda de peso sem causa aparente, cansaço excessivo e ínguas no pescoço e na virilha. Veja como reconhecer os sintomas de leucemia.

O que fazer: É importante que a leucemia seja confirmada pelo médico por meio da avaliação de todos os parâmetros do hemograma e observação da lâmina de sangue no microscópio, além de poder ser solicitada biópsia, tomografia computadorizada ou mielograma, por exemplo.

Caso haja confirmação da leucemia, o hematologista ou oncologista deverá iniciar o tratamento mais indicado para a pessoa de acordo com o tipo da leucemia, podendo ser recomendada quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou transplante de medula óssea.

4. Estresse

Apesar de não ser frequente, a neutrofilia também pode acontecer como consequência do estresse, podendo ser uma tentativa do organismo de manter o bom funcionamento do sistema imunológico nessas situações.

O que fazer: Para aliviar os sintomas relacionados ao estresse, é importante adotar no dia a dia atividades que promovam o relaxamento, como Yoga, caminhada e meditação. Além disso, pode ser interessante busca ajuda de um psicólogo para que se possa identificar as situações que aumentem o nível de estresse e, assim, lidar melhor com elas.

5. Prática de atividades físicas

A neutrofilia devido à prática de atividades físicas extensivas é considerada normal, não sendo motivo de preocupação. No entanto, quando a neutrofilia é persistente, é importante que a pessoa vá a uma consulta com um clínico geral ou hematologista para que possa ser investigada a causa da alteração.

O que fazer: Como se trata de um processo fisiológico, não é necessário qualquer tipo de tratamento, sendo apenas recomendado que a pessoa fique de repouso para que a recuperação muscular aconteça corretamente, além de manter bons hábitos de alimentação. Saiba o que fazer para recuperar o tecido muscular e evitar a fadiga.

O que é neutrofilia relativa?

A neutrofilia relativa indica o aumento da quantidade relativa de neutrófilos no sangue, ou seja, que a quantidade de neutrófilos no sangue em relação à 100%, que é a quantidade de leucócitos totais no sangue, está aumentada. De forma geral, os valores relativos de neutrófilos considerados normais é entre 45,5 a 75% tendo como referência a quantidade de leucócitos totais circulantes.

Normalmente quando os valores dos neutrófilos absolutos estão aumentados, é possível também observar aumento nos valores relativos. No entanto, em outras situações pode haver apenas neutrofilia relativa e, nesse caso, é importante que o médico avalie o hemograma e a quantidade total de leucócitos, podendo ser indicada a repetição do exame em alguns casos.