6 remédios que afetam o coração

Atualizado em novembro 2023

Existem vários remédios que, embora não sejam utilizados para tratar problemas no coração, têm efeito sobre o órgão, podendo, ao longo do tempo, causar alterações que levam ao surgimento de doenças cardíacas, como é o caso de alguns antidepressivos, anti-inflamatórios, anticoncepcionais, antipsicóticos, antineoplásicos e a levodopa, por exemplo.

É importante ter em mente que o efeito sob o coração acontece apenas quando o medicamento é usado por um longo tempo e sem a devida orientação e acompanhamento do médico.

Por isso, é recomendado tomar esses remédios apenas sob a orientação do médico, principalmente quando será necessário usar por um longo período, já que o médico poderá monitorar os efeitos do medicamento e indicar alteração da dose, a troca ou suspensão do medicamento.

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1. Antidepressivos tricíclicos

Os antidepressivos tricíclicos são utilizados especialmente nos casos mais graves de depressão, pois causam fortes efeitos colaterais que podem afetar o coração, causando aumento da frequência cardíaca, queda da pressão arterial ao levantar, alterações no funcionamento elétrico do coração e pode ainda dificultar o trabalho dos ventrículos.

Porém, quando utilizados de forma adequada e em doses controladas, estes medicamentos apresentam um baixo risco de problemas cardíacos, podendo ser usados depois de uma avaliação médica rigorosa.

Exemplos de antidepressivos tricíclicos: amitriptilina, clomipramina, desipramina, nortriptilina, desipramina, imipramina, doxepina, amoxapina ou maprotilina.

2. Anti-inflamatórios

Os anti-inflamatórios não esteroides funcionam através da inibição de substâncias inflamatórias como as prostaglandinas e a ciclo-oxigenase, agindo não só no local do corpo afetado pela inflamação, mas também na parede dos vasos sanguíneos, causando um aumento da pressão arterial, que pode levar a uma dilatação dos músculos cardíacos e desenvolvimento de insuficiência cardíaca, por exemplo. 

Esses remédios, também podem interferir na coagulação sanguínea, e aumentar o risco de infarto do miocárdio e até AVC. Além disso, os anti-inflamatórios não esteroides podem diminuir o efeito dos remédios para pressão alta, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e, por isso, devem sempre ser usados com orientação médica.

Este efeito pode ainda ser observado em alguns anti-inflamatórios esteroides como os corticoides, no entanto, neste tipo de medicamentos existem ainda outros efeitos como problemas de visão ou enfraquecimento dos ossos, devendo apenas ser usados com orientação de um médico. Confira todos os efeitos colaterais que os corticóides podem causar

Exemplos de anti-inflamatórios não esteroides: ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco, celecoxib, nimesulida, fenilbutazona ou indometacina.

Exemplos de anti-inflamatórios esteroides (corticoides): hidrocortisona, prednisona ou dexametasona.

3. Anticoncepcionais

Os anticoncepcionais orais, principalmente os que contêm estrógenos na sua composição como o etinilestradiol, por exemplo, podem aumentar o risco de acumular gordura nas artérias e formar coágulos no sangue, levando ao desenvolvimento de problemas cardiovasculares, como pressão alta, infarto ou AVC, por exemplo. Veja outros efeitos colaterais dos anticoncepcionais.

Esses efeitos podem ocorrer mesmo com as pílulas com baixa dose de hormônios e em qualquer mulher. No entanto, o risco é maior em mulheres que já têm algum problema cardíaco ou que sofrem de sobrepeso, obesidade, diabetes ou que fumam.

Além disso, os anticoncepcionais também aumentam o risco de trombose venosa, especialmente em mulheres fumantes com mais de 35 anos. Assim, o uso do anticoncepcional deve ser sempre avaliado com o ginecologista para identificar possíveis fatores de risco.

Exemplos de anticoncepcionais: Diane 35, Selene, Ciclo 21, Level, Microvlar, Soluna, Norestin, Minulet, Harmonet, Mercilon ou Marvelon.

4. Antipsicóticos

Os antipsicóticos são muito utilizados para o tratamento de problemas psiquiátricos, como esquizofrenia, psicose ou delírio, ou até mesmo para controle de náuseas, vômitos ou soluço que não melhoram com outros tratamentos.

Esses antipsicóticos podem causar efeitos colaterais que podem afetar o coração, como diminuição acentuada da pressão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias ou miocardite, que é uma inflamação no coração, por exemplo.

Além disso, os antipsicóticos também podem estar relacionados com o aumento do risco de morte súbita, devendo, por isso, ser usados apenas com indicação médica e sob avaliações frequentes.

Exemplos de antipsicóticos fenotiazínicos: tioridazina, clorpromazina, triflupromazina, levomepromazina, trifluoperazina ou flufenazina.

5. Antineoplásicos

Os antineoplásicos são usados na quimioterapia e, embora ajudem a eliminar células do câncer, também provocam muitos efeitos colaterais que afetam todo o organismo. Os efeitos mais comuns sobre o coração incluem alterações na força do músculo cardíaco, arritmias, diminuição da pressão arterial e alterações do funcionamento elétrico do coração, o que pode resultar em insuficiência cardíaca, miocardite, fibrose, cardiomiopatia, por exemplo, além de trombose.

Embora possuam todos estes efeitos, os antineoplásicos geralmente são necessários para salvar a vida do paciente e, por isso, são utilizados para combater o câncer, mesmo que possam causar outros problemas, que depois também podem ser tratados.

Exemplos de antineoplásicos: doxorrubicina, daunorrubicina, fluorouracil, vincristina, vimblastina, ciclofosfamida ou mitoxantrona.

6. Levodopa

A levodopa é um dos remédios mais utilizados no tratamento da doença de Parkinson, no entanto, pode provocar alterações cardíacas importantes como arritmia ou diminuição acentuada da pressão arterial ao levantar, por exemplo. Entenda melhor o que é a arritmia e como identificar os sintomas.

Dessa forma, pessoas a fazer tratamento com este remédio devem fazer consultas regulares com o neurologista e o cardiologista para avaliar a saúde cardiovascular e os efeitos da levodopa no organismo.