Síndrome do bebê sacudido: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em julho 2023

A síndrome do bebê sacudido é uma lesão cerebral grave causada por sacudir o bebê com força para frente e para trás, sem que a cabeça esteja bem apoiada. Isso faz com que possam existir sangramentos e diminuição de oxigênio no cérebro, levando ao surgimento de sintomas como irritabilidade excessiva, vômitos ou dificuldade para respirar.

Essa síndrome pode acontecer até os 4 ou 5 anos, mas é mais frequente em bebês entre as 6 e 8 semanas, especialmente devido a brincadeiras inocentes, como jogar a criança para cima, ou como tentativa de fazer com que a criança pare de chorar, sendo essa a causa mais comum.

O tratamento da síndrome do bebê sacudido deve ser feito pelo pediatra ou neuropediatra, e pode variar de acordo com o grau da lesão cerebral e da parte do cérebro afetada, podendo ser indicado o uso de oxigenoterapia, remédios ou até cirurgia.

Imagem ilustrativa número 2

Sintomas da síndrome do bebê sacudido

Os principais sintomas da síndrome do bebê sacudido são:

  • Dificuldade para respirar;
  • Irritabilidade excessiva;
  • Sonolência excessiva;
  • Diminuição da capacidade de interação;
  • Falta de apetite ou recusa alimentar;
  • Lentidão ou apatia;
  • Rigidez corporal;
  • Tremores;
  • Arrepios;
  • Vômitos;
  • Pele pálida ou azulada;
  • Temperatura corporal baixa;
  • Tontura ou vertigem;
  • Convulsões;
  • Coma.

Além disso, outros sintomas podem estar presentes, como moleira baixa ou afundada, fraturas nos ossos, costelas ou crânio, sangramento atrás dos olhos, hematomas ou manchas roxas no corpo do bebê.

É importante estar atento aos sinais de alterações no comportamento que o bebê e levá-lo imediatamente ao hospital ou pronto socorro mais próximo caso surja algum sintoma da síndrome do bebê sacudido, pois o atraso no diagnóstico e tratamento podem causar sequelas graves e colocar em risco a vida do bebê.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome do bebê sacudido é feito pelo pediatra ou neuropediatra através da avaliação dos sintomas e o início dos sintomas, histórico de saúde, exame físico no bebê e exame de fundo de olho.

Além disso, o médico deve solicitar exames, como raio X, ressonância magnética ou tomografia computadorizada, para verificar se existem alterações no cérebro ou fraturas ósseas.

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O médico também pode solicitar exames laboratoriais como hemograma completo, painel bioquímico, testes de função hepática e renal, além de exames de urina, para avaliação do estado de saúde do bebê.

Além disso, esses exames laboratoriais podem ajudar o médico a descartar outras condições de saúde, que podem causar sintomas parecidos aos da síndrome do bebê sacudido, como infecções cerebrais, distúrbios de coagulação, malformação arteriovenosa no cérebro ou acidúria glutárica tipo 1, por exemplo.

Possíveis causas

A síndrome do bebê sacudido é causada por agitar ou sacudir o bebê para frente e para trás com força e sem que a cabeça esteja apoiada, o que faz com o que o cérebro se mova dentro do crânio, resultando em traumatismo craniano e lesão cerebral grave, como inchaço, sangramentos ou hematomas no cérebro.

Alguns fatores podem contribuir para que os responsáveis ou cuidadores, sacudam o bebê de forma brusca e causem a síndrome do bebê sacudido, como:

  • Tentativa de fazer o bebê parar de chorar;
  • Expectativas irreais sobre a maternidade/paternidade;
  • Dificuldade do bebê para amamentar;
  • Desfralde do bebê;
  • Cólicas crônicas e frequentes no bebê;
  • Depressão, incluindo a depressão pós parto;
  • Estresse;
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas ou drogas de abuso;
  • Instabilidade familiar;
  • Violência doméstica;
  • Histórico de maus tratos na infância.

Apesar da síndrome do bebê sacudido ser normalmente associada aos movimentos bruscos feitos na tentativa de fazer o bebê chorar, também pode acontecer como consequência da tentativa de reanimar a criança diante de uma situação que representa risco para a vida, como engasgo e crise de tosse, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento da síndrome do bebê sacudido deve ser feito o mais rapidamente possível no hospital com orientação do pediatra ou neuropediatra e varia de acordo com o grau das lesões causadas pela movimentação brusca, e parte do cérebro afetada.

Geralmente, o primeiro tratamento é a oxigenioterapia para manter a respiração, diminuir o desconforto respiratório e aumentar os níveis de oxigênio no corpo e cérebro do bebê. Nos casos mais graves, pode ser necessária intubação e ventilação mecânica.

Além disso, o médico pode aplicar soro e eletrólitos diretamente na veia do bebê, para melhorar a pressão sanguínea e os níveis de glicose no sangue, e aplicar remédios na veia, para reduzir a pressão intracraniana e o inchaço no cérebro.

Em alguns casos, pode ser necessária cirurgia para parar o sangramento ou hemorragia cerebral, reduzir a pressão intracraniana ou remover as partes danificadas do cérebro.

Além disso, é importante que os pais e cuidadores também procurem ajuda com um psicoterapeuta para ajudar a controlar o estresse e a raiva, e aprender a lidar com calma e paciência com a criança, uma vez que uma dos fatores que levam ao chacoalhamento do bebê é o fato do bebê chorar de forma incontrolável. Confira algumas dicas para fazer o bebê parar de chorar.

Possíveis sequelas

Algumas sequelas que podem surgir na síndrome do bebê sacudido são:

  • Microcefalia ou hidrocefalia;
  • Cegueira ou problemas de visão;
  • Perda da audição, que pode ser permanente;
  • Atraso no desenvolvimento;
  • Atraso na fala;
  • Dificuldade de aprendizagem;
  • Déficit intelectual;
  • Problemas comportamentais;
  • Paralisia cerebral;
  • Fraqueza ou falta de coordenação motora;
  • Aumento involuntário da contração muscular;
  • Convulsões;
  • Epilepsia.

O cérebro da criança ainda é muito sensível até os 2 anos de idade, mas as piores sequelas ocorrem principalmente em bebês menores de 6 meses.

Além disso, nos casos mais graves pode ocorrer coma e morte devido à ruptura dos vasos sanguíneos ou dos nervos que chegam ao cérebro.