Tratamento para capsulite adesiva: remédios, fisioterapia (e outros)

Atualizado em julho 2020

O tratamento para capsulite adesiva, ou síndrome do ombro congelado, pode ser feito com fisioterapia, analgésicos e pode demorar de 8 a 12 meses de tratamentos, mas também é possível que haja uma redução completa do quadro cerca de 2 anos após o início dos sintomas, mesmo sem nenhum tipo de tratamento.

O médico pode indicar o uso de analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides ou infiltração de esteroides para alívio da dor, mas a fisioterapia também é indicada e quando não existe nenhuma melhora do quadro pode ser indicado realizar uma cirurgia.

A capsulite adesiva é uma inflamação da articulação do ombro que faz com que haja dor e intensa dificuldade de movimentar o braço, como se o ombro estivesse realmente congelado. O diagnóstico é feito pelo médico após análise dos exames de imagem, como raio X, ultrassonografia e artrografia, que são essenciais para avaliar a mobilidade do ombro.

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O tratamento pode ser feito com:

1. Medicamentos

O médico pode receitar analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides e corticoides em forma de comprimidos para alívio da dor, na fase mais aguda da doença. A infiltração de corticosteroide diretamente dentro da articulação também é uma opção para alívio da dor, e por ser realizada, à critério médio, ou a cada 4-6 meses, mas nenhum destes medicamentos exclui a necessidade de fisioterapia, sendo complementar.

2. Fisioterapia

A fisioterapia é sempre recomendada porque ajuda no combate à dor e no restabelecimento dos movimentos do ombro. Na fisioterapia podem ser usados equipamentos para alívio da dor e compressas mornas para facilitar a movimentação desta articulação. Várias técnicas manuais podem ser utilizadas, além de exercícios de alongamento (dentro do limite de dor) e posteriormente devem ser realizados exercícios de fortalecimento muscular.

O tempo de recuperação varia de uma pessoa para outra, mas geralmente dura de alguns meses à 1 ano, havendo melhora progressiva dos sintomas. Ainda que possa não haver uma melhora significativa na amplitude de movimentos com o braço afetado, nas primeiras sessões é possível não desenvolver contraturas musculares no músculo trapézio que podem causar ainda mais dor e desconforto.

Existem técnicas específicas que podem ajudar a quebrar as aderências e promover a amplitude, mas não é recomendado que o paciente fique tentando forçar muito a articulação para movimentar o braço, porque isso pode gerar pequenos traumatismos, que além de agravar a dor, não traz nenhum benefício. Em casa devem ser realizados apenas os exercícios recomendados pelo fisioterapeuta, que podem incluir o uso de pequenos equipamentos, como bola, bastão (cabo da vassoura) e faixas elásticas (theraband).

Bolsas de água quente são úteis para colocar antes de fazer os alongamentos porque relaxam os músculos e facilitam o estiramento muscular mas as bolsas com gelo picado são indicadas para o final de cada sessão porque diminuem a dor. Alguns alongamentos que podem ajudar são:

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Estes exercícios devem ser realizados de 3 a 5 vezes por dia, com duração de 30 segundos a 1 minuto cada um mas o fisioterapeuta poderá indicar outros conforme a necessidade de cada pessoa.

Veja alguns exercícios simples que ajudam a aliviar a dor no ombro em: Exercícios de propriocepção para recuperação do ombro.

3. Bloqueio do nervo supraescapular

O médico pode realizar um bloqueio do nervo supraescapular, no consultório ou no hospital, o que traz um grande alívio da dor, sendo uma opção quando os medicamentos não tem efeito e dificultam a realização da fisioterapia. Esse nervo pode ser bloqueado, porque é responsável por fornecer 70% das sensações do ombro, e ao ser bloqueado existe uma grande melhora da dor.

4. Hidrodilatação

Uma outra alternativa que o médico pode indicar é a distensão do ombro com uma injeção de ar ou fluido (solução salina + corticosteroide) sob anestesia local o que ajuda a alongar a cápsula articular do ombro, o que promove alívio da dor e facilita a movimentação do ombro

5. Cirurgia

A cirurgia é a última opção de tratamento, quando não existe sinais de melhora com o tratamento conservador, que é feito com medicamentos e fisioterapia. O médico ortopedista poderá realizar uma artroscopia ou uma manipulação fechada que poderão devolver a mobilidade do ombro. Após a cirurgia a pessoa precisa voltar para fisioterapia para agilizar a cicatrização e continuar com exercícios de alongamento para a completa recuperação.