Dislexia: o que é, causas e sintomas

Atualizado em janeiro 2024

A dislexia é uma dificuldade de aprendizagem caracterizada pela dificuldade na escrita, na fala e no soletrar. Normalmente, a dislexia é diagnosticada na infância durante o período de alfabetização, embora também possa ser diagnosticado em adultos, especialmente quando a criança não frequentou a escola.

Este distúrbio possui 3 graus: leve, moderado e grave, o que interfere no aprendizado das palavras e da leitura. Em geral, a dislexia ocorre em várias pessoas da mesma família, sendo mais comum nos meninos do que nas meninas.

Apesar da dislexia não ter cura, existe tratamento para ajudar a pessoa com dislexia a superar, dentro do possível e das suas capacidades, a dificuldade na leitura, escrita e no soletrar.

Imagem ilustrativa número 2

Principais sintomas

Quem tem dislexia normalmente tem uma letra feia e grande, apesar de legível, o que faz com que alguns professores se queixem disso, principalmente quando a criança ainda está aprendendo a ler e a escrever.

A alfabetização demora um pouco mais do que nas crianças sem dislexia, porque é comum que a criança troque as seguintes letras:

  • f - t
  • d - b
  • m - n
  • w - m
  • v - f
  • sol - los
  • som - mos

A leitura de quem tem dislexia é lenta, sendo comum omissão de letras e mistura de palavras. Além disso, de acordo com a idade podem surgir outras características:

1. Crianças com menos de 7 anos

  • Começar a falar mais tardiamente; 
  • Atraso no desenvolvimento motor como engatinhar, sentar e/ou andar;
  • Dificuldade para entender o que se ouve;
  • Dificuldade em se adaptar à escola;
  • Problemas em dormir;
  • Choro, inquietação ou agitação frequentes.

2. Crianças com mais de 7 anos

  • Demorar para fazer a lição de casa ou fazê-la rapidamente mas com muitos erros;
  • Dificuldade em ler e escrever, inventando, acrescentando ou omitindo palavras;
  • Dificuldade em compreender textos simples;
  • Omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção das letras e sílabas;
  • Dificuldade em se concentrar;
  • Não quer ler, principalmente em voz alta;
  • Seguir a linha do texto com os dedos;
  • Esquecer-se facilmente do que aprende e perder-se no espaço e no tempo;
  • Confusão entre esquerda e direita, cima e baixo, frente e atrás;
  • Dificuldade para ler as horas, para sequências e em contar, precisando dos dedos;
  • Dificuldade em soletrar;
  • Escrita lenta, com letra feia e desordenada.

3. Adultos

  • Demorar muito tempo a ler um livro;
  • Saltar os finais das palavras ao ler;
  • Dificuldade em pensar o que escrever;
  • Dificuldade em fazer anotações;
  • Dificuldade em seguir o que os outros dizem e com sequências;
  • Dificuldade no cálculo mental e na gestão do tempo;
  • Renitência em escrever, por exemplo, mensagens de texto;
  • Dificuldade em compreender adequadamente o sentido de um texto;
  • Necessidade de reler várias vezes o mesmo texto para o compreender;
  • Dificuldade na escrita, com erros de trocas de letras e esquecimento ou confusão em relação à pontuação e gramática;
  • Confundir instruções ou números de telefone, por exemplo;
  • Dificuldade no planejamento, organização e manejo do tempo ou tarefas.

A dislexia não impede a comunicação e, por isso, pessoas com dislexia normalmente são muito sociáveis, especialmente porque preferem comunicar cara a cara do que por texto.

Teste online de sintomas

Para saber a possibilidade de ter dislexia, por favor, selecione os sintomas que apresenta:

  1. 1. Lê de forma imprecisa, confundindo os sons das letras e sílabas, por exemplo
  2. 2. Tem dificuldade para entender o que lê
  3. 3. Sua leitura é lenta ou com esforço
  4. 4. Sua habilidade de leitura parece pior do que a de pessoas da mesma idade e escolaridade
  5. 5. Tem dificuldade em tarefas, atividades ou trabalhos que envolvem leitura
  6. 6. Evita tarefas ou atividades que envolvem leitura
  7. 7. Tem dificuldades de leitura que se iniciaram na infância ou adolescência

Este teste é uma ferramenta que serve apenas como meio de orientação. Portanto, não tem a finalidade de dar um diagnóstico e nem substitui a consulta com um neurologista ou neuropediatra.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico de dislexia normalmente é feito na infância, sendo preciso realizar testes específicos que devem ser respondidos pelos pais, professores e pessoas próximas. O teste consiste em diversas perguntas sobre o comportamento da criança nos últimos 6 meses e deve ser avaliado por um psicólogo que também dará indicações de como deve ser feito o acompanhamento da criança.

Além de identificar se a criança tem dislexia, pode ser necessário responder a outros questionários para saber se além da dislexia a criança possui alguma outra condição como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, que está presente em quase metade dos casos de dislexia. Faça o nosso teste online de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.

O que causa a dislexia

Ainda não se conhece a causa exata para o aparecimento de dislexia, no entanto, é comum que este transtorno surja em várias pessoas da mesma família, o que parece sugerir que existe alguma alteração genética que afeta a forma como o cérebro processa a leitura e a linguagem.

Quem tem maior risco de ter dislexia

Alguns fatores de risco que parecem aumentar as chances de ter dislexia incluem:

  • Ter histórico familiar de dislexia;
  • Ter nascido prematuramente ou com baixo peso;
  • Ter existido exposição a nicotina, drogas ou álcool durante a gravidez.

Embora possa afetar a capacidade para ler ou escrever, a dislexia não está relacionada com o nível de inteligência da pessoa.

Como é feito o tratamento

O tratamento da dislexia é feito com o objetivo de estimular a leitura, a escrita e a visão, diminuindo o impacto da dislexia nas atividades do dia a dia.

Os principais tipos de tratamento para a dislexia são:

1. Remediação

A remediação é um tipo de terapia que é focada no desenvolvimento de habilidades de linguagem por meio do ensino de pequenas quantidades de informação pouco a pouco, e ensino de vários conceitos várias vezes para reforçar o significado das palavras. Dessa forma a criança consegue aproveitar os sentidos das palavras para reforçar o aprendizado, além de que pode ver como a palavra está escrita e, em seguida, falar.

2. Compensatórias

As estratégias compensatórias são um tipo de tratamento para a dislexia que utilizam diferentes técnicas para reter a informação obtida em sala de aula, como:

  • Uso de cartões para repassar a informação;
  • Procurar sentar nas primeiras filas da sala de aula;
  • Uso de computadores com corretor ortográfico;
  • Gravar as aulas, seja apenas o áudio ou em vídeo, para poder reproduzir várias vezes.

Por isso, a pessoa com dislexia deve seguir um tratamento com uma equipe multidisciplinar que inclua um pedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo e neurologista. Veja mais detalhes do tratamento para dislexia.