Teste do coraçãozinho: o que é, para que serve e quando fazer

Atualizado em julho 2020

O teste do coraçãozinho é um dos exames feitos nos bebês nascidos com idade gestacional superior a 34 semanas e é feito ainda na maternidade, entre as primeiras 24 a 48 horas após o nascimento.

Este exame é realizado pela equipe que acompanhou o parto e é utilizado para verificar se o coração do bebê está funcionando corretamente, pois pode ser que, durante a gestação, alguma doença cardíaca não tenha sido detectada.

Confira todos os exames que o recém-nascido deve fazer.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

O teste do coraçãozinho serve para avaliar como está a adaptação do bebê à vida fora do útero. Este exame pode detectar irregularidades nos músculos e nos vasos sanguíneos do coração, além de verificar se o coração bate a quantidade esperada de vezes por minuto, e até mesmo, se o sangue bombeado pelo coração contém a quantidade necessária de oxigênio que o bebê precisa.

Algumas alterações que podem ser detectadas pelo teste do coraçãozinho são:

1. Defeito do septo ventricular

Este defeito consiste numa abertura entre os ventrículos direito e esquerdo, que são as partes inferiores do coração e que não deveriam estar em contato direto uma com a outra. É comum que esta abertura feche naturalmente, mas de toda forma o pediatra irá acompanhar o caso para verificar se o fechamento ocorre espontaneamente ou se é necessário fazer uma cirurgia.

Crianças com esta alteração leve não apresentam sintomas, no entanto se o grau for moderado pode gerar desconforto respiratório e dificuldade para ganhar peso.

2. Defeito do septo atrial

O átrio é a parte superior do coração, que é dividido em esquerdo e direito por é uma estrutura cardíaca chamada septo. O defeito que gera a doença do septo atrial é uma pequena abertura no septo, que passa a conectar os dois lados. Esta abertura pode se fechar espontaneamente, mas existem casos em que é necessária a cirurgia.

Os bebês com essa alteração não costumam apresentar sintomas.

3. Tetralogia de Fallot

A Tetralogia de Fallot é um conjunto de quatro defeitos que podem acometer o coração do recém nascido. Como por exemplo, quando o vaso sanguíneo inferior esquerdo do coração é menor do que deveria, e isso causa o aumento do músculo nesta região, deixando o coração do bebê inchado.

Estas falhas reduzem o oxigênio no corpo, e um dos sinais da doença é a alteração de cor para tons de roxo e azul nas regiões dos lábios e dedos do bebê. Veja quais são os outros sinais e como é o tratamento da Tetralogia de Fallot.

4. Transposição de grandes artérias

Neste caso as grandes artérias responsáveis pela circulação do sangue oxigenado e não oxigenado, funcionam na forma inversa, onde o lado com oxigênio não faz troca com o lado sem oxigênio. Os sinais da transposição de grandes artérias acontecem horas após o nascimento pela falta de oxigênio e o bebê também pode apresentar aumento dos batimentos cardíacos.

Nesta doença frequentemente é indicada a cirurgia reparadora para reconectar os vasos sanguíneos nos lugares em que eles deveriam ter se formado durante a gestação. 

Como é feito o exame

O exame é realizado com a criança deitada confortavelmente com as mãos e pés bem aquecidos. No braço direito do bebê é colocado um acessório especial para recém nascidos em formato de pulseira que mede a quantidade de oxigênio no sangue. 

Não existe cortes ou furos neste exame e, por isto, o bebê não sente nenhuma dor ou desconforto. Além disto, os pais podem permanecer com o bebê durante todo processo, deixando-o mais confortável.

Em alguns casos este teste pode ser realizado no pézinho do bebê, sendo utilizada a mesma pulseira para medir a quantidade de oxigênio no sangue.

O que significa o resultado

O resultado do exame é considerado normal e negativo quando a quantidade oxigênio no sangue do bebê é maior que 96%, desta forma a criança segue a rotina de cuidados neonatais, sendo dada a alta da maternidade quando todos os exames do recém nascido forem feitos. 

Já se o resultado do teste for positivo, quer dizer que a quantidade de oxigênio no sangue é menor que 95% e, caso isso ocorra, o teste deve ser repetido após 1 hora. Nesse segundo teste, se o resultado se mantiver, ou seja, se continuar menor que 95%, o bebê precisa ficar internado para fazer um ecocardiograma. Saiba como é feito e para que serve o ecocardiograma.