Teste ergométrico: o que é, para que serve e como é o preparo

Atualizado em dezembro 2023

O teste ergométrico, também conhecido como teste de esforço ou exame de esteira, é um exame solicitado pelo cardiologista para avaliar o funcionamento do coração durante o esforço físico, sendo normalmente indicado para detectar problemas cardíacos, como isquemia ou arritmias, por exemplo. 

O teste ergométrico pode ser realizado na esteira ou na bicicleta ergométrica, permitindo que a velocidade e o esforço sejam aumentados gradualmente, dependendo da capacidade de cada pessoa. 

Assim, este exame imita momentos de esforço durante o dia-a-dia, como subir escadas ou uma ladeira, por exemplo, que são situações que podem causar desconforto ou falta de ar nas pessoas com risco de doenças cardiovasculares.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

O teste ergométrico é um exame que serve para avaliar a capacidade cardíaca e respiratória, sendo normalmente solicitado pelo clínico geral ou cardiologista em algumas situações como: 

  • Avaliação inicial ou detecção de doença arterial coronariana;
  • Suspeita de doenças de má circulação do coração, como angina ou pré-infarto;
  • Investigação de dor no peito, devido a infarto, arritmias ou sopro cardíaco;
  • Observação de alterações na pressão durante o esforço, na investigação de hipertensão arterial;
  • Detecção de arritmias cardíacas durante o esforço;
  • Avaliação da capacidade cardíaca e da condição respiratória de atletas;
  • Avaliação do coração para realização de atividade física;
  • Detecção de alterações causadas por sopro no coração e defeitos nas suas válvulas;
  • ​​Diagnostico de doenças cardíacas, como isquemia miocárdica;
  • Detecção de distúrbios hemodinâmicos.

Desta forma, o clínico geral ou cardiologista pode solicitar o teste ergométrico quando a pessoa tem sintomas cardíacos como dor no peito aos esforços, alguns tipos de tontura, palpitações ou picos de pressão alta, para, assim, ajudar a encontrar a causa. 

Além disso, o teste ergométrico permite ao médico avaliar a resposta da pessoa a tratamentos com medicamentos para doenças cardiovasculares, sintomas ou tolerância ao esforço.

Como é feito

Para fazer o teste ergométrico, são conectados 11 eletrodos no tórax e um aparelho para medir pressão no braço, e em seguida a pessoa deve caminhar ou correr na esteira, ou pedalar na bicicleta ergométrica, por cerca de 20 minutos, sendo que a velocidade é controlada e vai sendo aumentada aos poucos pelo médico. 

Os sinais enviados pelos eletrodos são avaliados pelo médico no computador, permitindo detectar alterações no ritmo ou frequência cardíaca, além das variações da pressão arterial durante o esforço físico.

Como deve ser o preparo para o teste

Para a realização do teste ergométrico, devem ser tomados alguns cuidados, como:

  • Não realizar exercício físico 24 horas antes de fazer o teste;
  • Dormir bem na noite anterior ao teste;
  • Não ficar de jejum para o exame;
  • Comer alimentos de fácil digestão, como iogurte, maçã ou arroz, 2 horas antes do teste;
  • Vestir roupa confortável para exercício físico e tênis;
  • Não fumar 2 horas antes e 1 hora após o exame;
  • Evitar tomar bebidas com cafeína, como café, chá preto ou chá verde, 2 horas antes do exame;
  • Levar uma lista com os remédios que são utilizados.

Além disso, deve-se evitar passar cremes, hidratantes ou pomadas na região do peito antes do exame. 

Em alguns casos, pode ser necessário depilar a região do peito com lâmina antes do teste, para que os eletrodos fiquem bem aderidos na pele. 

Como entender o resultado 

O resultado do teste ergométrico é interpretado pelo cardiologista considerando o histórico clínico da pessoa e o laudo do exame em que constam as variações da frequência cardíaca e da pressão arterial durante o teste, além do traçado eletrocardiográfico, do consumo de oxigênio, e de sinais e sintomas de alerta de alterações cardiorrespiratórias.

No caso do teste ergométrico mostrar que não existem alterações na função cardíaca, possivelmente o médico não deve solicitar exames complementares. No entanto, se mesmo com o resultado normal, a pessoa continuar apresentando sintomas, o médico pode recomendar outros exames complementares para a investigação do coração, como cintilografia miocárdica ou ecocardiograma com estresse. Saiba quais são os outros exames para avaliar o coração.  

Além disso, em alguns casos, o médico pode indicar o uso de remédios para melhorar o fluxo sanguíneo no coração. 

No entanto, caso sejam encontradas alterações no teste, que indicam doença arterial coronariana ou arritmias, o médico poderá iniciar o tratamento e também indicar um cateterismo cardíaco.

Quando não deve ser feito

O teste ergométrico não deve ser feito por pacientes que têm limitações físicas, como impossibilidade de andar ou pedalar, ou que estão com alguma doença aguda, como uma infecção, o que pode alterar a capacidade física da pessoa. 

Além disso, devido ao risco maior de complicações cardíacas, o teste ergométrico não deve ser feito nas seguintes situações:

  • Suspeita de infarto agudo do miocárdio;
  • Angina do peito instável;
  • Arritmias cardíacas não controladas;
  • Estreitamento da aorta grave e com sintomas;
  • Insuficiência cardíaca descompensada;
  • Embolia pulmonar aguda ou infarto pulmonar;
  • Miocardite e pericardite;
  • Dissecção aguda da aorta.

Além disso, este exame deve ser evitado durante a gravidez, pois, embora o exercício físico possa ser feito neste período, podem acontecer episódios de falta de ar ou enjoo durante o exame. 

É importante que o teste ergométrico seja sempre indicado por um médico, após avaliação inicial dos sintomas apresentados ou como forma de check-up ou acompanhamento de pessoas com risco de doenças cardiovasculares ou que desejam iniciar ou praticar atividades físicas.

Possíveis complicações durante o teste

Algumas complicações podem surgir durante o teste ergométrico como queda brusca da pressão arterial após o exercício, tontura ou desmaio.

Além disso, embora sejam raras, também podem ocorrer arritmias, que geralmente desaparecem após o esforço, infarto ou até mesmo parada cardiorrespiratória. 

Por isso, o teste ergométrico deve ser feito por um cardiologista, em clínicas especializadas ou hospitais, que tenham equipamentos para emergências médicas e atendimento imediato caso ocorra alguma complicação.