Tomar remédio na gravidez faz mal?

Atualizado em março 2022

Tomar remédio na gravidez pode, em maior parte dos casos, prejudicar o bebê porque alguns componentes do medicamento podem atravessar a placenta, provocando aborto ou malformações, podem induzir contrações uterinas antes do tempo ou mesmo causar alterações indesejáveis na grávida e no bebê.

Os medicamentos mais perigosos são aqueles que possuem o risco D ou X, mas a grávida nunca deve tomar qualquer medicamento, mesmo que seja da categoria A, sem consultar previamente o médico.

Embora dependa do remédio em questão, a fase da gravidez em que é mais arriscado usar medicamentos, é quando ocorre o período embrionário, que é o momento em que estão se formando os primórdios dos principais órgãos e sistemas, o qual ocorre durante o primeiro trimestre da gestação. Assim, a mulher deve ter cuidados redobrados durante este período.

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O que fazer se tomou remédio sem saber que estava grávida

Se a gestante tomou algum medicamento no período em que ainda não sabia que estava grávida deve informar o obstetra de imediato acerca do nome e quantidade do medicamento usado, para verificar a necessidade de fazer exames mais específicos, para avaliar a saúde do bebê e da própria mãe.

Embora possam surgir complicações em qualquer momento da gravidez, as chances de prejudicar o desenvolvimento do bebê são maiores durante os primeiros 3 meses de gravidez e por isso a toma de medicamentos durante a gravidez é mais perigosa nessa fase.

Remédios que podem prejudicar o bebê

A FDA definiu várias categorias de medicamentos com base no seu risco de teratogenicidade, que é a capacidade de produzir malformações congênitas no bebê:

Categoria A Estudos controlados em grávidas não demonstraram riscos para o feto no 1º trimestre, não havendo evidência de risco nos trimestres seguintes. A possibilidade de dano fetal é remota.
Categoria B Estudos em animais não demonstraram risco para o feto, mas não há estudos controlados em grávidas, ou estudos em animais demonstraram efeitos adversos mas estudos controlados em grávidas não demonstraram esse risco.
Categoria C Estudos em animais não indicam risco para o feto e não existem estudos controlados em grávidas, ou não existem estudos em animais ou humanos. O medicamento deve ser apenas usado se os benefícios compensarem os riscos.
Categoria D Existe a evidência de risco fetal humano, mas existem situações em que os benefícios podem prevalecer em relação aos riscos.
Categoria X Existe um risco definitivo baseado em evidências e e está por isso contraindicado na grávida ou na mulher fértil.
NR Não classificado

São poucos os medicamentos que estão incluídos na categoria A e que são seguros na gravidez ou que têm estudos que o comprovem, por isso, ao decidir-se pelo tratamento, o médico deve adiar o seu uso, quando possível, para depois do primeiro trimestre, usar a dose mais baixa eficaz e durante o menor período de tempo possível e evitar a prescrição de medicamentos novos, a não ser que o seu perfil de segurança seja bem conhecido.

Remédios que podem ser usados durante a gestação

Existem alguns remédios que podem ser usados durante a gravidez, que são aqueles descritos na bula com risco A, porém sempre sob indicação do obstetra.

Como reduzir o risco de o bebê ter complicações?

Depois de confirmar a gravidez, para reduzir o risco do bebê desenvolver complicações só se deve tomar os remédios receitados pelo obstetra e ler a bula sempre antes de usar o remédio para verificar se existe risco e quais são os efeitos colaterais que podem ocorrer. ​

É também importante estar atenta a alguns remédios naturais e chás que não são indicados, como chá de bolbo, cavalinha ou castanha da Índia, por exemplo. Conheça a lista completa dos chás que a grávida não deve tomar.

Além disso, a grávida deve evitar bebidas alcoólicas e alimentos que contenham adoçantes artificiais porque possuem substâncias que podem se acumular no organismo do bebê podendo levar a um atraso no desenvolvimento.