7 tratamentos para esclerose múltipla

Atualizado em setembro 2023

O tratamento para esclerose múltipla é feito com remédios para controlar os sintomas, evitar as crises ou atrasar a sua evolução, além de atividade física, terapia ocupacional ou fisioterapia, principalmente nos momentos de crise, que são quando os sintomas reaparecem, a fim de fazer com que sejam eliminados.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que não tem cura, e que se manifesta através de momentos de surto-remissão o que significa que os sintomas se tornam mais evidentes durante os períodos conhecidos como crise ou surtos da doença, que vão surgindo ao longo da vida, ou devido a progressão da doença.

O tratamento da esclerose múltipla é feito pelo reumatologista ou neurologista, após avaliação criteriosa dos sintomas e estado geral de saúde, podendo indicar diferentes tratamentos de forma individualizada, como forma de evitar a progressão da doença e diminuir os sintomas nos momentos de crise.

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Principais tratamentos para esclerose múltipla

Os principais tratamentos para escleros múltipla que podem ser indicados pelo médico são:

1. Remédios para as crises

O tratamento com remédios para as crises de esclerose múltipla é feito com pulsoterapia, que é a administração de metilprednisolona, que é um corticoide, diretamente na veia, por curtos períodos de tempo, geralmente por 3 a 5 dias.

Após o uso da metilprednisolona, o médico pode recomendar o uso de prednisona, que é outro tipo de corticoide, por via oral por 3 a 5 dias.

Este tratamento ajuda a reduzir a inflamação dos nervos, o que contribui para diminuir a intensidade e o tempo de permanência das crises e aliviar os sintomas como perda parcial da visão, diminuição da força ou da coordenação.

No entanto, deve ser feito por curtos períodos porque os corticoides podem causar muitos efeitos colaterais como insônia, aumento da pressão arterial, aumento dos níveis de glicose no sangue, alterações de humor e retenção de líquidos. Veja outros efeitos colaterais dos corticoides.

2. Remédios para controlar o sistema imunológico

Os remédios para ajudar a controlar o sistema imunológico impedem que o sistema imune ataque as células nervosas, ajudando a reduzir o retorno dos sintomas e a diminuir a progressão da doença.

Os principais remédios para ajudar a controlar o sistema imunológico são:

  • Interferon beta;
  • Fingolimode;
  • Alentuzumabe;
  • Natalizumabe;
  • Acetato de glatirâmer;
  • Fumarato de dimetila;
  • Azatioprina;
  • Ciclofosfamida;
  • Teriflunomida.

Esses remédios podem ser fornecidos pelo SUS, desde que tenha indicação e prescrição médica.

No entanto, existem outros medicamentos que não são disponibilizados pelos SUS, e incluem cladribina, laquinimod e ocrelizumabe, por exemplo.

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3. Remédios para controlar os sintomas

Os tratamento para controlar os sintomas da esclerose múltipla inclui relaxantes musculares, analgésicos, antidepressivos, anticonvulsivantes, medicamentos para fadiga, incontinência urinária, disfunção erétil, insônia ou dificuldade de controle do intestino, por exemplo.

Esses medicamentos devem ser indicados pelo médico de forma individualizada de acordo com os sintomas que cada pessoa apresenta.

4. Fisioterapia motora

A fisioterapia motora geralmente é indicada para evitar retrações musculares, combater a dormência, diminuir a dor, fortalecer os músculos e treinar atividades da vida diária como caminhar, escovar os dentes e pentear os cabelos, por exemplo.

Os exercícios fisioterápicos tem como objetivo fortalecer os músculos, melhorar o equilíbrio e a coordenação motora, sendo indicada quando há uma piora dos sintomas, como dificuldade de movimentar os braços e pernas, falta de coordenação motora, fraqueza muscular ou espasticidade.

Além da fisioterapia, outros tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas, manter a pessoa ativa e evitar que a doença avance incluem tratamento psicológico, neuropsicológico, praticar arteterapia, fazer fonoaudiologia ou terapia ocupacional, por exemplo.

5. Fisioterapia respiratória

A fisioterapia respiratória costuma ser mais indicada numa fase mais avançada da doença quando o sistema respiratório encontra-se comprometido.

Nesse tipo de tratamento fisioterapêutico, pode-se utilizar pequenos aparelhos como o flutter, por exemplo, capaz de fortalecer os músculos respiratórios e soltar o catarro.

Além disso, os exercícios respiratórios também são muito importantes para facilitar a respiração e torná-la mais eficiente, diminuindo o risco de sufocamento.

6. Prática de atividade física

Manter-se ativo e fazer atividade física regularmente ajudam a evitar a progressão da doença ou prevenir o aparecimento rápido de sintomas.

Alguns exercícios que podem ser indicados pelo médico são:

  • Caminhada;
  • Corrida lenta, tipo trote;
  • Andar de bicicleta;
  • Fazer ginástica localizada;
  • Praticar yoga, pilates, especialmente o pilates clínico;
  • Hidroginástica ou natação.

Esses exercícios devem ser realizados em ambiente calmo e tranquilo e com temperatura agradável, porque o calor favorece a transpiração, o que pode agravar os sintomas da esclerose múltipla.

Assim, deve-se estar atento para não manter o ritmo cardíaco muito alto, e para não elevar a temperatura corporal durante a atividade física.

Se durante a atividade física a pessoa sentir-se ofegante, deve parar o exercício imediatamente e respirar fundo e tranquilamente. O mesmo é indicado se sentir o coração batendo acelerado, falta de ar, cansaço ou transpirar muito.

Assista o vídeo seguinte e veja outros exercícios que pode fazer para se sentir melhor:

7. Transplante de células-tronco

O transplante de células tronco autólogo é feito removendo células-tronco da própria pessoa, que deve se submeter a um tratamento com altas doses de medicamentos imunossupressores para inativar o sistema imunológico, antes de receber as células tronco de volta.

Esse tipo de tratamento permite “reiniciar” o sistema imunológico, que é responsável por danificar o cérebro e a medula espinhal na esclerose múltipla.

Este tipo de tratamento pode ser realizado em casos de esclerose múltipla grave e de difícil tratamento, mas não é um tratamento que cura a doença, além de ser extremamente delicado, e deve ser realizado em centros especializados em transplante de células-tronco. Saiba como funciona o tratamento com células tronco.

Opções de tratamento natural

Existem opções de tratamentos naturais para a esclerose múltipla, como dieta balanceada que ajuda a aliviar sintomas de prisão de ventre, por exemplo, aumentar o consumo de alimentos ricos em vitamina D ou fazer terapias, como acupuntura ou acupressão.

No entanto, estes tratamentos naturais não substituem o tratamento indicado pelo médico, apenas complementam.

Além disso, doses altas de vitamina D também podem ser indicada como remédio contra esclerose múltipla, uma vez que alguns estudos indicam que altos níveis de vitamina D podem ajudar a diminuir o risco de crises, reduzir a atividade da doença e o risco de desenvolvimento da esclerose múltipla. Saiba mais sobre esse tipo de tratamento com Vitamina D.

Sinais de melhora

Os sinais de melhora da esclerose múltipla surgem quando a pessoa faz o tratamento de acordo com a orientação do médico, e incluem diminuição da intensidade dos sintomas, diminuição da fadiga e recuperação da coordenação e força dos músculos, permitindo fazer melhor as atividades diárias.

Essa melhora pode acontecer após iniciar o tratamento adequado, mas o tempo necessário para encontrar alívio dos sintomas é muito individual, porque varia de pessoa para pessoa.

Sinais de piora

Quando o tratamento é iniciado tarde ou não é feito de forma adequada, podem surgir sinais de piora da esclerose múltipla, que incluem perda da visão, paralisia, perda da memória ou incontinência.

Nos momentos de piora, os tratamentos disponíveis devem ser intensificados, mas isso não é garantia de que os sintomas possam ser totalmente controlados. Em todo caso, a fisioterapia é uma grande ajuda para melhorar a qualidade de vida.

Possíveis complicações

As principais complicações da esclerose múltipla são:

  • Mobilidade reduzida;
  • Lesões no cérebro, que podem levar a visão dupla;
  • Vertigem crônica;
  • Dificuldade para engolir;
  • Infecções urinárias frequentes, devido a uma alteração na função da bexiga;
  • Prisão de ventre crônica;
  • Disfunção erétil em homens;
  • Transtornos de humor;
  • Fadiga generalizada,
  • Problemas cognitivos, como esquecimentos ou perda de memória.

Em fases avançadas da doença, também podem surgir complicações respiratórias, podendo muitas vezes pode ser fatal, devido ao comprometimento dos músculos respiratórios.

Além disso, o acúmulo de secreções nos pulmões pode ocasionar doenças como pneumonia aspirativa, atelectasia ou insuficiência respiratória.

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