Vasculite: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

Atualizado em março 2024

Vasculite é a inflamação dos vasos sanguíneos, que pode afetar somente um ou vários vasos, e até mesmo diferentes órgãos do corpo, podendo causar redução ou bloqueio do fluxo sanguíneo no vaso sanguíneo, o que pode resultar em falta de oxigênio para a área afetada.

Os sintomas da vasculite variam de acordo com o órgão ou a região do corpo afetada, sendo que de forma geral podem surgir febre, perda de peso sem motivo aparente, dor de cabeça, cansaço excessivo ou dor no corpo generalizada.

O tratamento da vasculite é feito pelo angiologista, reumatologista ou clínico geral, e varia de acordo com sua causa, podendo ser indicado o uso de remédios corticoides e/ou imunossupressores para diminuir a inflamação e evitar o surgimento de lesões nas áreas afetadas.

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Imagem ilustrativa número 1
Manchas de vasculite na pele

Sintomas de vasculite

Os principais sintomas de vasculite são:

  • Pele: manchas arroxeadas que aparecem em grupos e pode levar ao rompimento da pele, formigamento ou perda da sensibilidade da região;
  • Nariz e ouvidos: sinusites recorrentes, hemorragias nasais, úlceras nasais ou otites recorrentes, surdez temporária, voz rouca, dor nasal;
  • Rim: presença de proteínas e/ou de sangue na urina, hipertensão arterial, membros e face inchados, urina turva;
  • Intestino: dor abdominal frequentemente depois das refeições, aparecimento de sangue nas fezes;
  • Pulmão: tosse com sangue, falta de ar, chiado ao respirar, pneumonia resistente à antibióticos;
  • Articulações: dores, inchaço, calor, vermelhidão e dificuldade em movimentar as articulações;
  • Olhos: dificuldade na visão, visão dupla ou turva, dor no olho ou olho vermelho;
  • Nervos dos membros: fraqueza muscular, formigamento, paralisia.

Outros sintomas que também podem estar presentes na vasculite são emagrecimento sem causa aparente, dor no corpo recorrente, cansaço extremo, perda de apetite, mal-estar e febre.

Caso exista suspeita de vasculite, é importante procurar atendimento médico o mais rápido possível, pois a vasculite pode danificar gravemente órgãos como, pulmão ou rins.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da vasculite normalmente é feito pelo angiologista, reumatologista ou clínico geral através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico.

Além disso, o médico deve solicitar exames, como detecção de anticorpos anti-citoplasma (ANCA), proteína C reativa, exame de urina, eletrólitos, creatinina, hemograma completo, testes de função hepática e renal ou exame FAN, por exemplo. Entenda o que é o exame FAN e como é feito.

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Foto de uma doutora e um doutor de braços cruzados esperando você para atender

Nos casos em que se suspeita que a vasculite tenha atingido algum órgão, também pode ser necessária a realização de exames para avaliar a função dos órgãos afetados, como ressonância magnética, ultrassom ou tomografia computadorizada, além de biópsia.

Possíveis causas

A causa da vasculite ainda não é totalmente conhecida, no entanto, acredita-se que esteja relacionada a uma combinação de fatores como genéticas, doenças autoimunes, uma reação exagerada do sistema imunológico a medicamentos, infecções ou câncer, ou fatores ambientais.

Alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento de vasculite são:

  • Doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide ou escleroderma;
  • Infecções, como hepatite B ou C, ou o parvovírus B19;
  • Medicamentos, como penicilamina, propiltiouracil, hidralazina, minociclina;
  • Uso de drogas de abuso, como cocaína ou anfetaminas;
  • Hábito de fumar ou exposição ao pó de sílica.

Além disso, a vasculite é mais comum em pessoas com histórico familiar de doença de Behçet, doença de Takayasu, doença de Kawasaki ou granulomatose com poliangiite.

Tipos de vasculite

A vasculite pode ser classificada de acordo com suas causas e sintomas:

1. Vasculite primária

A vasculite primária não tem causa completamente conhecida e pode afetar apenas um tecido ou um órgão, como sistema nervoso central (cérebro) ou pele, por exemplo.

Além disso, a vasculite primária também pode afetar vários órgãos, sendo nesse caso conhecida como vasculite sistêmica, como acontece na doença de Kawasaki, doença de Takayasu, arterite temporal, granulomatose de Wegener, poliarterite nodosa ou doença de Behçet.

2. Vasculite secundária

A vasculite secundária pode surgir consequência de outras condições, como infecções, leucemia, linfoma, doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico ou artrite reumatóide, além de fatores ambientais como uso de drogas, exposição ao pó de sílica, ou medicamentos.

Como é feito o tratamento

O tratamento da vasculite deve ser feito com orientação do angiologista, reumatologista ou clínico geral e varia de acordo com tipo de vasculite e da a gravidade do quadro.

Nos casos de vasculite primária, o tratamento normalmente é feito com:

  • Corticoides, como a hidrocortisona, dexametasona, mometasona ou betametasona, por exemplo, que podem ser usado sozinhos ou em associação com imunossupressores. Confira quais os tipos de corticoides e para que servem;
  • Imunossupressores, como metotrexato, azatioprina, ciclofosfamida ou micofenolato;
  • Terapia biológica, como o rituximabe;
  • Imunoglobulina, aplicada por via intravenosa;
  • Plasmaférese, que é um processo de filtração de sangue, em que o excesso de anticorpos são retirados do plasma e descartados, e as células sanguíneas são devolvidas ao organismo. Entenda como é feita a plasmaférese.

Já para as vasculites secundárias, o tratamento é feito de direcionado para a condição que desencadeou a inflamação nos vasos sanguíneos.

No caso de vasculites graves, que afetam órgãos, pode ser necessário internamento no hospital e até cirurgia para restabelecer o fluxo de sangue no vaso afetado.

Junto com o tratamento com remédios, a prática de exercícios físicos leves, repouso adequado, alimentação saudável e redução dos níveis de estresse tem se mostrado importante e com ótimos resultados para tratar a vasculite.