Acidose tubular renal é um grupo de doenças que surgem quando os rins não conseguem remover substâncias ácidas do sangue para serem eliminados na urina, resultando em sintomas como fraqueza muscular, diminuição dos reflexos, ou atraso no desenvolvimento da criança.
A acidose tubular renal (ATR) pode afetar tanto crianças como adultos, podendo ser causada por doenças hereditárias, mas também pode surgir por outras condições de saúde que podem afetar os rins, como artrite reumatoide ou lupus, por exemplo.
O tratamento da acidose tubular renal é feita pelo nefrologista que pode indicar o uso de remédios para diminuir a acidez do sangue, diuréticos ou até corticoides, o que depende da gravidade dos sintomas e do tipo de acidose tubular renal.
Sintomas de acidose tubular renal
Os principais sintomas de acidose tubular renal são:
- Atraso no desenvolvimento e crescimento;
- Dificuldade para criança ganhar peso;
- Raquitismo;
- Desidratação leve;
- Pedra nos rins ou infecções urinárias recorrentes;
- Fraqueza, paralisia muscular ou diminuição dos reflexos;
- Arritmia cardíaca;
- Atraso no desenvolvimento da linguagem;
- Dor óssea, maior fragilidade nos ossos e aumento do risco de fraturas;
- Perda auditiva ou cegueira.
A acidose tubular renal, muitas vezes, não causa sintomas, no entanto à medida que a doença evolui podem surgir alguns sintomas, principalmente se não houver maturação do sistema excretor.
Além disso, os sintomas variam de acordo com o tipo de acidose tubular renal, sendo importante consultar o pediatra ou o nefrologista para que seja feito o diagnóstico, identificada a causa e o tipo de acidose, para iniciar o tratamento mais adequado.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da acidose tubular renal é feito pelo pediatra ou nefrologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exames laboratoriais e de imagem.
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Assim podem ser solicitados exames de aldosterona, bicarbonato, cloreto, sódio e potássio no sangue e também é feita a medição do pH sanguíneo.
Leia também: Aldosterona: o que é, funções (e porque está alta ou baixa) tuasaude.com/aldosteronaAlém disso, pode ser indicada a realização de ultrassom dos rins, para verificar a presença de pedra nos rins, ou raio X das mãos ou dos pés, por exemplo, para que o médico possa verificar se há alterações ósseas que podem interferir no desenvolvimento da criança.
Tipos de acidose tubular renal
A acidose tubular renal pode ser classificada em diferentes tipos, sendo os principais:
1. Acidose tubular renal distal ou tipo 1
A acidose tubular renal distal ou tipo 1 afeta o túbulo renal distal, que é responsável pelo transporte de sódio, cloreto e potássio do sangue para a urina.
Esse tipo de ATR é mais comum em em adultos, causado por outras condições de saúde, mas também pode afetar crianças.
2. Acidose tubular proximal ou tipo 2
A acidose tubular proximal ou tipo 2 afeta o túbulo renal proximal, levando a uma falta de capacidade de reabsorver o bicarbonato de sódio da urina, aumentando sua eliminação, resultando em aumento da acidez do sangue.
Esse tipo de ATR é mais comum em recém nascidos devido a condições hereditárias.
3. Acidose tubular renal mista ou tipo 3
A acidose tubular renal mista ou tipo 3 é uma combinação da ATR distal e proximal (tipo 1 e tipo 2), causada pela deficiência de uma enzima, a anidrase carbônica, responsável por regular a acidez do sangue.
4. Acidose tubular renal hipercalemica ou tipo 4
A acidose tubular renal hipercalemica ou tipo 4 é causada por uma deficiência do hormônio aldosterona ou por alterações nos rins que não respondem a esse hormônio.
A aldosterona é responsável por agir nos rins aumentando a eliminação de potássio, e quando esse íon não é eliminado de forma adequada através da urina, tem seus níveis aumentados no sangue, sendo essa condição chamada de hipercalemia.
Leia também: Hipercalemia: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/hipercalemiaPossíveis causas
A acidose tubular renal é causada por uma perda da capacidade dos túbulos renais de eliminar ácidos do sangue através da urina ou de absorver o bicarbonato de sódio da urina, resultando em aumento da acidez do sangue, chamada de acidose.
Fatores de risco
Alguns fatores genéticos, hereditários ou outras doenças podem contribuir para o desenvolvimento da acidose tubular renal, como:
- Síndromes de Marfan, de Ehler-Danlos, de Falconi ou de Sjögren;
- Doença de Wilson ou doenças crônicas do fígado;;
- Obstrução congênita do trato urinário ou pielonefrite crônica;
- Níveis altos de cálcio crônico ou deficiência de vitamina D;
- Nefrite intersticial crônica;
- Mieloma múltiplo, amiloidose ou lupus eritematoso sistêmico;
- Anemia falciforme ou crioglobulinemia;
- Hiperparatireoidismo;
- Rejeição de transplante renal.
Além disso, a acidose tubular renal também pode ser causada pelo uso de remédios, como lítio, anfotericina B, ácido valproico, ifosfamida, espironolactona, amilorida, atenolol, propranolol, captopril, enalapril, anti-inflamatórios não esteroides, tetraciclinas ou antivirais, por exemplo.
A acidose tubular renal também pode surgir devido à exposição ou intoxicação por metais pesados, como chumbo, por exemplo.
Como é feito o tratamento
O tratamento da acidose tubular renal é feito com a orientação do nefrologista ou do pediatra e depende do seu tipo e dos níveis de íons no sangue e da gravidade dos sintomas.
Assim, o médico pode indicar o uso de bicarbonato de sódio ou citrato de potássio para corrigir a acidez do sangue, para evitar danos nos ossos, músculos ou desenvolvimento de pedras nos rins, por exemplo.
Além disso, o médico pode indicar o uso de diuréticos tiazídicos, como hidroclorotiazida ou indapamida, por exemplo, para aumentar a absorção de bicarbonato de sódio da urina para o sangue, especialmente no tratamento da ATR tipo 2.
Em alguns casos, o médico pode indicar também o uso de suplementos de vitamina D ou fósforo, ou uso de corticoides, o que depende do tipo de acidose tubular renal.
É importante que o tratamento seja feito conforme a recomendação do médico para evitar a ocorrência de complicações relacionadas ao excesso de ácido no organismo, como deformações ósseas, aparecimento de calcificações nos rins e falência renal, por exemplo.
Acidose tubular renal em crianças
As crianças diagnosticadas com ART podem ter uma vida completamente normal e com qualidade de vida desde que realizem o tratamento corretamente para evitar complicações.
No entanto, é possível que se tornem mais suscetíveis a infecções devido à maior fragilidade do sistema imunológico.
Em alguns casos, os sintomas da acidose tubular renal podem desaparecer entre os 7 e 10 anos devido à maturação do rins, não sendo necessário realizar tratamento, apenas acompanhamento médico para avaliar se os rins estão funcionando corretamente.