A adenomiose é o crescimento anormal de células da camada reveste internamente o útero, chamada endométrio, dentro da camada muscular do útero, ou miométrio, resultando em aumento do útero e sintomas como barriga inchada, menstruação intensa ou prolongada, ou cólicas fortes durante a menstruação.
As causas da adenomiose não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que pode surgir devido a cirurgias ginecológicas ou parto cesária, que rompem as camadas mais profundas do endométrio e miométrio, podendo levar à proliferação de células do endométrio, dentro do miométrio.
O tratamento da adenomiose, também chamada de adenomiose uterina, é feito pelo ginecologista, que pode indicar remédios anti-inflamatórios para aliviar os sintomas, hormônios, ou cirurgia para remoção do útero.
Sintomas de adenomiose
Os principais sintomas da adenomiose são:
- Inchaço na barriga;
- Sensação de pressão na barriga;
- Sangramento menstrual intenso;
- Menstruação prolongada;
- Cólicas muito fortes durante a menstruação;
- Dor pélvica aguda durante a menstruação;
- Dor pélvica crônica;
- Dor durante o contato íntimo;
- Infertilidade.
A adenomiose nem sempre provoca sintomas, porém, geralmente os sintomas podem surgir 2 a 3 anos após o parto, mesmo nos casos em que a mulher já tem adenomiose desde a infância, e geralmente desaparecem após a menopausa, quando o ciclo menstrual deixa de acontecer.
Além disso, a adenomiose pode ser uma das causas da dismenorreia e de hemorragia uterina anormal, sendo muitas vezes difícil de diagnosticar. Confira outros sinais de alterações no útero.
A adenomiose pode afetar a gravidez?
A adenomiose pode provocar complicações graves na gravidez, como gravidez ectópica ou aborto, por exemplo, sendo recomendado o acompanhamento regular do obstetra, para que sejam evitadas essas complicações.
Além disso, em alguns casos a adenomiose, pode dificultar a fixação do embrião no útero, dificultando assim a gravidez. Veja outras causas que podem levar a alterações do tamanho do útero e dificultar a gravidez.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da adenomiose é feito pelo ginecologista, através da avaliação dos sintomas como dor, sangramentos intensos ou queixas de dificuldade para engravidar, histórico de saúde e exame ginecológico.
Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar exames de imagem, como ultrassom transvaginal ou ressonância magnética, que são capazes de mostrar o espessamento do útero.
Marque uma consulta com o ginecologista mais próximo, usando a ferramenta a seguir, para investigar a possibilidade de adenomiose:
Além disso, o médico pode solicitar uma histerossonografia, pois permite observar o interior do útero, facilitando a identificação do adenomiose e ajudando a descartar outras condições que apresentam achados semelhantes nos exames de ultrassom e ressonância magnética, como endometriose, leiomiomas ou câncer. Veja como é feita a histerossonografia.
Possíveis causas
As causas da adenomiose ainda não estão muito bem esclarecidas, no entanto, acredita-se que traumas, inflamações, fatores genéticos e hormonais podem levar a uma proliferação de células do endométrio dentro do miométrio.
Alguns fatores que podem aumentar o risco de adenomiose são:
- Idade, sendo mais comum entre os 40 e 50 anos;
- Mais de uma gravidez ao longo da vida;
- Parto cesárea;
- Curetagem ou dilatação uterina;
- Cirurgia para remoção de miomas;
- Endometriose;
- Primeira menstruação antes dos 12 anos;
- Ciclos menstruais curtos;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Uso de pílula anticoncepcional;
- Uso de tamoxifeno.
Apesar da causa da adenomiose não ser totalmente conhecida, sabe-se que a exposição ao hormônio estrogênio pode desencadear a adenomiose.
A adenomiose pode virar câncer?
A adenomiose é uma condição benigna do útero, não estando relacionada ao câncer e também não vira câncer.
Como é feito o tratamento
O tratamento da adenomiose varia de acordo com os sintomas sentidos e devem ser orientado por um ginecologista.
Os principais tratamentos para a adenomiose são:
- Anti-inflamatórios não esteroides, como cetoprofeno ou ibuprofeno, para o alivio da dor e inflamação;
- Remédios hormonais, como pilula anticoncepcional com progesterona, danazol, adesivo anticoncepcional, anel vaginal ou DIU hormonal;
- Cirurgia de retirada do excesso de tecido endometrial dentro do útero, em casos onde a adenomiose está localizada numa determinada região do útero e não se encontra muito penetrada dentro do músculo;
- Cirurgia para retirada do útero, chamada histerectomia total, para remoção completa do útero. Nesta cirurgia, geralmente os ovários não precisam ser removidos.
A cirurgia para retirada do útero elimina completamente os sintomas da doença, porém apenas é feita em casos mais graves, quando a mulher já não pretende engravidar e quando a adenomiose provoca dor constante e sangramentos abundantes. Saiba mais sobre as opções de tratamento para a adenomiose.
A adenomiose é o mesmo que endometriose?
A adenomiose é considerada um tipo de endometriose, pois corresponde ao crescimento do tecido endometrial dentro do músculo do útero, podendo inclusive, em alguns casos, a mulher ter ao mesmo tempo a adenomiose e a endometriose. Entenda o que é a endometriose.
Além disso, existem vários tipos de adenomiose, que pode ser a adenomiose focal, quando se localiza numa determinada região do útero, ou adenomiose difusa, quando se espalha por toda a parede do útero, deixando-o mais pesado e volumoso.
Assista o vídeo com a Dra. Helizabet Ribeiro, ginecologista especializada em endometriose que esclarece todas as dúvidas sobre a essa doença: