Anticorpos monoclonais: o que são, tipos e para que servem

Anticorpos monoclonais são proteínas produzidas em laboratório, como o trastuzumabe, o rituximabe ou o adalimumabe, que agem no corpo ao se ligar a partes específicas de vírus, bactérias ou de certos tipos de células do câncer, ajudando o sistema imunológico a reconhecer essas células estranhas e a combater mais rapidamente algumas doenças.

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Dependendo do anticorpo monoclonal usado, estes remédios podem ser indicados para o tratamento de doenças graves como osteoporose, leucemia, psoríase em placa ou alguns tipos de câncer, como o câncer da mama ou nos ossos, ou até mesmo a infecção pela COVID-19, por exemplo.

Os anticorpos monoclonais são remédios usados somente em hospitais, na forma de injeção aplicada por um enfermeiro, diretamente na veia ou sob a pele, e com indicação e orientação médica.

Imagem ilustrativa número 1

Para que servem

Os anticorpos monoclonais são indicados para o tratamento de doenças como:

  • Câncer;
  • Artrite reumatoide;
  • Esclerose múltipla;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Doença de Crohn;
  • Colite ulcerativa;
  • Psoríase;
  • Espondilite anquilosante;
  • Osteoporose;
  • Rejeição de transplantes.

O tratamento com anticorpos monoclonais, é também chamado de imunoterapia ou terapia alvo, porque cada tipo de anticorpo monoclonal tem como alvo partes específicas das células de certas doenças ou microrganismos como vírus ou bactérias.

Anticorpos monoclonais e COVID-19

Alguns anticorpos monoclonais, como casirivimabe, imdevimabe ou regdanvimabe, agem se ligando a proteínas específicas presentes na superfície do coronavírus, impedindo sua capacidade de infectar as células do corpo, ou ajudando o sistema imunológico a combater o coronavírus.

Esses anticorpos monoclonais são aprovados pela ANVISA para uso emergencial em hospitais, para os casos leves a moderados ou pessoas que têm risco de evoluir para a forma grave da COVID-19, por exemplo. Confira todos os remédios aprovados e em estudo para a COVID-19.

Principais tipos

Os principais tipos de anticorpos monoclonais incluem:

1. Anticorpos monoclonais recombinantes

Os anticorpos monoclonais recombinantes são os tipos mais comuns de anticorpos monoclonais utilizados, desenvolvidos por engenharia genética.

Esse tipo de anticorpo monoclonal ataca especificamente uma proteína que está presente nas células estranhas, estimulando e melhorando a ação do sistema imunológico ou bloqueando proteínas específicas nas células tumorais que fazem o tumor crescer ou se espalhar, formando metástases, por exemplo.

Alguns exemplos de anticorpos monoclonais recombinantes são:

  • Trastuzumabe (Herceptin): indicado para o tratamento do câncer de mama ou de estômago, que tem a proteína HER2-positiva, e pode ser usado sozinho ou em combinação com quimioterapia, dependendo do estágio do tumor, conforme indicação médica;
  • Rituximabe (MabThera): indicado para o tratamento do linfoma não Hodgkin CD20 positivo, artrite reumatoide ou leucemia linfóide crônica, por exemplo;
  • Denosumabe (Prolia ou Xgeva): indicado para o tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa ou em homens com câncer de próstata que têm um risco aumentado de fraturas ósseas, câncer do osso ou do câncer em estado avançado com metástases ósseas;
  • Adalimumabe (Humira): indicado para o tratamento da artrite reumatoide, espondilite anquilosante, doença de Crohn, colite ulcerativa ou psoríase, por exemplo, pois bloqueia uma proteína específica, o TNF-α, que está presente em altos níveis em doenças inflamatórias;
  • Regdanvimabe (Regkirona): indicado para o tratamento da doença causada pela COVID-19 em adultos que não necessitam de oxigênio e com alto risco de de desenvolver a forma grave da doença, que age se ligando à proteína spike na superfície do coronavírus, impedindo que o vírus entre nas células do corpo.

Esses remédios devem sempre ser usados com indicação e pelo tempo de tratamento estabelecidos pelo médico, de acordo com cada indicação, com doses individualizadas.

2. Anticorpos monoclonais conjugados

Os anticorpos monoclonais conjugados são preparados para transportar substâncias, como quimioterápicos ou radioterápicos, que são liberados em células específicas no corpo levando à sua destruição.

Os principais anticorpos monoclonais conjugados são:

  • Trastuzumabe entansina (Kadcyla): indicado para o tratamento do câncer de mama HER-2 positivo com metástases, pois age ligando-se a proteína HER-2 na superfície das células tumorais e liberando o quimioterápico DM1 dentro dessas células;
  • Brentuximabe vedotin (Adcetris): indicado para o tratamento do linfoma de Hodgkin CD30 positivo ou linfoma anaplásico de grandes células sistêmico, que age liberando o quimioterápico dentro das células tumorais que têm a proteína CD30 na sua superfície.

Além disso, outro anticorpo monoclonal conjugado, aprovado na Europa, para o tratamento do linfoma não Hodgkin folicular de células B CD20+, é o ibritumomab tiuxetan (Zevalin), que age liberando radioterapia dentro das células tumorais desse tipo de tumor, levando à sua destruição.

3. Anticorpos monoclonais bi-específicos

Os anticorpos monoclonais bi-específicos possuem dois anticorpos diferentes, como o blinatumomabe (Blincyto) que age ativando o sistema imunológico para atacar e destruir esses glóbulos brancos tumorais, indicado para o tratamento da leucemia linfoblástica aguda. Veja outros tratamentos para a leucemia linfoblástica aguda.

Como usar

Os anticorpos monoclonais devem ser usados apenas nos hospitais, na forma de injeção aplicada diretamente na veia ou sob a pele, por um enfermeiro, e com indicação médica, pois o tipo de anticorpo e as doses recomendadas dependem do problema a tratar e da sua gravidade.

Em grande parte dos casos, os anticorpos monoclonais são utilizados no tratamento do câncer, e podem ser usados sozinhos ou combinados com a quimioterapia conforme indicações específicas dadas pelo médico.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns que os anticorpos monoclonais podem causar são diarréia ou prisão de ventre, náuseas, vômitos, insônia, dor ou desconforto abdominal, cansaço excessivo ou dor muscular ou nas articulações, por exemplo.

Além disso, os anticorpos monoclonais podem causar alergia grave ou reação anafilática com sintomas que podem iniciar imediatamente após a injeção, como dificuldade para respirar, calafrios, febre, tosse, sensação de garganta fechada, inchaço na boca, língua ou rosto, ou urticária. Por isso, os anticorpos monoclonais devem ser aplicados em hospitais para que se possa prestar os primeiros socorros imediatamente.

Quem não deve usar

Os anticorpos monoclonais não devem ser usados por crianças, mulheres grávidas ou em amamentação, e por pessoas que tenham alergia aos componentes presentes nas formulações.