Choque séptico: o que é, sintomas, causas e tratamento

O choque séptico é uma complicação grave da sepse, em que há grande quantidade de toxina microbiana no sangue, provocando diminuição da pressão arterial e aumento da concentração de lactato circulante.

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Devido à diminuição da pressão arterial, é comum que pessoas em choque séptico apresentem também maior dificuldade na circulação do sangue o que faz com que chegue menos oxigênio a órgãos importantes, como o cérebro, o coração e os rins. Isto faz com que surjam outros sinais e sintomas mais específicos do choque séptico, como diminuição da quantidade de urina e alterações do estado mental.

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O tratamento do choque séptico é feito com a pessoa internada, pois assim é possível que seja monitorada regularmente e seja feito o melhor tratamento, que normalmente é feito com antibióticos administrados diretamente na veia.

Imagem ilustrativa número 3

Principais sintomas

Os principais sintomas de choque séptico são:

  • Febre alta e persistente;
  • Aumento dos batimentos cardíacos;
  • Pressão arterial muito baixa, sendo a pressão arterial média (PAM) menor ou igual a 65 mmHg;
  • Aumento na concentração de lactato circulante, sendo verificada concentrações acima de 2,0 mmol/ L;
  • Respiração rápida, na tentativa de aumentar a quantidade de oxigênio circulante;
  • Elevação da temperatura acima do normal ou queda excessiva;
  • Menor produção de urina;
  • Perda da consciência ou confusão mental.

Os sintomas do choque séptico surgem quando o microrganismo chega na corrente sanguínea e libera suas toxinas, que estimulam o sistema imune a produzir e liberar substâncias responsáveis por combater essa infecção. No caso do paciente não responder ao tratamento ou a toxicidade dos microrganismos ser muito elevada, é possível que evolua para sepse grave e, em seguida, choque séptico.

Devido à grande quantidade de toxinas, pode haver alteração na quantidade de oxigênio que chega aos órgãos, podendo resultar na falência dos órgãos e colocando a vida da pessoa em risco.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do choque séptico é feito a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa e resultado de exames laboratoriais, como hemograma, dosagem de eletrólitos e de avaliação dos rins, que costumam estar alterados em caso de choque séptico.

Além disso, pode ser solicitada a avaliação da quantidade de oxigênio no sangue, dosagem de LDH e medição da pressão arterial, que costuma permanecer baixa mesmo após início do tratamento. Para identificar o microrganismo responsável pelo choque séptico, o médico indica a realização de hemocultura, que é normalmente feita a partir da análise de 3 amostras de sangue coletadas no hospital. Entenda como é feita a hemocultura.

Consulte o médico mais próximo para avaliar o risco de choque séptico:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Causas do choque séptico

As principais causas do choque séptico são:

  • Bactérias, como Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus sp., Neisseria meningitidis, entre outras;
  • Vírus, como influenza H1N1, H5N1, vírus da febre amarela ou vírus da dengue, entre outros; 
  • Fungos, principalmente do gênero Candida sp.

As infecções que levam ao choque séptico podem surgir em qualquer local do corpo, e algumas das mais comuns são pneumonia, infecção urinária, meningite, erisipela, celulite infecciosa, infecção de feridas cirúrgicas ou contaminação de cateteres.

A ocorrência do choque séptico está relacionada com a resistência dos microrganismos ao tratamento, além do sistema imunológico da pessoa. Além disso, a presença de sondas e cateteres infectados, que são dispositivos médicos que estão em contato direto com a pessoa hospitalizada, também pode favorecer o choque séptico, isso porque o microrganismo pode espalhar-se com mais facilidade pela corrente sanguínea, proliferar e liberar toxinas que acabam por comprometer o funcionamento do organismo e o suprimento de oxigênio para os tecidos.

Quem tem mais risco

Alguns fatores que aumentam o risco de choque séptico são:

  • Hospitalização na UTI;
  • Uso de sondas e cateteres;
  • Realização de exames invasivos;
  • Sistema imunológico enfraquecido devido à idade ou doença;
  • Doenças crônicas, como diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, aplasia de medula, insuficiência renal.

Além disso, o uso de medicamentos imunossupressores como quimioterapia, corticoides, antibióticos ou radioterapia também pode tornar a pessoa mais predisposta à sepse e ao choque séptico, porque podem prejudicar a ação do sistema imune.

Como é feito o tratamento

O tratamento do choque séptico deve ser feito na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), podendo ser indicado:

1. Uso de antibióticos

Caso o choque séptico seja confirmado, um potente antibiótico deve ser iniciado, mesmo que ainda não se saiba o foco da infecção. Dessa forma, é possível promover a eliminação mais rápida possível do microrganismo responsável pela infecção. É importante que seja verificado o perfil de sensibilidade e resistência do agente infeccioso para que o antibiótico mais adequado seja indicado.

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2. Hidratação na veia

No choque séptico a circulação sanguínea fica extremamente prejudicada, o que dificulta a oxigenação do organismo. A realização de altas doses de soro na veia, cerca de 30 ml por kg, é recomendada como forma a ajudar manter o fluxo sanguíneo aceitável e melhorar a resposta aos medicamentos.

3. Medicamentos para a pressão arterial

Devido à queda da pressão arterial, que não é resolvida somente com hidratação na veia, geralmente é necessário utilizar medicamentos para a elevação da pressão arterial, chamados de vasopressores para alcançar uma pressão arterial média de pelo menos 65 mmHg.

Alguns exemplos deste medicamentos são Noradrenalina, Vasopressina, Dopamina e Adrenalina, que são medicamentos que devem ser usados com uma rigorosa monitorização clínica para evitar maiores complicações. Outra opção é utilizar medicamentos que aumentam a força de batimento do coração, como a Dobutamina.

4. Transfusão sanguínea

Pode ser necessária para pacientes que têm sinais de um fluxo sanguíneo insuficiente e que tenham uma anemia com hemoglobina abaixo de 7mg/dl. Confira as principais indicações da transfusão sanguínea.

5. Uso de corticoides

Os medicamentos corticosteroides, como Hidrocortisona, podem ser indicados como forma de reduzir a inflamação, no entanto, só há benefícios em caso de choque séptico refratário, ou seja, nos casos em que não se consegue melhorar a pressão arterial mesmo com hidratação e uso de remédios. 

6. Hemodiálise

Nem sempre a hemodiálise é indicada, no entanto, pode ser uma solução em casos graves em que é necessária uma rápida remoção de excesso de eletrólitos, acidez no sangue ou em que há parada do funcionamento dos rins.