A principal causa de coceira na vagina é a alergia na região íntima, geralmente causada pelo uso de produtos íntimos ou calcinhas de material sintético. No entanto, a coceira vaginal também pode ser também causada por candidíase, infecções sexualmente transmissíveis (IST's) ou câncer vaginal, por exemplo.
Além da coceira, as mulheres podem também ter outros sintomas como vermelhidão e/ ou inchaço do local, placas esbranquiçadas na vagina, corrimento, cheiro intenso, dor ou queimação urinar e presença de pequenas bolinhas na vagina.
Na presença de coceira na vagina, principalmente se estiver acompanhada por outros sintomas, é importante consultar um ginecologista, para identificar a causa e iniciar o melhor tratamento, que pode envolver a realização de banho de assento, uso de pomadas e/ ou de antibióticos.
O que causa coceira na vagina
Para descobrir qual a possível causa da sua coceira vaginal, por favor responda às seguintes questões:
É importante lembrar que esta ferramenta serve apenas como orientação para tentar identificar a possível causa da coceira. Por esse motivo não deve substituir a consulta com o médico, que é o único profissional capaz de confirmar o diagnóstico e recomendar o tratamento adequado.
12 causas de coceira na vagina
As principais causas de coceira na vagina são:
1. Candidíase
A candidíase é uma infecção causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida albicans.
Isso acontece quando o sistema imunológico está enfraquecido ou quando ocorrem alterações no pH da região íntima, causando coceira, ardência, e corrimento branco com textura semelhante a nata ou leite talhado. Saiba como identificar os sintomas da candidíase.
O que fazer: o tratamento para candidíase normalmente é feito com o uso de pomadas antifúngicas ou medicamentos orais, receitados pelo ginecologista, como clotrimazol e miconazol, além de ser recomendado dormir sem roupa íntima e lavar a região genital somente com água e sabonete neutro.
2. Alergias
As alergias podem surgir devido ao cloro presente na água da banheira ou na piscina, o látex presente na camisinha, o gel lubrificante, alguns sabonetes, tecidos, como lycra ou microfibra, ou sêmen.
Essas alergias podem levar ao surgimento de coceira e outros sintomas, como sensação de queimação, vermelhidão ou inchaço na vagina.
O que fazer: o tratamento das alergias deve ser feito sob orientação do ginecologista que vai avaliar as possíveis causas e indicar o remédio mais adequado, podendo incluir corticoides e antialérgicos.
É importante também evitar usar camisinhas com corante, aromatizante e látex, e usar calcinhas de algodão, por ser um material que não causa alergia e irritação na região íntima.
No entanto, para tratar a alergia ao sêmen, é recomendado usar preservativo em todas as relações sexuais, para evitar o contato direto com o esperma. Saiba o que é e como tratar a alergia ao sêmen.
3. Infecções sexualmente transmissíveis
Algumas infecções sexualmente transmissíveis, ou IST's, como a tricomoníase, as verrugas vaginais ou a herpes genital, também podem causar coceira na vagina. Entenda os principais sintomas de IST na mulher.
O que fazer: quando a coceira surge após a relação sexual sem uso de preservativo, é recomendado passar por uma consulta com um ginecologista, para que sejam feitos exames e indicar o tratamento mais adequado, que pode incluir o uso de antibióticos e antivirais.
Leia também: Dor no clitóris: 15 causas (e o que fazer) tuasaude.com/dor-no-clitoris4. Vaginose bacteriana
A vaginose bacteriana é uma infecção que surge pelo desequilíbrio na flora vaginal, que pode ser causado pelo uso de duchas vaginais, alterações hormonais e pela presença de uma IST, por exemplo, e que favorecem o crescimento de bactérias ruins na vagina.
Essa infecção pode causar coceira e outros sintomas, como vermelhidão e corrimento com forte odor. Conheça outros sintomas da vaginose bacteriana.
O que fazer: para combater a vaginose bacteriana, o ginecologista geralmente recomenda o uso de antibióticos, que podem ser em forma de pomada para aplicar no local ou comprimidos orais.
Além disso, é recomendado também usar preservativo durante as relações e evitar consumir bebidas alcoólicas.
5. Vaginite atrófica
A vaginite atrófica é uma inflamação na vagina causada pela diminuição do hormônio estrogênio no organismo, que causa sintomas, como coceira, corrimento com cheiro forte e dor ou queimação ao urinar. Veja como é a vaginite atrófica.
Essa condição é mais comum durante a menopausa, a amamentação e durante o uso de remédios para tratar o câncer.
O que fazer: o tratamento da vaginite atrófica deve ser indicado pelo ginecologista, que poderá recomendar o uso do hormônio estrogênio, na forma de creme ou de comprimidos, de lubrificantes e de medicamentos analgésicos.
6. Vaginose citolítica
A vaginite citolítica acontece quando o número de lactobacilos, naturalmente presentes na vagina, aumentam muito, diminuindo o pH da região.
Essa condição pode causar sintomas parecidos com os da candidíase, como coceira, corrimento esbranquiçado, com textura semelhante a nata ou leite talhado e sem cheiro. Veja outros sintomas da vaginose citolítica.
O que fazer: para tratar a vaginose citolítica, o ginecologista pode indicar supositório vaginal, duchas ou banhos de assento com bicarbonato de sódio, para reduzir a quantidade de lactobacilos e aumentar o pH vaginal.
Leia também: Banho de assento com bicarbonato: para que serve e como fazer tuasaude.com/banho-de-assento-com-bicarbonato7. Líquen plano
O líquen plano é uma doença inflamatória causada por uma reação do sistema imunológico a alguns medicamentos, produtos químicos ou estresse.
Essa inflamação pode causar coceira e ardência na vagina. Entenda o que é e conheça outros sintomas do líquen plano.
O que fazer: o tratamento do líquen plano deve ser feito com um dermatologista, ou ginecologista, que poderá indicar o uso de remédios antialérgicos, corticoides e psicoterapia, em casos de estresse.
8. Líquen escleroso
O líquen escleroso é uma doença de pele causada por uma inflamação, relacionada com fatores genéticos e imunológicos.
Essa condição pode causar o surgimento de sinais e sintomas, como coceira, irritação, descamação e bolhas na vagina. Veja todos os sintomas do líquen escleroso.
O que fazer: para combater o líquen escleroso, o médico poderá recomendar o uso de pomadas com corticoide e outras medidas, como evitar coçar a região genital, usar roupas de algodão e lavar a vagina somente com água e sabão neutro.
9. Câncer na vulva
O câncer na vulva é um tipo de câncer que acontece na área externa da vagina e que pode causar sintomas como coceira, dor, sangramentos fora do período menstrual, surgimento de feridas, caroço ou verrugas e alteração na cor e textura da vulva.
O que fazer: para tratar essa doença, o oncologista pode recomendar tratamentos, como radioterapia, quimioterapia ou cirurgia.
Leia também: Câncer de vulva: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/cancer-de-vulva10. Dermatites
As dermatites são doenças inflamatórias causadas pela produção elevada de sebo na vulva ou pelo contato com produtos, como sabonete e perfumes, que causam irritação no local, levando ao surgimento de coceira, vermelhidão e descamação na vulva.
O que fazer: o tratamento varia de acordo com o tipo de dermatite, podendo ser indicado o uso de pomadas com corticoides e antifúngicos.
Além disso, o médico também pode recomendar algumas medidas caseiras, como manter a vagina bem limpa e seca e evitar tomar banho com água muito quente, por exemplo.
11. Psoríase genital
A psoríase genital é uma doença autoimune que afeta a pele da vulva, a parte externa da vagina, causando o surgimento de coceira intensa e manchas avermelhadas, com descamação e com aspecto ressecado. Saiba o que é e como é o tratamento da psoríase genital.
O que fazer: para combater a psoríase genital, o médico pode indicar o uso de pomadas com corticoides e remédios de uso oral para diminuir a inflamação da pele.
12. Menopausa
A menopausa pode causar coceira na vagina e na região da vulva devido à diminuição do nível de estrogênio circulante.
Isso faz com que exista uma alteração na barreira que mantém a integridade da pele da área genital e diminuição da quantidade de secreções vaginais, resultando em ressecamento da região, irritação e coceira na região.
O que fazer: para tratar a coceira na vagina na menopausa, o ginecologista pode indicar a realização de reposição hormonal, o que ajuda a diminuir os sintomas desse período, além de cremes ou géis para hidratar a zona íntima.
Além disso, é indicado utilizar roupa íntima de algodão e evitar roupas muito apertadas, já que podem provocar sudorese excessiva da região, piorando a coceira.
Como evitar a coceira na vagina
Para evitar a coceira na vagina e na vulva é indicado:
- Usar roupa íntima de algodão, evitando materiais sintéticos que não deixam a pele respirar e facilitam o crescimento de fungos;
- Manter uma boa higiene íntima, lavando diariamente somente a região da vulva, diariamente e após as relações sexuais, com sabonete neutro;
- Evitar o uso de calças muito justas, para impedir o aumento da temperatura na região íntima;
- Trocar o absorvente a cada 4 ou 5 horas, porque a vagina fica em contato direto e constante com fungos e bactérias presentes na região íntima;
- Usar preservativo durante as relações, para evitar a contaminação com as ISTs.
Estes cuidados ajudam também a aliviar a irritação local e a diminuir a coceira, quando já existe. É recomendado também evitar o consumo de alimentos com muito açúcar, como doces, bolos, geleias, refrigerantes e sorvetes.
Veja com a nutricionista Tatiana Zanin algumas dicas da alimentação para tratar a coceira: