Síndrome de Dumping: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em maio 2022

A síndrome de Dumping é uma condição que pode ocorrer após a realização de cirurgias gástricas, como bypass gástrico ou gastrectomia vertical, que são procedimentos cirúrgicos indicados para favorecer a perda de peso em pessoas com obesidade, já que promovem a diminuição da capacidade do estômago e a alteração do processo de digestão.

Os sintomas da síndrome de Dumping surgem quando o alimento passa direto para o intestino, resultando em sensação de peso na barriga, náuseas, aumento do abdômen, gases, fraqueza, cansaço e tremores, por exemplo.

O tratamento para a síndrome de Dumping tem como objetivo prevenir o surgimento e aliviar os sintomas, sendo principalmente indicadas mudanças na alimentação, que deve ser pobre em carboidratos, além de também poder ser indicado pelo médico o uso de alguns remédios.

Imagem ilustrativa número 2

Sintomas da síndrome de Dumping

Os sintomas iniciais da síndrome de Dumping podem surgir até 1 hora após o consumo de alimentos, sendo os principais:

  • Sensação de peso na barriga;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Aumento do abdômen;
  • Gases;
  • Dor abdominal;
  • Cólicas;
  • Diarreia.

Em alguns casos, podem ser notados também sintomas mais tardios da síndrome de Dumping, que aparecem 1 a 3 horas após comer, sendo os principais:

  • Sudorese;
  • Ansiedade e irritabilidade;
  • Sonolência;
  • Fome;
  • Fraqueza e cansaço;
  • Tontura;
  • Tremores;
  • Dificuldade de concentração/ inquietação.

Os sintomas tardios acontecem devido ao fato do intestino delgado não tolerar a presença de açúcar, levando à libertação de grandes quantidades de insulina, provocando hipoglicemia.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de Dumping é feito por meio da avaliação dos sintomas apresentados pela pessoa de acordo com a escala de Sigstad, em que os sintomas recebem uma pontuação de -5 a +5. Quando a pessoa tem uma pontuação menor que 4, é indicativo de outra alteração, sendo indicado realizar outros exames diagnósticos. É considerada síndrome de Dumping quando a pontuação é igual ou maior que 7.

Em alguns casos, para avaliar com maior exatidão os sintomas, pode ser realizado o teste oral de tolerância à glicose para estimular os sintomas e, assim, confirmar ou descartar a síndrome de Dumping. Durante a realização do teste, os níveis de glicose, hematócrito, pressão arterial e a frequência cardíaca são monitorados a cada 30 minutos. Pode ser também indicada a realização de cintilografia gástrica com o objetivo de avaliar o esvaziamento do estômago.

Principais causas

A síndrome de Dumping acontece normalmente após cirurgias gastrointestinais, principalmente cirurgia bariátrica, em que o alimento passa direto para o intestino, não parando por muito tempo no estômago, de forma que o intestino é exposto rapidamente aos nutrientes, levando ao aparecimento de sintomas.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a síndrome de Dumping tem como objetivo promover o alívio dos sintomas e evitar que surjam. Assim, é importante fazer ajustes na alimentação, de acordo com a orientação do nutricionista, que deve ser pobre em açúcares e rica em proteínas, comendo pequenas quantidades de alimentos ao longo do dia.

Além disso, pode ser também necessário o uso de remédios prescritos pelo médico, como Acarbose​ ou Octreotide, por exemplo, que atrasam a passagem dos alimentos do estômago para o intestino e reduzem os picos de glicose e insulina após as refeições, diminuindo os sinais e sintomas provocados pela doença.

Em casos mais graves, em que os sintomas não são controlados com dieta ou medicamentos, pode ser necessário uma cirurgia ao esôfago para fortalecer o músculo cardíaco, que é o músculo entre o estômago e a primeira parte do intestino. Nestes casos, o paciente pode necessitar de ser alimentado por uma sonda inserida no abdômen até ao intestino, denominada jejunostomia.

Alimentação para síndrome de Dumping

Algumas indicações da alimentação para a síndrome de Dumping são:

  • Consumir alimentos ricos em proteína como carne, peixe, ovos e queijo;
  • Consumir elevadas quantidades de elementos ricos em fibras, como repolho, amêndoa ou maracujá, por exemplo, pois diminui a absorção da glicose;
  • Evitar alimentos ricos em açúcar como bolos, biscoitos ou refrigerantes, sendo importante procurar no rótulo dos alimentos as palavras lactose, sacarose e dextrose, porque são rapidamente absorvidos e provocam agravamento dos sintomas;
  • Evitar beber líquidos durante as refeições, deixando o seu consumo para até 1 hora antes das principais refeições ou 2 hora depois;
  • Evitar alimentos com lactose, principalmente leite e sorvetes, que aumentam o transito intestinal.

É importante que a alimentação seja feita conforme a orientação do nutricionista e que sejam consumidas pequenas porções ao longo do dia, sendo também importante mastigar bem os alimentos. Veja como deve ser a alimentação pós cirurgia bariátrica.

Vídeos relacionados