Doenças respiratórias são doenças que podem afetar estruturas do sistema respiratório como boca, nariz, laringe, faringe, traqueia e pulmão, como gripe, rinite, sinusite, COVID-19, bronquite, DPOC, tuberculose e asma, por exemplo.
As doenças respiratórias podem ser desencadeadas pela exposição frequente por agentes poluentes, produtos químicos, cigarro e infecções por vírus fungos ou bactérias, podendo ser classificadas em agudas ou crônicas dependendo do início e duração dos sintomas.
Algumas pessoas podem nascer com uma doença respiratória crônica, que para além das causas externas, podem ser genéticas, como por exemplo asma. Enquanto que as doenças respiratórias agudas surgem mais frequentemente a partir de infecções do sistema respiratório.
Tipos de doença respiratória
Dependendo da sua duração, as doenças respiratórias são classificadas como:
- Agudas: têm inicio rápido, duram menos de três meses e o tratamento curto. Normalmente, as doenças respiratórias agudas estão relacionadas com infecções do sistema respiratória e podem ser transmitidas de uma pessoa para outra. Em alguns casos, as doenças agudas podem se tornar crônicas dependendo do estado de saúde da pessoa e da realização do tratamento.;
- Crônicas: têm inicio gradual, duram mais de três meses e muitas vezes é necessário utilização de remédios por longos períodos. De forma geral, as doenças crônicas afetam as estruturas dos pulmões e podem estar ligadas a algum tipo de inflamação de longa duração, sendo mais comum em pessoas que fumam, estão mais expostas a poluição do ar e poeira e/ ou são muito alérgicas.
É importante que o pneumologista, infectologista ou clínico geral assim que surgirem sinais e sintomas de doenças respiratórias, pois assim é possível que seja feita uma avaliação, indicados exames e iniciado o tratamento mais adequado.
Principais doenças
As principais doenças do sistema respiratório são:
1. Gripe
A gripe é um infecção causada pelo vírus Influenza e dura em torno de 7 a 10 dias.
Os sintomas da gripe são conhecidos como a tosse, dor de cabeça, febre e coriza. Geralmente, no inverno, as pessoas ficam em locais aglomerados, por isso os casos de gripe aumentam.
O resfriado é frequentemente confundido com a gripe, mas é provocado por outro tipo de vírus, entenda melhor as diferenças de gripe e resfriado.
O que fazer: na maioria das vezes os sintomas da gripe melhoram com tratamento em casa. Entretanto as crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa devem ser acompanhadas por um clínico geral. O tratamento da gripe é baseado no uso de medicamentos para aliviar os sintomas, ingestão de líquidos e repouso.
Atualmente, existe campanhas de vacinação contra a gripe pelo SUS para pessoas com mais riscos de contrair a gripe, mas também está disponível em clínicas particulares. Veja mais sobre a vacina da gripe.
2. Rinite crônica
A rinite crônica é uma inflamação da parte interna do nariz que em alguns casos é causada por uma alergia a pelo de animais, pólen, mofo ou poeira, sendo conhecida como rinite alérgica.
No entanto, a rinite também pode ser causada por poluição do ambiente, alterações rápidas do clima, estresse emocional, uso excessivo de descongestionantes nasais ou ingestão de alimentos picantes e, nestes casos, é conhecida como rinite crônica não alérgica.
Os sintomas da rinite crônica alérgica e não alérgica são basicamente os mesmos, incluindo espirros, tosse seca, coriza, nariz entupido e até dor de cabeça. A coceira no nariz, olhos e garganta é muito comum quando a rinite crônica é causada por alergia.
O que fazer: deve-se consultar um otorrinolaringologista para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, que é baseado principalmente no uso de anti-histamínicos e spray nasais. Em alguns casos, o médico pode indicar cirurgia, mas é raro, sendo normalmente indicado quando os outros tratamentos não são mais eficazes.
É recomendado que pessoas que sofrem de rinite crônica alérgica e não alérgica evitem contato com fumaça do cigarro, uso de tapetes e pelúcias, mantenham a casa arejada e limpa, e lavem as roupas de cama com frequência e em água quente. Veja aqui outras formas naturais de aliviar os sintomas de rinite.
3. Sinusite crônica
A sinusite crônica acontece quando os espaços vazios do nariz e da face ficam obstruídos por causa de muco ou inchaço, por mais de 12 semanas e não melhoram mesmo realizando o tratamento.
A pessoa que tem sinusite crônica sente dores na região do rosto, sensibilidade nos olhos, nariz entupido, tosse, mau hálito e dor de garganta.
Pessoas que já trataram de sinusite aguda, que tenham pólipos nasais ou desvio de septo estão mais propensas a desenvolver este tipo de sinusite.
O que fazer: o médico otorrinolaringologista é o mais indicado para acompanhar pessoas que tenham esse tipo de doença. O tratamento para sinusite crônica consiste no uso de remédios como antibióticos, anti-inflamatórios, corticoides e antialérgicos. Saiba mais sobre os tratamentos para sinusite crônica.
4. Faringite
A faringite é uma infecção causada por vírus ou bactérias que atinge uma região do fundo da garganta, também conhecido como faringe. Os sintomas mais comuns da faringite são dor para engolir, garganta com sensação de arranhar e febre.
O que fazer: o tratamento para faringite vai depender se ela for causada por vírus, chamada de faringite viral ou se for causada por bactérias, conhecida como faringite bacteriana.
Se os sintomas continuarem após 1 semana, é importante procurar um clínico geral ou otorrinolaringologista que vai indicar antibióticos se a faringite for bacteriana. No caso da faringite viral, o médico poderá receitar medicamentos para aliviar a dor de garganta.
É sempre importante lembrar que a pessoa com faringite deve manter repouso e ingerir bastante líquido.
5. Pneumonia
A pneumonia é uma infecção que atinge os alvéolos pulmonares que funcionam como sacos de ar., podendo afetar um ou os dois pulmões sendo causada por vírus, bactérias ou fungos.
Os sintomas da pneumonia podem variar de pessoa para pessoa, principalmente se for criança ou idoso, mas em geral são febre alta, dor para respirar, tosse com catarro, calafrios e falta de ar. Confira aqui outros sintomas de pneumonia.
O que fazer: é preciso consultar o clínico geral ou pneumologista, pois a pneumonia pode piorar se não tratada. O médico vai receitar medicamentos que tem função de eliminar a infecção, que podem ser antibióticos, antivirais ou antifúngicos. Além disso, o médico poderá receitar alguns medicamentos para aliviar a dor e reduzir a febre.
Algumas pessoas têm maior riscos de sofrer com a pneumonia como crianças menores de 2 anos, adultos com mais de 65 anos, pessoas com imunidade baixa por alguma doença ou que estejam em tratamento com quimioterapia. Por isso, nestes casos ao surgir os primeiros sintomas de pneumonia é importante procurar atendimento médico o quanto antes.
6. Asma
A asma acontece devido a uma inflamação nas partes internas do pulmão, provocando inchaço e reduzindo a passagem do ar nestas estruturas. Por isso, os principais sintomas da asma são falta de ar, dificuldade para respirar, tosse sem catarro, chiado no peito e fadiga.
Leia também: Dificuldade para respirar: o que pode ser (e o que fazer) tuasaude.com/dificuldade-para-respirarA causa da asma é desconhecida, mas sofrer com alergias, ter pai ou mãe com asma, ter tido outras infecções respiratórias e estar exposto a poluição do ar podem estar relacionadas com o surgimento de crises asmáticas.
O que fazer: a asma não tem cura, por isso é importante realizar acompanhamento com pneumologista e utilizar medicamentos indicados, como broncodilatadores, corticoides e anti-inflamatórios.
Fazer exercícios respiratórios com auxílio de fisioterapeuta podem ajudar. É indicado que a pessoa com asma se exponha o menos possível aos produtos que provocam crise asmática. Saiba mais sobre o tratamento da asma.
7. Tuberculose
A tuberculose é uma doença contagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, mais popularmente conhecida como bacilo de Koch (BK).
Esta doença afeta os pulmões, mas dependendo do grau, pode afetar outros órgãos do corpo como rins, ossos e coração.
No geral, esta doença causa sintomas como tosse com mais de três semanas, tosse com sangue, dor para respirar, febre, suor noturno, perda de peso e falta de ar. Entretanto, algumas pessoas podem estar infectadas com a bactéria e não apresentar sintomas.
O que fazer: o tratamento para tuberculose é indicado pelo médico pneumologista e é baseado no uso de uma combinação de vários antibióticos. Os remédios receitados pelo médico devem ser tomados conforme orientação e geralmente o tratamento dura por mais de 6 meses. Saiba mais sobre remédios caseiros para tratar os sintomas da tuberculose.
8. COVID-19
A COVID-19 é uma doença respiratória aguda causada pelo vírus SARS-CoV-2, que atinge o sistema respiratório e que pode levar ao aparecimento de sintomas até 14 dias após a infecção.
Inicialmente os sintomas de COVID-19 são semelhantes aos da gripe, no entanto à medida que o vírus multiplica-se no organismo, pode haver perda de olfato e paladar, dor no peito e dificuldade para respirar. Saiba reconhecer os sintomas de COVID-19.
O que fazer: na presença de suspeita de COVID-19, é recomendado fazer isolamento, repouso, aumento da ingestão de líquidos, usar máscara descartável e fazer um teste rápido para confirmar o diagnóstico, além de consultar o clínico geral para uma avaliação e realização de exames, se necessário.
Assim, o médico deve avaliar a necessidade de internamento, o que pode ser recomendado nos casos mais graves de COVID-19. Entenda como é feito o tratamento para COVID.
9. Bronquite aguda
A bronquite aguda acontece quando os tubos que levam ar da traqueia para os pulmões, chamados de brônquios, ficam inflamados.
Esse tipo de bronquite tem duração curta e é causada, geralmente, por vírus.
Muitas vezes, os sintomas de bronquite podem ser confundidos com sintomas de gripe e resfriado, já que são semelhantes, incluindo coriza, tosse, cansaço, chiado no peito, dores nas costas e febre.
O que fazer: a bronquite aguda dura em média de 10 a 15 dias e os sintomas tendem a desaparecer dentro deste prazo, mas o acompanhamento com clínico geral ou pneumologista é importante para que não ocorram complicações.
Se os sintomas permanecerem, principalmente a tosse com catarro e a febre é necessário retornar ao médico. Veja mais sobre remédios para bronquite.
10. DPOC
Doença pulmonar obstrutiva crônica é um conjunto de doenças pulmonares que obstruem a passagem de ar nos pulmões.
As mais comuns são:
- Enfisema pulmonar: acontece quando a inflamação obstrui estruturas no pulmão parecidos com sacos de ar, os alvéolos;
- Bronquite crônica: ocorre quando a inflamação obstrui os tubos que levam ar para os pulmões, os brônquios.
Pessoas que fumam ou que estão expostas a produtos químicos por muito tempo estão mais propensas a desenvolver este tipos de doenças. Os sintomas mais comuns incluem tosse persistente há mais de três meses, com catarro e falta de ar.
O que fazer: é recomendado procurar atendimento de um médico pneumologista, pois essas doenças não têm cura, mas é possível controlar os sintomas. Alguns medicamentos que poderão ser indicados pelo médico são os broncodilatadores e os corticoides.
Além disso, parar de fumar e reduzir a inalação de agentes químicos evitam que essas doenças piorem. Entenda melhor o que é DPOC, sintomas e o que fazer.
11. Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)
A Síndrome do desconforto respiratório agudo acontece quando há acúmulo de líquido nos alvéolos, que são os sacos de ar dentro dos pulmões, o que faz com que não chegue oxigênio em quantidade suficiente no sangue.
Esta síndrome surge geralmente em pessoas que já sofrem com outra doença pulmonar em estado mais avançado ou alguém que sofreu um acidente grave do tipo afogamento, ferimentos na região do tórax, inalação de gases tóxicos.
Outros tipos de doenças graves podem provocar a SDRA, como por exemplo doenças graves do pâncreas e coração. É importante lembrar que a SDRA acontece geralmente em pessoas muito debilitadas e hospitalizadas, exceto no caso de acidentes. Conheça mais sobre a SDRA infantil e como tratar.
O que fazer: a SDRA requer atendimento de emergência, o tratamento é realizado por vários médicos e deve ser feito dentro de uma unidade hospitalar.