A doação de órgãos é feita a partir da retirada de um órgão ou tecido de um doador em vida ou de uma pessoa não viva, com o objetivo de ajudar a recuperar as funções de um órgão ou tecido doente de outras pessoas.
Em vida, a pessoa pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte dos pulmões. Já o doador não vivo pode doar rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado, intestino, córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões e pele, por exemplo.
Para uma pessoa não viva ser doadora de órgãos no Brasil, basta apenas informar à família este desejo com antecedência, pois não há necessidade de registrar em cartório ou documento. Já em Portugal, todas as pessoas não vivas são consideradas possíveis doadores.

Quem pode doar órgãos
As pessoas que podem doar órgãos são:
1. Doação em vida
Para doar órgãos em vida, no Brasil, é necessário:
- Ser maior de idade, juridicamente capaz e concordar com a doação;
- Estar em condições de doar o órgão ou tecido sem afetar a saúde e as funções vitais;
- Ter condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de doenças que comprometam a saúde durante e após a doação.
Além disso, é importante ser parente de até quarto grau ou cônjuge da pessoa que precisa receber a doação. Em caso de não ser parente, a doação só pode ser feita com uma autorização judicial.
Para doar órgãos em vida, em Portugal, a pessoa deve ter 18 anos e ser saudável mentalmente e fisicamente.
2. Doação de uma pessoa não viva
Após o falecimento, as pessoas que podem doar órgãos devem atender os seguintes critérios:
- Ter identificação e registro hospitalar;
- Ter a causa do coma conhecida, estabelecida e definida;
- Não apresentar hipotermia, pressão baixa ou estar sob efeitos de drogas depressoras do sistema nervoso central;
- Passar por dois exames clínicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Estes exames devem ser feitos por dois médicos que não são das equipes de captação e transplante;
- Ser submetido a exame que comprove morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sanguíneo em quantidade necessária no cérebro, inatividade elétrica e metabólica cerebral;
- Após diagnosticada a morte encefálica, o médico deve informar, de forma clara e objetiva, que a pessoa veio a óbito e que os órgãos podem ser doados para transplantes.
Para ser doador de órgãos no Brasil, após o falecimento, basta apenas informar à família este desejo, pois não há necessidade de deixar registrado em nenhum documento. Entretanto, quem deseja garantir que esse desejo seja respeitado, pode-se registrar no site governamental chamado Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO).
Já em Portugal, todas as pessoas não vivas são consideradas possíveis doadores. Assim, quem não deseja doar órgãos ou tecidos, deve expressar esta vontade no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA).
Quem não pode doar órgãos
A doação de órgãos e tecidos não é indicada para pessoas com insuficiência renal grave, no fígado ou coração, já que nesses casos há grande comprometimento da circulação e funcionamento desses órgãos.
Além disso, pessoas com histórico de sepse, câncer com metástase e doenças infecciosas e transmissíveis, como HIV, hepatite B e C ou doença de Chagas, por exemplo, também não podem doar. Já as pessoas fumantes geralmente não podem doar os pulmões.
Quais órgãos podem ser doados?
Uma pessoa doadora em vida pode doar órgãos como, um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões.
Já o doador não vivo pode doar rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado, intestino, além de tecidos, como córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.
Não existe limite de idade para doar órgãos, mas é fundamental que eles estejam funcionando perfeitamente.
Como é feito o transplante de órgãos
Após a autorização do doador ou da sua família, a pessoa é submetida a exames para avaliar as condições de saúde e a compatibilidade com a pessoa que irá receber o órgão ou tecido.
A retirada do órgão é feita em um centro cirúrgico e, em seguida, o corpo do doador será fechado cuidadosamente pelo médico cirurgião.
A recuperação de uma pessoa que recebeu transplante de órgãos ou tecidos é igual ao de qualquer cirurgia, com repouso e uso de medicamentos para aliviar a dor, como Ibuprofeno ou Dipirona, e de imunossupressores para evitar a rejeição dos órgãos.
Em casos de doação após o óbito, os órgãos são destinados às pessoas que estão na lista de espera do centro transplantador, conforme a ordem de tempo de espera e necessidade.
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