A afta vaginal na maioria dos casos está presente em caso de infecção sexualmente transmissível (IST), como herpes genital ou sífilis. No entanto, pode ser também sinal de outras doenças, como a hidradenite supurativa, doença de Crohn ou câncer de vulva.
As aftas na vagina, também chamadas de feridas na vagina, podem também aparecer na vulva ou nas suas proximidades, podendo ser acompanhadas ou não de outros sintomas como dor, coceira no local da afta, inchaço e saída de pus.
Por isso, quando houver uma afta vaginal, ferida ou algum machucado nas partes íntimas, mesmo que a mulher não tenha relações sexuais, é importante consultar um ginecologista para uma avaliação mais detalhada e, assim, ser possível iniciar o tratamento mais adequada.
Principais causas
As principais causas de afta vaginal são:
1. Donovanose
A donovanose é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode causar o surgimento de afta na vagina, feridas ou úlceras vaginais que sangram fácil, mas que não doem e aumentam de tamanho ao longo do tempo.
Essa IST é causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, e as aftas vaginais podem surgir nos pequenos e grandes lábios, abertura da vagina, colo do útero ou trato genital superior.
Leia também: Donovanose: o que é, sintomas, tratamento e prevenção tuasaude.com/donovanoseComo tratar: o tratamento da donovanose é feito pelo ginecologista e envolve o uso de antibióticos, como ceftriaxona, aminoglicosídeos, fluoroquinolonas ou cloranfenicol, por 3 semanas e que se utilizados de acordo com a orientação médica pode levar a cura.
Durante o tratamento recomenda-se evitar contato íntimo até que os sinais tenham desaparecido.
2. Sífilis
A sífilis é uma IST, causada pela bactéria Treponema pallidum, e que cerca de 21 a 90 dias após o contágio, forma uma afta vaginal, na região exterior (vulva) ou no interior da vagina.
Essa afta vaginal tem bordas elevadas e endurecidas, de tamanho pequeno ou médio e cor avermelhada, que quando infeccionada, pode ter aspecto úmido que lembra uma afta que estourou, não dói e costuma desaparecer após alguns dias.
Como tratar: o tratamento da sífilis é feito com injeções de um antibiótico, a penicilina, cuja dose e duração deve ser recomendado pelo ginecologista de acordo com o resultado dos exames. Veja mais detalhes sobre como é feito o tratamento para sífilis.
3. Herpes genital
O herpes genital é uma IST causada pelo vírus do herpes simples (HSV) e pode provocar aftas na vagina que costumam surgir após a ruptura de pequenas vesículas que se formam após cerca de 4 a 7 dias após a relação sexual.
As aftas normalmente são dolorosas, podem durar até 15 dias e recorrer após a melhora do primeiro episódio em momentos de estresse e durante a menstruação, por exemplo. Saiba identificar os sintomas de herpes genital.
Como tratar: o tratamento da herpes é feito pelo ginecologista e envolve remédios antivirais, como aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir, e tem em média a duração de 7 dias, que ajudam a fechar as feridas e controlar o aparecimento de outras.
Leia também: Tratamento para herpes genital: pomadas, remédios e cuidados tuasaude.com/tratamento-para-herpes-genital4. Clamídia
A clamídia é outra IST que pode causar afta vaginal percebida através de um inchaço que não foi tratado e se rompeu, saindo pus e sangue.
Essa IST é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, podendo também em alguns causar sintomas como dores das articulações, febre e mal-estar. Entenda melhor o que é, os sintomas e a transmissão da infecção por clamídia.
Como tratar: o tratamento é feito pelo ginecologista com o uso de antibióticos, que podem ser tomados em dose única ou dividido em 7 dias de tratamento como o azitromicina ou doxiciclina. Com o tratamento adequado é possível acabar completamente a bactéria no corpo, e isso leva a cura.
5. Cancro mole
A afta vaginal causada pela bactéria Haemophilus ducreyi, também conhecida por cancro mole, é uma IST transmitida pela relação sexual com uma pessoa infectada sem o uso do preservativo masculino ou feminino.
A ferida do cancro mole pode aparecer de 3 a 10 dias após a infecção, sua ferida pode ser dolorosa, de tamanho pequeno com presença de pus, e em alguns casos pode aparecer caroços ou ínguas na região da virilha. Confira outros sinais de cancro mole além da afta genital.
Como tratar: o tratamento é feito com antibióticos receitados pelo ginecologista, como a azitromicina, ceftriaxona, eritromicina ou ciprofloxacino, que pode ser dose oral e única ou dividida em sete dias.
Em alguns casos pode ser necessário que o tratamento seja feito por injeção intramuscular, de acordo com a recomendação do ginecologista.
6. Úlceras de Lipschutz
As úlceras de Lipschutz são aftas vaginais que não têm transmissão sexual e são mais comuns em mulheres jovens e adolescentes que ainda não possuem vida sexual ativa.
Geralmente, ocorrem após o surgimento de sintomas gripais como tosse, febre e dor no corpo e são dolorosas, podendo estar relacionadas à dor para urinar e algum inchaço local.
Como tratar: estas aftas vaginais tendem a melhorar sem que nenhuma medida específica seja necessária. No entanto, além de manter o local limpo, banhos de assento e pomadas anestésicas podem ser utilizados para ajudar a aliviar a dor.
Além disso, nos casos mais graves, o ginecologista pode indicar o uso de pomadas com corticoides, além de analgésicos como paracetamol e anti-inflamatórios.
7. Doença de Crohn
A doença de Crohn pode afetar a vulva causando aftas na vagina e feridas, que podem ser acompanhadas de inchaço, coceira, dor local e corrimento além de dor durante as relações sexuais.
Além disso, outros sintomas da doença de Crohn podem estar presentes, como dor abdominal, febre e diarreia com sangue. Confira os principais sintomas da doença de Crohn.
Como tratar: o tratamento das aftas vaginais relacionadas à doença de Crohn geralmente envolve o uso de antibióticos, como metronidazol, e corticoides, no entanto, estas aftas podem ter cicatrização difícil apesar das medidas adotadas.
Leia também: Doença de Crohn: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/doenca-de-crohn8. Doença de Behçet
A doença de Behçet é uma doença que causa inflamação de vasos no corpo e também pode causar aftas vaginais, que podem ser recorrentes, dolorosas e geralmente afetam a vulva.
Além disso, outros sintomas podem ser variados e incluem dor nas articulações, vermelhidão na pele e olhos, e dor abdominal.
Como tratar: as aftas vaginais geralmente respondem pouco ao uso de pomadas com corticoides, no entanto, outros tratamentos são indicados geralmente apenas quando estas medidas falham.
Estes tratamentos incluem o uso de corticoides como prednisona ou mesmo medicamentos imunossupressores, como azatioprina e ciclosporina, indicados pelo ginecologista. Veja o que é, os sintomas, as causas e tratamento da doença de Behçet.
9. Hidradenite supurativa
A hidradenite supurativa é uma doença que afeta os folículos pilosos na pele e pode causar aftas na vagina e em regiões próximas à vulva, principalmente em meninas na puberdade e mulheres jovens.
Além disso, o surgimento de nódulos e abscessos na pele também pode ocorrer geralmente envolvendo a virilha, próximo da raiz das coxas, axilas, peito e nádegas.
Como tratar: o tratamento da hidradenite supurativa envolve o uso de antibióticos como clindamicina ou doxiciclina, indicados pelo ginecologista.
No entanto, casos mais graves podem necessitar ser tratados por meio de cirurgia. Entenda melhor o que é, os sintomas e tratamentos da hidradenite supurativa.
10. Câncer de vulva
Algumas vezes, aftas, feridas e machucados vaginais podem estar relacionados ao câncer de vulva.
Geralmente, as aftas são de difícil cicatrização, podem ser indolores, coçar ou sangrar e estar associadas a ínguas próximas da região ou nódulos.
Como tratar: o tratamento depende do estágio em que a doença é diagnosticada e pode envolver a remoção da afta por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia.