O que é:
A hipertricose é uma condição extremamente rara em que a pessoa apresenta um crescimento excessivo de pelos em qualquer parte do corpo, tanto em quantidade como em espessura, podendo acontecer tanto em homens como em mulheres.
A hipertricose, também conhecida como síndrome do lobisomem, pode surgir logo durante a infância, quando a síndrome é causada por uma alteração genética, mas também pode ocorrer em adultos, devido a alterações como má nutrição ou uso de alguns tipos de medicamentos.
Ainda não existe uma cura para a hipertricose que consiga impedir o crescimento do pelo, assim, é comum que as pessoas recorram as técnicas, como depilação a cera ou com lâminas, para tentar reduzir temporariamente a quantidade de pelos e melhorar a estética. No entanto, o médico pode indicar a depilação com diferentes tipos de laser, que ajudam a eliminar quase definitivamente os pelos.
Sintomas de hipertricose
O principal sintoma da hipertricose é o crescimento excessivo de pelos em qualquer parte do corpo, que pode apresentar características diferentes como:
- Velino que é um pelo fino e curto, muitas vezes chamado de “penugem de pêssego” que geralmente surge solas dos pés, orelhas, lábios ou palmas das mãos;
- Lanugo que é um pelo muito fino, suave e sem cor ou cinza-prateados, que cobre todo o corpo do recém nascido, exceto palmas das mãos, solas dos pés e prepúcio;
- Terminal que é um tipo de pelo comprido, grosso e muito escuro, sendo mais frequente no couro cabeludo, rosto, axilas e na virilha.
Além disso, em algumas pessoas com hipertricose também é relativamente comum o aparecimento de problemas nas gengivas, como gengivas mais largas, e até falta de alguns dentes.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da hipertricose é feito clinicamente pelo pediatra logo após o nascimento ou infância, ou dermatologista no caso de adultos, através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e características dos pelos, assim como das regiões do corpo afetadas.
Além disso, no caso de adultos, o médico deve avaliar se a pessoa toma algum medicamento e também pode solicitar exames para avaliar os níveis de hormônios da tireoide ou testosterona, assim como avaliar o estado nutricional.
Possíveis causas
A causa exata da hipertricose não é totalmente conhecida, no entanto, acredita-se que ocorra devido a uma mutação genética, uma vez que é possível observar vários casos de hipertricose em membros da mesma família.
Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de hipertricose, como:
- Mutações genéticas no bebê durante a gestação;
- Níveis altos de testosterona na puberdade;
- Má nutrição;
- Infecção avançada pelo HIV;
- Hipotireoidismo ou dermatomiosite juvenil;
- Acromegalia;
- Lesões traumáticas no cérebro;
- Porfiria cutânea tardia.
Além disso, uma causa comum de hipertricose em adultos é o uso de remédios, como ciclosporina, minoxidil, cetuximabe, erlotinibe, panitumumabe, corticoides, fenitoína ou fenoterol, por exemplo.
Tipos de hipertricose
A porfiria pode ser classificada em diferentes tipos que de acordo com a distribuição de pelos no corpo, idade em que surgiu e tipo de pelo, sendo os principais:
1. Hipertricose lanuginosa congênita
A hipertricose lanuginosa congênita afeta recém-nascidos, sendo caracterizada pela presença de pelos finos e sem cor por todo o corpo.
Geralmente, o bebê nasce com o lanugo, porém normalmente o lanugo cai algumas semanas após o nascimento. No entanto, nesse tipo de hipertricose, o lanugo não cai, e o pelo continua crescendo.
2. Hipertricose congênita terminal
A hipertricose congênita terminal afeta o bebê, iniciando-se após o nascimento até a vida adulta, apresentando pelo longo e grosso por todo o corpo e rosto.
3. Hipertricose universal congênita
A hipertricose universal congênita, também conhecida como síndrome de Ambras, afeta o recém-nascido que apresenta pelos longos, finos, sedosos e claros no rosto, ombros e nariz.
4. Hipertricose pré-puberal
A hipertricose pré-puberal inicia-se na infância, sendo caracterizada pelo crescimento generalizado de pelos, especialmente no rosto, nas regiões da testa, têmporas e orelhas, além das costas.
5. Hipertricose adquirida
A hipertricose adquirida geralmente afeta adultos, podendo ser generalizada, afetando todo o corpo ou localizada, e pode surgir devido ao uso de remédios ou algumas doenças.
Nesse tipo de hipertricose, o pelo pode ter características de velino ou terminal.
Como é feito o tratamento
Uma vez que não existe uma forma de tratamento capaz de curar a hipertricose, normalmente é utilizada depilação para melhorar a estética corporal e tentar reduzir a quantidade de pelo.
Algumas das técnicas mais utilizadas incluem:
- Cera: remove os pelos pela raiz permitindo que o seu crescimento seja mais lento, no entanto, é mais dolorosa e não pode ser utilizada no rosto e outros locais mais sensíveis;
- Lâminas depilatórias: não provoca dor pois o pelo é cortado perto da raiz com uma lâmina, porém os pelos voltam a surgir mais rapidamente;
- Cremes depilatórios: é semelhante à depilação com lâmina, mas é feita com um cremes que dissolvem os pelos, eliminando-os;
- Laser: além de eliminar quase definitivamente os pelos, diminui as cicatrizes e irritações na pele que podem surgir com os outros métodos.
Devido ao uso excessivo de depilação podem surgir alguns problemas de pele, como cicatrizes, dermatite ou reações de hipersensibilidade, e por isso o dermatologista pode orientar o melhor tratamento para reduzir o crescimento do pelo.