Síndrome de Mallory-Weiss: o que é, sintomas, causas e tratamento

A síndrome de Mallory-Weiss é a ruptura da mucosa presente na parte que une o esôfago e estômago, chamada junção esofagogástrica, causada por um aumento repentino da pressão no esôfago, resultando em sintomas como vômitos com sangue, dor abdominal ou no tórax, dor na boca do estômago ou fezes muito escuras e com cheiro fétido.

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Essa síndrome, também conhecida como laceração de Mallory-Weiss, é mais comum de ocorrer devido vômitos frequentes, como nos casos de bulimia nervosa ou hiperemese gravídica, por exemplo, ou ainda devido a tosse intensa ou soluços constantes, que podem levar ao aumento súbito da pressão intra-abdominal.

O tratamento da síndrome de Mallory-Weiss é feito pelo gastroenterologista ou clínico geral de acordo com os sintomas apresentados e gravidade dos sangramentos, sendo muitas vezes necessário que a pessoa fique internada no hospital para que receba os cuidados adequados e sejam evitadas complicações.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síndrome de Mallory-Weiss

Os principais sintomas da síndrome de Mallory-Weiss são:

  • Vômito com sangue vermelho brilhante;
  • Vômito amarronzado, com aspecto semelhante a borra de café;
  • Vômito com muco e estrias de sangue;
  • Fezes muito escuras e com cheiro fétido;
  • Cansaço excessivo;
  • Dor abdominal;
  • Dor no tórax;
  • Dor na boca do estômago;
  • Náuseas;
  • Tonturas;
  • Cansaço excessivo.

Na presença de sintomas da síndrome de Mallory-Weiss, deve-se consultar o gastroenterologista para realização de exames, para confirmar o diagnóstico, uma vez que esses sintomas também são comuns em outros problemas gástricos, como úlcera ou gastrite, por exemplo, e assim, ser possível iniciar o tratamento mais adequado.

Além disso, podem surgir outros sintomas como batimentos cardíacos acelerados, pressão baixa, palidez ou desmaio, devido ao sangramento intenso, que pode levar ao choque hipovolêmico, que é uma condição grave que necessita de atendimento médico imediatamente, pois pode colocar a vida em risco. Entenda o que é choque hipovolêmico e sintomas.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de Mallory-Weiss é feito pelo gastroenterologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, exame físico e exames de sangue, como hemograma completo, contagem de plaquetas e fatores de coagulação.

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Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar uma endoscopia digestiva alta, pois permite visualizar o esôfago, estômago e duodeno por dentro e identificar a laceração da junção esôfago-gástrica, e descartar outras causas de sangramento, como úlceras gástricas e duodenais ou varizes esofágicas, por exemplo.

A endoscopia também permite ao médico tratar imediatamente o sangramento esofágico simples. Saiba como é feita a endoscopia.

Além disso, o médico deve solicitar provas de função renal, incluindo o nitrogênio ureico no sangue (BUN) e creatinina, para descartar insuficiência renal, e enzimas cardíacas e eletrocardiograma, para descartar a isquemia cardíaca ou infarto, pois são situações que possuem alguns sintomas semelhantes à síndrome de Mallory-Weiss.

Possíveis causas

A síndrome de Mallory-Weiss pode acontecer como consequência de qualquer condição que aumente a pressão no esôfago, sendo as principais causas:

  • Bulimia nervosa;
  • Hiperemese gravídica;
  • Síndrome do vômito cíclico;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Hipertensão portal;
  • Tosse profunda;
  • Soluços constantes;
  • Ronco intenso;
  • Alcoolismo crônico;
  • Trauma grave ou pancada forte no peito ou no abdômen;
  • Grande esforço físico;
  • Varizes esofágicas;
  • Gastrite:
  • Esofagite;
  • Convulsões;
  • Ressuscitação cardiopulmonar (RCP);
  • Procedimentos médicos invasivos, como endoscopia digestiva alta ou ecocardiografia transesofágica;
  • Complicação do tratamento com quimioterapia.

Além disso, a síndrome de Mallory-Weiss pode também estar relacionada com a hérnia de hiato, que corresponde a uma pequena estrutura que é formada quando uma porção do estômago passa por um pequeno orifício, o hiato.

No entanto, ainda é controverso se a hérnia de hiato pode ou não causar a síndrome de Mallory-Weiss, sendo ainda necessários mais estudos para confirmar se essas condições estão relacionadas. Conheça mais sobre a hérnia de hiato.

Como é feito o tratamento

O tratamento da síndrome de Mallory-Weiss deve ser orientado por um gastroenterologista ou clínico geral e, normalmente, é iniciado com internamento hospitalar para parar a hemorragia e estabilizar o estado geral da pessoa.

Durante o internamento pode ser necessário receber soro diretamente na veia ou fazer transfusões de sangue para compensar a perda de sangue e evitar o choque hipovolêmico.

Assim, depois de estabilizar o estado geral, o médico pede a realização de uma endoscopia para observar se a lesão do esôfago continua sangrando. Dependendo do resultado da endoscopia, o tratamento é adequado da seguinte forma:

  • Lesão sangrando: o médico utiliza um pequeno aparelho que desce pelo tubo de endoscopia para fechar os vasos sanguíneos danificados e parar a hemorragia;
  • Lesão que não sangra: o gastroenterologista receita remédios, como omeprazol ou cimetidina, para proteger o local da lesão e facilitar a cicatrização.

A cirurgia para a síndrome de Mallory-Weiss só é utilizada nos casos mais graves, em que o médico não consegue parar o sangramento durante a endoscopia, sendo necessário fazer cirurgia para fechar a lesão. Após o tratamento, o médico pode ainda marcar várias consultas e outros exames de endoscopia para garantir que a lesão esteja cicatrizando corretamente.