A prática de atividades físicas é recomendada em todas as idades, já que aumenta a disposição, previne doenças cardiovasculares ou metabólicas, e melhora a qualidade de vida, no entanto, existem algumas situações que a atividade física deve ser realizada com cautela ou, até mesmo, não é indicada.
Pessoas com problemas cardiovasculares ou que foram submetidas a procedimentos cirúrgicos, por exemplo, não devem realizar exercício sem que tenha a liberação do médico, uma vez que podem haver complicações durante o exercício que podem colocar a vida em risco, por exemplo.
Assim, antes de iniciar a prática de atividades físicas, é preciso fazer uma série de exames para que se possa saber se há qualquer alteração cardiovascular, motora ou articular que possa impedir ou limitar a realização de exercícios.

Quando evitar fazer exercício físico
Algumas situações em que a prática da atividade física não é recomendada ou deve ser realizada com cuidado são:
1. Angina instável
A angina instável é uma doença cardíaca causada pela obstrução de artérias coronárias no coração, o que reduz o fornecimento de oxigênio para o músculo cardíaco.
Nesse caso, os exercícios físicos são contraindicados pois podem aumentar o risco de infarto.
Quando a angina está estável, o cardiologista pode liberar atividades físicas, que devem ser iniciadas gradualmente com orientação do cardiologista.
2. Crise hipertensiva
Apesar dos exercícios físicos serem benéficos para pessoas com pressão alta, ajudando a baixar e controlar a pressão arterial, quando a pessoa tem crise hipertensiva a realização de atividades físicas é contraindicada.
A crise hipertensiva é caracterizada pela pressão arterial acima de 180/120 mmHg, e devido ao esforço realizado durante o exercício, mesmo que pouco intenso, pode resultar em um infarto ou AVC, por exemplo.
Leia também: Crise hipertensiva: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/crise-de-hipertensaoPessoas com pressão alta não controlada, têm maior risco de ter crise hipertensiva, devendo-se realizar o tratamento corretamente conforme orientação do cardiologista.
3. Falta de ar durante o repouso
A falta de ar durante o repouso pode ser causada por doenças cardíacas ou respiratórias, como edema ou embolia pulmonar, crise de asma, exacerbação da DPOC ou insuficiência ventricular esquerda aguda, por exemplo.
Nesses casos, os exercícios físicos são contraindicados pois exigem muito do sistema cardiovascular e respiratório, podendo piorar os sintomas e causar complicações que podem colocar a vida em risco.
A falta de ar durante o repouso necessita de cuidados imediatos no hospital.
4. Doenças não controladas
Os exercícios físicos podem ser contraindicados nos casos de doenças não controladas, como arritmias cardíacas, taquicardia, pressão alta ou diabetes com cetoacidose, por exemplo.
Nesses casos, é recomendado realizar o tratamento com o cardiologista ou endocrinologista para controlar a doença, e só fazer atividades físicas quando liberado pelo médico.
5. Insuficiência cardíaca aguda
A insuficiência cardíaca aguda é uma condição que surge de repente e normalmente está relacionada a infarto, arritmia grave ou hemorragia.
Nessas situações, os exercícios físicos são contraindicados pois podem agravar a condição de saúde e colocar a vida em risco.
Desta forma, a insuficiência cardíaca aguda deve ser tratada no hospital pelo cardiologista, que após a recuperação pode liberar atividades físicas iniciadas gradualmente, de acordo com o estado de saúde.
Leia também: Insuficiência cardíaca: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/insuficiencia-cardiaca6. Trombose venosa profunda
A trombose venosa profunda (TVP) é a formação de coágulos nas veias das pernas, sendo uma contraindicação para fazer exercícios físicos, pois o coágulo pode se desprender e chegar até o pulmão causando embolia pulmonar.
No caso de suspeita de TVP, deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro. Saiba identificar os sintomas de TVP.
7. Lesões musculoesqueléticas graves
No caso de lesões musculoesqueléticas graves, como fraturas, infecções no ossos ou músculos, ou hérnia de disco, por exemplo, podem piorar os sintomas e atrasar a recuperação.
À medida que a lesão é tratada, os exercícios são feitos inicialmente com fisioterapia e o médico pode liberar atividades físicas gradualmente de acordo com o estado de saúde, de forma individualizada.
8. Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma complicação na gravidez caracterizada por alteração na circulação sanguínea, diminuição da capacidade de coagulação do sangue e pressão alta.
Quando essa situação não é tratada e controlada, pode haver parto prematuro e sequelas para o bebê, por exemplo.
Por isso, mulheres grávidas que foram diagnosticadas com pré-eclâmpsia podem praticar atividade física desde que liberadas pelo obstetra e acompanhadas pelo profissional de educação física para evitar o surgimento de complicações durante a gravidez. Saiba reconhecer os sintomas de pré-eclâmpsia.
9. Após maratonas
Após a realização de maratonas ou competições intensas, é importante descansar para repor as energias e a massa muscular perdida durante o exercício, caso contrário haverá mais chance da ocorrência de lesões.
Assim, é recomendado que se descanse 3 a 4 dias após a realização de uma maratona, por exemplo, para que a atividade física possa ser retomada.
10. Febre
A febre normalmente é indicativa de infecções agudas, como uma forma do organismo combater microrganismos, mas também pode ser causada por doenças autoimunes e até câncer, por exemplo.
Quando a pessoa tem febre, deve-se evitar fazer exercícios físicos intensos, pois pode agravar a condição de saúde e retardar a melhora ou até causar miocardite.
Leia também: Miocardite: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/miocarditeDessa forma, quando se tem febre, o melhor a se fazer é descansar e voltar às atividades de maneira progressiva quando a condição de saúde foi tratada ou controlada.
11. Inflamações no coração
As inflamações no coração, como pericardite, miocardite ou endocardite, são contraindicações para realização de exercícios físicos, devendo ser tratadas rapidamente pelo cardiologista.
Isso porque as atividades físicas aumentam os batimentos e a frequência cardíaca, e a pressão arterial, exigindo mais esforço do coração, o que pode resultar em complicações como insuficiência cardíaca, infarto, AVC ou embolia pulmonar.
Quando essas doenças são tratadas, o cardiologista pode liberar atividades físicas de acordo com o estado geral de saúde.
12. Após cirurgias
A realização de atividades físicas após a realização de cirurgias só deve acontecer após liberação do médico e, de preferência, sob a supervisão de um profissional capacitado.
Isso porque após procedimentos cirúrgicos, o corpo passa por um processo de adaptação, o que pode fazer com que a pessoa sinta-se mal durante a atividade física.
Por isso, após a cirurgia, é recomendado esperar até a recuperação completa para que possam ser realizados exercícios com intensidade progressiva.