Corrimento líquido como água: o que pode ser e o que fazer

O corrimento líquido como água pode surgir devido a alterações hormonais normais durante o ciclo menstrual, gravidez ou menopausa, mas também pode surgir antes do contato íntimo, ou até por infecções como vaginose bacteriana, clamídia ou tricomoníase, por exemplo.

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Dependendo da sua causa, o corrimento líquido como água pode estar acompanhado de outros sintomas como coceira, irritação ou vermelhidão vaginal, e ainda apresentar mau cheiro ou coloração amarela, verde ou cinza.

É importante consultar o ginecologista quando o corrimento vaginal é frequente ou abundante, possui cor verde, amarela ou cinza, cheiro forte ou outros sintomas, para que seja identificada sua causa e iniciado o tratamento mais adequado.

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Principais causas

As principais causas de corrimento líquido como água são:

1. Ciclo menstrual normal

Durante o ciclo menstrual, as alterações hormonais normais, de estrogênio e progesterona, podem levar ao surgimento de corrimento líquido como água, transparente ou esbranquiçado, e sem cheiro, especialmente após a menstruação e antes da ovulação.

Esse corrimento vai mudando de característica ao chegar o período fértil, tornando-se mais espesso, semelhante à clara de ovo. Saiba como calcular o período fértil.

O que fazer: como é uma situação normal, não é necessário fazer tratamento e nem consultar o ginecologista. No entanto, caso esse corrimento seja persistente, aumente de quantidade ou tenha mau cheiro, é importante que o ginecologista seja consultado. Veja o que quer dizer cada cor do corrimento vaginal.

2. Prática de exercícios físicos

O corrimento líquido como água pode surgir durante a prática de exercícios físicos, como corrida ou ciclismo, por exemplo, pois a vagina e a vulva produzem suor, sendo normal apresentar esse tipo de corrimento.

No entanto, se o corrimento apresentar outros sintomas, como coceira intensa, irritação ou vermelhidão, pode ser indicativo de infecções, como a candidíase, por exemplo, devido ao excesso de umidade na região íntima, o que favorece o crescimento de fungos, como a Candida albicans.

O que fazer: deve-se utilizar calcinhas de algodão durante os exercícios físicos e roupas respiráveis, sendo importante tomar um banho e trocar a roupa após a atividade física para evitar o crescimento de fungos e desenvolvimento da candidíase. No caso, de apresentar sintomas de candidíase, deve-se consultar o ginecologista para fazer o tratamento mais adequado. Saiba identificar os sintomas da candidíase.

3. Excitação sexual

Durante a excitação sexual é normal apresentar corrimento líquido como água, o que faz parte da lubrificação natural da região íntima, para umidificar a região íntima e proteger contra o atrito durante o contato íntimo.

Esse corrimento é formado por muco produzido pelo colo do útero, secreção produzida pelas glândulas de Bartholin e glândulas de Skene, além de secreção pela parede vaginal.

O que fazer: a lubrificação da região íntima é normal, não necessitando de cuidados médicos. No entanto, caso a mulher tenha dificuldades de lubrificação ou secura vaginal, pode-se utilizar lubrificantes à base de água. Além disso, é recomendado consultar o ginecologista para avaliar os hormônios e, se necessário, fazer o tratamento adequado.  

4. Gravidez

O corrimento líquido como água é comum na gravidez, devido às alterações hormonais normais, e aumento dos níveis de estrogênio, que promove um aumento do fluxo sanguíneo para a região pélvica e aumento de produção de muco vaginal.

Esse corrimento, chamado de leucorreia, é normal e tem como função eliminar células mortas da vagina, manter bactérias saudáveis no canal do parto e proteger o bebê e a mulher contra infecções.

O que fazer: como é uma condição normal na gravidez, é recomendado que a mulher faça as consultas pré-natais com o obstetra, para avaliar a saúde da mulher e do bebê. No entanto, no caso da mulher apresentar outros sintomas, como corrimento amarelo, esverdeado ou cinza, corrimento com cheiro ou coceira, vermelhidão ou irritação, é recomendado consultar o obstetra, pois pode ser indicativo de infecções.

5. Menopausa

A menopausa é a fase da vida da mulher marcada pelo fim do da idade fértil da mulher em que os ovários deixam de produzir estrógeno e, por isso, ocorre o fim dos ciclos menstruais.

Durante a menopausa pode surgir corrimento líquido como água devido a atrofia vaginal, que pode deixar a parede vaginal mais fina, irritada e inflamada, podendo também causar outros sintomas, como coceira, queimação, necessidade frequente de urinar ou infecções urinárias.

O que fazer: o tratamento da atrofia vaginal na menopausa deve ser orientado pelo ginecologista, que em alguns casos, pode indicar a terapia de reposição hormonal com estrogênios. Veja como é feita a terapia de reposição hormonal na menopausa

6. Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana é uma infecção vaginal causada principalmente pela Gardnerella vaginalis, uma bactéria que se desenvolve quando há diminuição da quantidade de bactérias boas na vagina, levando ao surgimento de corrimento vaginal líquido como água amarelo ou cinza, e com mau cheiro, semelhante a peixe podre.

Além disso, outros sintomas que podem surgir são coceira intensa na região íntima ou sensação de queimação ao urinar.

O que fazer: deve-se consultar o ginecologista que pode indicar o tratamento com antibióticos, como o metronidazol, clindamicina ou secnidazol, na forma de óvulos vaginais, pomada ou comprimidos, por exemplo. Confira os principais tratamentos para a vaginose bacteriana.  

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7. Tricomoníase

A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que leva ao aparecimento de corrimento líquido como água amarelo-esverdeado, de cheiro forte, dor e desconforto ao urinar e vermelhidão na região genital. Saiba reconhecer outros sintomas de tricomoníase.

O que fazer: o tratamento para tricomoníase deve ser feito pelo casal, mesmo que não existam sinais e sintomas aparentes, sendo recomendado pelo ginecologista o uso de Metronidazol na forma de comprimido ou de pomada para aplicação local.

8. Clamídia

A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível (IST), causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, levando ao surgimento de corrimento líquido como água amarelado, semelhante a pus, dor e ardor ao urinar, dor e sangramento durante o contato íntimo ou dor pélvica.

O que fazer: é importante seguir o tratamento indicado pelo ginecologista, que normalmente é feito com o uso de antibióticos como azitromicina ou doxiciclina. Veja mais detalhes do tratamento da clamídia.

9. Gonorreia

A gonorreia é também é uma infecção sexualmente transmissível, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que pode ser transmitida através da relação sexual desprotegida com o parceiro infectado, levando ao surgimento de corrimento líquido e fino, verde ou amarelado, dor ou sensação de queimação ao urinar, incontinência urinária, coceira na região íntima ou sangramento, por exemplo.

O que fazer: é recomendado que o ginecologista seja consultado o mais rápido possível para que o tratamento seja iniciado, que envolve o uso de antibióticos, como penicilina, ofloxacina ou ciprofloxacina, por exemplo. Veja como é feito o tratamento da gonorreia.  

10. Herpes genital

A herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo vírus do herpes simplex, que pode ser transmitido através do contato com as bolhas do parceiro ou parceira por meio da relação sexual desprotegida. 

A infecção por esse vírus pode levar ao aparecimento de corrimento líquido, claro, branco ou turvo, além de bolhas na vagina ou vulva, que podem romper e formar feridas, que coçam e doem. 

Além disso, as feridas do herpes, além de surgirem no vagina, podem também aparecer na região perianal ou no ânus. Saiba identificar todos os sintomas da herpes genital.  

O que fazer: deve-se consultar o ginecologista para que seja feito o diagnóstico da herpes genital, e iniciar o tratamento mais adequado que normalmente é feito com o uso de remédios antivirais como aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir, durante cerca de 7 dias, pois evitam a multiplicação do vírus, permitindo a cicatrização da pele, além de evitar controlar o aparecimento de outras bolhas e feridas. Saiba mais como é feito o tratamento da herpes genital.