O corrimento marrom é normal nos últimos dias da menstruação, devido à presença de sangue em pouca quantidade. No entanto, também pode ser sinal de endometriose, ovários policísticos e até de infecções sexualmente transmissíveis ou câncer de colo do útero.
Dependendo da causa, o corrimento marrom pode ser acompanhado de outros sintomas, como cólicas, dor durante a ovulação, sangramento fora do período menstrual, menstruação irregular ou dor durante o contato íntimo, por exemplo.
É importante consultar um ginecologista sempre que surgir corrimento marrom que dura mais de 3 dias ou é acompanhado de outros sintomas, para que seja identificada sua causa e iniciado o tratamento mais adequado.
11 causas de corrimento marrom
As principais causas de corrimento marrom são:
1. Final da menstruação
É comum que nos últimos dias da menstruação, o sangue fique mais escuro e em pouca quantidade, de forma que a mulher pode considerar estar apresentando um corrimento marrom. Esse corrimento é considerado normal e desaparece após 2 a 3 dias.
O que fazer: como é uma situação normal, não é necessário fazer tratamento e nem consultar o ginecologista. No entanto, caso esse corrimento seja persistente, aumente de quantidade ou tenha mau cheiro, é importante que o ginecologista seja consultado. Saiba o que quer dizer cada cor do corrimento vaginal.
2. Troca de anticoncepcional
É possível que após a troca de anticoncepcional a mulher note o aparecimento de corrimento marrom, o que é resultado das alterações hormonais provocadas por esse tipo de medicamento.
O que fazer: nesse caso, é importante seguir as orientações do ginecologista sobre a troca do anticoncepcional, já que o corrimento deve desaparecer após alguns dias.
Caso o corrimento marrom continue, é importante que o ginecologista seja consultado para que seja avaliada a troca do anticoncepcional e a necessidade de suspender ou trocar novamente o medicamento.
Leia também: Menstruação marrom: 14 causas (e o que fazer) tuasaude.com/menstruacao-marrom3. Irritação do colo do útero
O colo do útero é uma região muito sensível e algumas situações simples, como o exame papanicolau ou contato sexual frequente podem causar essa inflamação do útero e, consequentemente, a liberação de corrimento marrom.
O que fazer: não é necessário tratamento específico para a irritação do colo do útero, porque a quantidade de secreção é pouca e não estão presentes outros sintomas.
Manter a região limpa e seca geralmente é suficiente para controlar esse corrimento em menos de 2 dias. No entanto, deve-se evitar o contato íntimo até que o corrimento tenha desaparecido.
4. Síndrome dos ovários policísticos
A síndrome dos ovários policísticos é a formação de pequenos cistos nos ovários devido a produção de uma quantidade maior do que o normal de testosterona pelo corpo.
Essa condição pode causar corrimento marrom, além de outros sintomas como cólica intensa que pode ocorrer durante o período da ovulação ou em qualquer outro momento do ciclo menstrual, menstruação irregular, excesso de pelos grossos, aumento do peso e acne.
O que fazer: o tratamento pode ser feito com o uso da pílula anticoncepcional para regular a menstruação e controlar as irregularidades hormonais, indicados pelo ginecologista, já que não é qualquer pílula que pode ser usada. Confira os chás que podem ajudar no tratamento da síndrome dos ovários policísticos.
5. Endometriose
A endometriose é uma condição que afeta várias mulheres e que consiste no crescimento de tecido do útero em outros locais, como ovários e intestino.
Alguns dos sintomas mais comuns incluem corrimento escuro, dor intensa na região pélvica, menstruação mais abundante, dor na relação sexual e até dificuldade para urinar ou defecar.
O que fazer: o tratamento para endometriose deve ser bem orientado e adaptado a cada mulher. Por esse motivo, é muito importante fazer consultas regulares com o ginecologista.
Algumas opções de tratamento incluem o uso de DIU, remédios anti-hormonais ou cirurgia. Confira os principais tipos de tratamento para endometriose.
6. Cisto no ovário
O cisto no ovário pode causar sangramento antes ou depois da menstruação, que misturado com as secreções naturais da mulher pode se tornar um corrimento marrom.
Porém, nestes casos, costumam surgir outros sintomas como dor durante a ovulação, dor durante ou após a relação sexual, sangramento vaginal fora da menstruação, aumento do peso e dificuldade para engravidar.
O que fazer: nem sempre é preciso tratamento específico, mas o ginecologista pode indicar o uso da pílula anticoncepcional. Nos casos mais graves pode ser necessário retirar o ovário para evitar maiores complicações como a torção do ovário ou o câncer.
7. Mioma uterino
O mioma, também chamado de fibrose uterina ou leiomioma, é um tumor benigno que se forma no músculo do útero e que geralmente não causa sintomas, mas dependendo do tamanho, da localização e da quantidade de mioma, a mulher pode ter corrimento marrom, dor abdominal ou cólica e sangramento fora do período menstrual.
O que fazer: deve-se consultar o ginecologista para que seja feito o diagnóstico através de exame físico e de imagem, como ultrassom transvaginal e iniciar o tratamento mais adequado que pode ser desde o acompanhamento médico até o uso de hormônio ou utilização do DIU de progesterona. Saiba mais sobre o tratamento do mioma.
8. Gravidez ectópica
A gravidez ectópica, também chamada de gravidez tubária, ocorre quando o embrião se desenvolve fora do útero, sendo mais comum nas trompas de Falópio, também chamadas de tubas uterinas.
Essa condição pode causar corrimento marrom, cólica intensa em apenas um lado da barriga e que piora com o movimento, sangramento vaginal, dor durante o contato íntimo, tonturas, náuseas, vômitos ou desmaios.
O que fazer: no caso da presença de sintomas de gravidez tubária deve-se procurar o pronto socorro mais próximo imediatamente para que sejam feitos exames, confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, que geralmente é feito a partir de uma cirurgia para retirada do embrião. Saiba como é feito o tratamento da gravidez ectópica.
9. Infecções sexualmente transmissíveis
Algumas infecções sexualmente transmissíveis, como a gonorreia ou a clamídia, também são uma importante causa do surgimento de corrimento marrom.
Estes casos são mais frequentes após uma relação sexual desprotegida e, normalmente, são acompanhados de outros sintomas como dor ao urinar, sensação de pressão na região pélvica ou sangramento durante a relação.
O que fazer: as infecções sexualmente transmissíveis normalmente precisam ser tratadas com antibióticos, por isso, é muito importante consultar o ginecologista.
10. Doença inflamatória pélvica (DIP)
A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma inflamação que tem origem na vagina e que progride afetando o útero, as trompas e os ovários, se espalhando por uma grande área pélvica, levando ao surgimento de sintomas, como corrimento marrom com mau cheiro, dor pélvica, dor durante o contato íntimo ou ao urinar, febre e mal estar geral, por exemplo.
A doença inflamatória pélvica acontece na maioria dos casos como consequência de uma infecção sexualmente transmissível (IST) que não foi devidamente tratada, mas também pode surgir devido a infecção no momento do parto, introdução de objetos contaminados na vagina durante a masturbação ou endometriose, por exemplo.
O que fazer: o tratamento da doença inflamatória pélvica é feito com o uso de antibióticos receitados pelo ginecologista, como azitromicina, levofloxacino ou clindamicina, por exemplo, na forma de comprimido ou injeção.
Além disso, como geralmente a DIP é causada por IST´s, é recomendado não ter relações sexuais com penetração enquanto não se tiver finalizado o tratamento. Veja os principais tratamentos para a doença inflamatória pélvica.
11. Câncer de colo de útero
O câncer de colo de útero pode causar corrimento marrom de cheiro forte e dor na região pélvica depois da relação sexual. Confira outros sintomas que podem indicar câncer de útero.
O que fazer: em caso de suspeita, deve-se ir ao ginecologista para ele realizar exames como papanicolau e colposcopia, e verificar se realmente pode ser câncer e então indicar o tratamento mais adequado, que pode ser conização, braquiterapia, radioterapia, ou cirurgia para retirada do útero, dependendo do estadiamento do tumor.
Corrimento marrom pode ser gravidez?
Normalmente, o corrimento marrom não é sinal de gravidez pois é mais comum que, no início da gestação, a mulher apresente um pequeno corrimento rosado que indica a implantação do embrião no útero. Saiba quais podem ser os primeiros sinais de gravidez.
No entanto, em mulheres que estão grávidas, a saída de um líquido escuro semelhante a menstruação e ao corrimento marrom podem indicar perda de sangue pela vagina, e isto deve ser avaliado pelo obstetra, especialmente se for acompanhado por mau cheiro ou outros sintomas como dor abdominal, coceira na vagina ou sangramento abundante.
Esta alteração pode indicar, de entre outras possibilidades, gravidez ectópica ou uma infecção.
Quando ir ao ginecologista
É recomendado consultar um ginecologista quando o corrimento marrom dura mais de 3 dias ou é acompanhado de sintomas como:
- Dor abdominal ou pélvica;
- Corrimento marrom com mau cheiro;
- Coceira na vagina ou vulva;
- É intercalado com sangramento vermelho vivo;
- Dor durante o contato íntimo ou ao urinar;
- Menstruação irregular;
- Sangramento fora do período menstrual;
- Sangramento após o contato íntimo;
- Febre ou mal estar;
- Tonturas ou desmaios;
- Náuseas ou vômitos.
Nestes casos, o médico irá fazer o diagnóstico do problema através da observação do corrimento e através do uso do espéculo para verificar o interior da vagina e do colo do útero, recomendando o tratamento mais adequado.
Como evitar o corrimento vaginal
Para prevenir o corrimento escuro, é recomendado evitar o uso de duchas íntimas, lavando diariamente somente a região genital externa durante o banho ou após o contato íntimo.
A calcinha deve ser preferencialmente de algodão para que a região fique sempre mais seca, e também deve-se evitar usar shorts e calças jeans apertadas porque elas abafam o local, facilitando a transpiração e a proliferação de microrganismos que causam infecções.