Dependência química é uma doença caracterizada pelo uso abusivo de substâncias psicoativas, ou seja, substâncias capazes de causar alterações no estado mental, como cocaína, crack, álcool ou remédios opioides, por exemplo.
Essas substâncias podem causar euforia, sensação de bem estar ou até sedação, fazendo com que a pessoa busque ter essas sensações novamente, o que pode resultar em dependência física e/ou psicológica.
O tratamento da dependência química é feito por uma equipe multiprofissional, contando com psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e farmacêuticos, podendo ser feito com uso de remédios ou internamento em clínicas especializadas.
Sintomas de dependência química
Os principais sintomas de dependência química são:
- Desejo forte ou fissura de consumir a substância, quase que forma compulsiva;
- Dificuldade em controlar a vontade de usar a substância;
- Consumo maior e por mais tempo do que o pretendido da substância;
- Aumento da quantidade e da frequência de uso da substância para que ter os efeitos desejados;
- Diminuição ou abandono da vida social ou outras atividades;
- Dificuldade de cumprir com as responsabilidades;
- Problemas familiares, de relacionamento ou prejuízos no trabalho devido ao uso frequente da substância;
- Esforço para obter e usar a substância ou se recuperar após o uso;
- Uso contínuo da substância, mesmo com conhecimento dos efeitos psicológicos e físicos causados pela substância;
- Uso da substância em ambientes de alto risco, como ao dirigir um veículo ou operar máquinas pesadas;
- Vontade de parar ou diminuir o uso da substância, mas não conseguir.
Além disso, quando se interrompe de forma abrupta ou se diminui o uso da substância, podem surgir sintomas de abstinência, como náuseas, vômitos, mal estar, dor de cabeça, irritabilidade ou insônia, por exemplo. Saiba identificar os sintomas de abstinência. /sintomas-ao-parar-de-fumar/
Quando é considerado dependência química?
É considerada dependência química quando a pessoa apresenta pelo menos 2 a 3 dos 11 sintomas nos últimos 12 meses, sendo esse caso classificado como leve.
Quando a pessoa apresenta 4 a 5 sintomas, é definido como dependência moderada, enquanto que 6 ou mais sintomas classifica a dependência como grave.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da dependência química é feito pelo psiquiatra e/ou psicólogo através dos sintomas apresentados, histórico de uso abusivo de substâncias químicas, tipo de substância utilizada e frequência do uso.
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Além disso, o médico deve solicitar exames para avaliar o estado de saúde no geral, como hemograma completo, testes de função hepática, enzimas pancreáticas, painel de hepatite e exames de urina e de HIV, por exemplo.
Quais substâncias podem causar dependência química
As principais substâncias que podem causar dependência química são:
- Drogas estimulantes, como cocaína ou anfetaminas;
- Opioides, como cocaína, heroína, morfina, metadona ou oxicodona;
- Anticonvulsivantes, como fenobarbital ou pentobarbital;;
- Antipsicóticos, como clorpromazina ou tioridazina;
- Benzodiazepínicos, como diazepam ou alprazolam;
- Antidepressivos tricíclicos, como imipramina;
- Alucinógenos, como LSD, êxtase ou maconha.
Além disso, outras substâncias que causam dependência química são o álcool e a nicotina presente nos cigarros.
Essas substâncias agem no sistema nervoso central, e por isso, podem causar dependência física e/ou psicológica, provocando transtornos que surgem devido a adaptação do cérebro para se recuperar.
Possíveis causas
A dependência química é causada por um conjunto de fatores psicológicos, sociais, culturais, ambientais e biológicos.
Fatores genéticos para a resposta ao estresse também podem aumentar a predisposição à dependência de substâncias, assim como traumas na infância.
Alguns distúrbios de saúde mental, como TDAH ou transtorno afetivo bipolar, também têm um maior risco de desenvolver um transtorno por uso de substâncias na idade adulta.
Tratamento para dependência química
O tratamento para dependência química deve ser feito com orientação do psiquiatra e psicólogo, e varia de acordo com o tipo de substância utilizada.
No caso de dependência química por nicotina, o médico pode indicar remédios para parar de fumar, como bupropiona e vareniclina, por exemplo. Veja os principais remédios para parar de fumar.
Já no caso da dependência ao álcool ou remédios opioides, algumas opções de remédios são naltrexona, dissulfiram ou buprenorfina, por exemplo.
No entanto, no caso de drogas ilícitas, pode ser necessário o internamento em clínicas especializadas em dependência química, com uso de medicamentos e monitoração de profissionais da saúde como médico, enfermeiro e psicólogo, da família e de amigos.
Em alguns casos, principalmente nos de dependência leve, a terapia em grupo pode ser útil, pois nesse ambiente as pessoas expõem fraquezas ao mesmo tempo que apoiam uns aos outros. Veja com mais detalhes como é feito o tratamento da dependência química.