Diabetes gestacional é o aumento da glicose no sangue com valores maiores ou iguais a 92 mg/dL, sendo mais comum de surgir após a 24ª semana da gestação, devido a uma resistência à insulina provocada pelos hormônios da gravidez.
Esse tipo de diabetes pode se desenvolver durante a gravidez, em mulheres que não têm diagnóstico anterior de diabetes e, raramente, causa sintomas, embora, em alguns casos, possa surgir visão turva e muita sede.
A diabetes gestacional deve ser tratada com orientação do obstetra para evitar complicações para a mulher e para o bebê, como parto prematuro, bebê muito grande para a idade gestacional ou síndrome da angústia respiratória neonatal.
Sintomas de diabetes gestacional
Os principais sintomas de diabetes gestacional são:
- Aumento do apetite;
- Boca seca excesso de sede;
- Ganho de peso;
- Vontade frequente para urinar;
- Visão turva;
- Infecções urinárias mais frequentes;
- Candidíase vaginal frequente;
- Cansaço excessivo.
A maioria dos casos de diabetes gestacional não leva ao aparecimento de sinais ou sintomas.
Além disso, como esses sintomas são comuns durante a gravidez, o médico deve solicitar o exame da glicose pelo menos 3 vezes durante a gestação, sendo geralmente o primeiro exame realizado na 20ª semana de gestação. Confira outros sintomas de diabetes gestacional e os exames que podem ser feitos.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico de diabetes gestacional é feito pelo obstetra através de exames de sangue que medem os níveis de glicose. Confira os valores de referência dos exames para diabetes gestacional.
Marque uma consulta com o obstetra na região mais próxima de você:
Geralmente, o resultado desse exame é suficiente um resultado acima dos valores normais para confirmar o diagnóstico de diabetes gestacional.
Leia também: Exames na gravidez: quais precisa fazer (e complementares) tuasaude.com/exames-na-gravidezDiabetes gestacional valores
Os valores de glicose no sangue considerados diabetes gestacional são:
O exame de glicemia de jejum deve ser realizado uma vez a cada trimestre da gestação.
Além disso, a curva glicêmica que é feito rotineiramente entre as 24 e 28 semanas da gestação, como parte dos exames pré-natais.
Leia também: Curva glicêmica: o que é, para que serve e valores de referência tuasaude.com/exame-da-curva-glicemicaCalculadora da glicemia
Para saber se é diabetes gestacional, insira o seu resultado na calculadora a seguir:
O teste de sintomas é apenas uma ferramenta de orientação, não servindo como diagnóstico e nem substituindo a consulta com obstetra ou endocrinologista.
Possíveis causas
A diabetes gestacional é causada por uma resistência à insulina, como consequência do aumento da produção de hormônios pela placenta, ou pela diminuição da produção de insulina pelo pâncreas.
Isso faz com que exista maior quantidade de açúcar no sangue, resultando no desenvolvimento da diabetes.
Quem tem maior risco
Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento da diabetes gestacional, como:
- Histórico familiar de diabetes mellitus, especialmente pai ou mãe;
- Histórico de diabetes gestacional em outra gravidez;
- Ter tido bebê com peso maior do que 4Kg em uma gravidez anterior;
- Sobrepeso ou obesidade, com IMC acima de 25;
- Pré-diabetes;
- Não praticar atividades físicas;
- Colesterol bom (HDL) baixo ou triglicerídeos altos;
- Síndrome dos ovários policísticos.
A diabetes gestacional pode surgir em qualquer estágio da gravidez, no entanto, é mais comum a partir da 24ª semana da gestação, especialmente no terceiro trimestre, devendo ser tratada pelo obstetra para evitar complicações para a mãe e pare o bebê.
Como é feito o tratamento
O tratamento para diabetes gestacional deve ser feito com orientação do obstetra ou endocrinologista e tem como objetivo promover a saúde da mãe e do bebê e evitar complicações.
Os principais tratamentos para diabetes gestacional são:
1. Alimentação na diabetes gestacional
A alimentação na diabetes gestacional deve ser orientada por um nutricionista sendo recomendado alimentos com baixo índice glicêmico, como frutas com casca, assim como diminuir a quantidade de açúcar e carboidratos simples da alimentação.
É recomendado dar preferência a alimentos que possuam carboidratos complexos, como grãos integrais, carnes, peixe, oleaginosas, leite e derivados e sementes. Veja mais sobre a alimentação na diabetes gestacional.
Confira também no vídeo a seguir mais informações sobre a alimentação na diabetes gestacional:
DIABETES GESTACIONAL: o que comer para controlar
02:58 | 343.589 visualizações2. Medição da glicemia
É importante que a glicemia capilar seja medida diariamente em jejum e após as refeições principais.
Desta forma, é possível que tanto a gestante quanto o médico consigam ter um controle dos níveis de glicose no sangue, além de que de acordo com os níveis de glicose o nutricionista pode alterar o plano alimentar.
Leia também: Glicemia capilar: o que é, como medir e valores de referência tuasaude.com/como-medir-a-glicemia3. Prática de exercícios
A prática de exercícios físicos para diabetes gestacional promove diminuição da quantidade de glicose em jejum e após as refeições, sem que seja necessário fazer uso de insulina para controlar os níveis de glicose circulante.
Apesar de ser considerado seguro, as gestantes precisam ter alguns cuidados antes, durante e após os exercícios, como comer algo antes do exercício e beber água antes, durante e após a atividade.
Além disso, deve-se ter atenção à intensidade do exercício e prestar atenção no aparecimento de algum sintomas, como sangramento vaginal, contrações uterinas, perda de líquido amniótico, fraqueza muscular e dificuldade para respirar antes do exercício.
Leia também: 13 sinais de alerta para a grávida ir ao hospital tuasaude.com/sinais-que-a-gravidez-nao-vai-bem4. Uso de remédios
O uso de remédios para diabetes gestacional são indicados quando os níveis de glicose não regularizam mesmo com mudança nos hábitos alimentares e prática de exercícios de forma regular.
Assim, o obstetra o endocrinologista pode indicar o uso de hipoglicemiantes orais ou de insulina, por exemplo.
É importante que a mulher faça a medição da glicemia diariamente e nos períodos indicados pelo médico para que seja verificado se o tratamento está sendo eficaz.
Possíveis riscos da diabetes gestacional
As complicações da diabetes gestacional podem afetar a gestante ou o bebê, podendo ser:
Estes riscos podem ser diminuídos se a mulher seguir o tratamento corretamente, por isso, a grávida com diabetes gestacional deve ser acompanhada no pré-natal de alto risco.
Diabetes gestacional é considerada gravidez de risco?
A diabetes gestacional é considerada gravidez de risco, pois pode aumentar o risco de complicações para a gestante e para o bebê.
Leia também: Gravidez de risco: o que é, sintomas, causas e cuidados tuasaude.com/gravidez-de-riscoComo evitar a diabetes gestacional
A diabetes gestacional nem sempre pode ser prevenida porque está relacionada as alterações hormonais típicas da gestação, no entanto, pode-se diminuir o risco de desenvolvimento da diabetes gestacional ao:
- Estar no peso ideal antes de engravidar;
- Fazer o pré-natal;
- Aumentar de peso de forma lenta e gradual;
- Alimentar de forma saudável;
- Praticar exercícios moderados.
A diabetes gestacional pode surgir em gestantes com mais de 25 anos, obesas ou quando a gestante tem uma intolerância aos açúcares.
Entretanto, também pode se desenvolver em mulheres mais novas ou com peso normal devido as alterações hormonais.
Diabetes gestacional tem cura?
A diabetes gestacional tem cura, sendo que na maioria dos casos desaparece após o parto.
No entanto, é recomendado manter os cuidados alimentares e a prática de exercícios físicos.
Isso porque mulheres que tiveram diabetes gestacional têm um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 em até 5 a 10 anos após o parto.
Leia também: Diabetes tipo 2: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/diabetes-tipo-2Como é o pós-parto da diabetes gestacional
Logo após o parto, a glicemia deve ser medida a cada 2 a 4 horas, de forma a prevenir a hipoglicemia e a cetoacidose, que são comuns neste período.
Antes da alta hospitalar, a glicemia da mãe deve ser medida, de forma a verificar se já se encontra normalizada.
Geralmente, os antidiabéticos orais são suspensos, porém algumas mulheres precisam continuar tomando estes medicamentos após o parto, depois de uma avaliação pelo médico, de forma a não prejudicar a amamentação.
Além disso, o teste de intolerância à glicose deve ser realizado de 6 a 8 semanas após o parto, para verificar se a glicemia continua normal.