A dieta durante uma crise de colite ulcerativa é importante para controlar os sintomas como diminuição do apetite, enjoos, vômitos, cólicas, diarreia, prisão de ventre, alterações do paladar e cansaço.
Atualmente não existe uma dieta específica que possa ser recomendada para todas as pessoas com colite ulcerativa. Por isso, é recomendado consultar um nutricionista que vai elaborar um plano alimentar individualizado, de acordo com a gravidade, o grau da doença e os sintomas apresentados.
No entanto, existem algumas recomendações gerais que podem ser seguidas com o objetivo de evitar as deficiências de vitaminas e minerais, além de evitar a perda de peso, garantindo a saúde e bem estar geral.
Como saber o que faz mal
A dieta para controlar as crises de colite varia para cada pessoa, sendo necessário observar quais alimentos pioram a digestão, causam dores, diarreia, prisão de ventre ou aumentam os gases intestinais.
Por isso, é aconselhado fazer um diário alimentar, onde deve-se anotar todos os alimentos consumidos durante o dia e os sintomas, caso surjam. Isso permitirá identificar após algumas semanas quais são os alimentos que podem causar desconforto e quais devem ser evitados.
É importante ressaltar que os alimentos que provocam as crises de colite podem variar com o tempo. Por isso, em casos de novas crises, é importante fazer novamente o diário alimentar para que o nutricionista reajuste a dieta.
Qual especialista consultar
A melhor forma de identificar aquilo que se pode comer ou não, é consultando um nutricionista ou nutrólogo clínico, que irá ajudar a entender o diário alimentar e também fazer orientações sobre o que se deve evitar completamente ou o que se deve consumir com moderação.
Alimentos que devem ser evitados
Durante a colite ulcerativa é deve-se evitar alimentos que aumentam a inflamação e irritam o intestino, como:
- Alimentos ricos em gordura: frituras, margarina, manteiga, óleo de soja, de canola ou de milho;
- Cafeína: café, chá verde, chá preto, chá mate, refrigerante de cola e chocolate. Estes alimentos devem ser evitados durante as crises de diarreia;
- Pimenta e molhos apimentados;
- Alimentos ricos em fibras: sementes, pipoca, vegetais folhosos e/ou crus e frutas com casca e bagaço;
- Doces em geral: açúcar, mel, sorvete, geleias, sucos e mousses;
- Carnes processadas: salsicha, presunto, mortadela, peito de peru, salame e bacon;
- Leguminosas: lentilha, grão de bico e feijão;
- Alimentos industrializados, como salgadinhos em pacote, biscoitos doces e salgados, comidas prontas congelada, como lasanha e pizza e fast food;
- Temperos prontos industrializados, como caldo de carne ou de galinha, molho shoyu, ketchup, maionese ou molhos de salada;
- Bebidas alcoólicas.
Pessoas com colite ulcerativa também podem apresentar intolerância ao glúten. Nestes casos, é aconselhado evitar alimentos como bolacha, bolo, biscoito, pão, torrada, macarrão e massa de pizza feitos com centeio ou trigo.
Além disso, pessoas com colite ulcerativa também podem ter intolerância à lactose, sendo importante também evitar os alimentos como leite, iogurte, manteiga, creme de leite e sorvete, por exemplo.
O que comer
Para ajudar a desinflamar o intestino, equilibrar a flora intestinal e prevenir novas crises, é recomendado comer várias vezes ao longo do dia, em pequenas porções e mastigando bem os alimentos. Além disso, é sugerido cozinhar os alimentos de forma simples, como ensopados, no vapor, assados ou grelhados, evitando frituras ou molhos.
Não existe uma dieta única ou alimentos específicos para prevenir ou curar a colite, no entanto, algumas recomendações que se pode seguir incluem:
1. Carnes magras e peixe
Comer proteínas é muito importante, porque pessoas com colite ulcerativa podem perder massa muscular devido à má absorção de nutrientes.
Assim, durante uma crise de colite, é importante aumentar as quantidade de proteína ingeridas, sendo recomendado ingerir de 1,2 a 1,5 g de proteína por quilograma de peso corporal. Uma pessoa com 60 Kg de peso corporal deve consumir entre 72 e 90 g de proteína por dia, por exemplo.
As proteínas devem ter pouca gordura e, por isso, o ideal é priorizar peixes, tofu, ovos, frango ou peru sem pele. No caso das carnes vermelhas, podem ser consumidas no máximo 2 vezes por semana, priorizando os cortes mais magros, como músculo, coxão mole ou filé mignon.
2. Laticínios sem lactose
Como algumas pessoas também podem ter dificuldade de digestão ou intolerância à lactose, é aconselhado optar por alimentos como iogurte, leite e queijos sem lactose.
Já pessoas que não têm intolerância à lactose, podem consumir em pequenas porções de leite e derivados com lactose, dando preferência para produtos com menor teor de gordura. O iogurte ou o kefir de leite são boas opções, pois além de terem boas quantidades de cálcio, são ricos em probióticos que ajudam a equilibrar a flora intestinal.
3. Frutas e vegetais
As frutas e os vegetais devem ser consumidos sem casca, sem bagaço, sem sementes e de preferência cozidos, para facilitar sua digestão e absorção.
Além disso, alguns vegetais como brócolis, repolho e couve-flor, podem causar gases em algumas pessoas. Veja outros alimentos que podem aumentar a produção de gases.
Alguns vegetais que podem ser consumidos durante a crise são: cenoura, batata, aspargos, abóbora, chuchu e abobrinha. Já as frutas que podem ser ingeridas durante as crises são: banana, maçã, pera e melão.
4. Condimentos naturais
Para dar sabor às preparações, pode-se usar as ervas aromáticas naturais frescas ou desidratadas, como salsa, orégano, alecrim, coentro ou manjericão, por exemplo. Veja outros tipos de ervas naturais.
5. Gorduras saudáveis
O consumo de gorduras boas e em pouca quantidade é fundamental para quem sofre com colite ulcerativa, pois atuam como anti-inflamatórios naturais, ajudando a prevenir as crises de colite ulcerativa. Estas gorduras são principalmente o azeite extra virgem, o óleo de linhaça, o óleo de abacate, e os peixes como o salmão, a truta e as sardinhas. Confira outros alimentos com gorduras saudáveis.
6. Água
A colite ulcerativa pode causar diarreia, levando a desidratação e, em alguns casos, pode causar prisão de ventre. Por isso, é muito importante aumentar a ingestão de água, mantendo o organismo hidratado.
No entanto, também podem ser usadas outras opções como suco de maçã e chá de gengibre, por exemplo. Veja outras bebidas naturais para ajudar no tratamento da colite.
7. Carboidratos
Os carboidratos são uma importante fonte de energia e, por isso, é recomendado consumir alimentos fonte desse nutriente, como arroz branco, tapioca, macarrão de arroz ou batata, por exemplo.
No entanto, deve-se evitar o consumo de carboidratos como arroz integral, pão integral, quinoa, milho e macarrão integral, já que contêm muitas fibras que podem piorar os sintomas de colite.
Como deve ser o consumo de fibras
As fibras podem causar problemas em algumas pessoas com colite ulcerativa ativa, aumentando a produção de gases, causando dor abdominal ou diarreia. As fibras estão presentes em grandes quantidades nos vegetais e frutas crus, nas oleaginosas, leguminosas e cereais integrais.
A maior parte dos alimentos contém tanto fibras solúveis como insolúveis. Por isso, cozinhar bem, e retirar a casca e as sementes ajuda a diminuir a quantidade de fibras dos alimentos. É importante lembrar que quando existe a crise de colite ulcerativa ativa, todos os tipos de fibra devem ser ingeridos em pequenas quantidades, para evitar a piora dos sintomas.
Suplementos para colite ulcerativa
Durante o tratamento para colite, alguns suplementos, como vitamina D, cálcio, ácido fólico e ferro, podem ser indicados pelo médico ou nutricionista para prevenir as deficiências nutricionais ou a perda de peso.
A ingestão de probióticos também pode ser indicada, pois ajudam a regular a flora intestinal, melhorando a digestão, prevenindo diarreia e prisão de ventre, além de reduzir a formação de gases. Entenda mais sobre os benefícios dos probióticos e onde encontrar.
Outro suplemento que pode ser prescrito é o ômega-3 em cápsulas, que ajuda a reduzir a inflamação no organismo e melhorar o sistema imunológico. No entanto, é importante lembrar que todo suplemento alimentar deve ser prescrito pelo médico ou pelo nutricionista.