O que é:
A dismenorreia é uma dor muito forte que pode surgir alguns dias antes ou durante a menstruação, sendo acompanhada por outros sintomas como náuseas, vômitos, dor de cabeça ou dor nas pernas, por exemplo.
A dismenorreia é mais comum na adolescência, podendo começar desde a primeira menstruação e continuar ou diminuir ao longo da vida, mas também pode surgir na idade adulta, geralmente devido a algumas doenças como endometriose ou mioma. Dependendo da intensidade da dor, a dismenorreia pode impedir atividades normais no dia a dia da mulher, como trabalhar ou estudar.
Apesar de ser muito intensa e trazer transtornos para a vida da mulher, a dismenorreia pode ser controlada com remédios como anti-inflamatórios, analgésicos ou a pílula anticoncepcional. Por isso, em caso de suspeita deve-se ir ao ginecologista para investigar a causa da dismenorreia, e iniciar o tratamento mais adequado.
Sintomas de dismenorreia
Os principais sintomas da dismenorreia são:
- Cólica muito intensa perto do primeiro dia da menstruação;
- Dor de cabeça;
- Náuseas;
- Diarreia;
- Cansaço excessivo;
- Dor no fundo das costas;
- Dor nos quadris;
- Dor na parte interna das coxas;
- Dor nas pernas;
- Sensação de pressão no abdômen;
- Tonturas.
A dor da dismenorreia tende a ser maior no primeiro dia da menstruação e pode durar entre 12 a 72 horas, diminuindo de intensidade conforme o sangramento menstrual continua e o revestimento do útero é removido. Em alguns casos, a cólica menstrual pode ser sentida até mesmo antes da menstruação descer.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da dismenorreia é feito pelo ginecologista a partir da realização do exame ginecológica, avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela mulher e análise do ciclo menstrual.
O ginecologista normalmente indica a realização de exames laboratoriais e de imagem para investigar a causa da dismenorreia e, assim, ser iniciado o tratamento mais adequado. Assim, pode ser recomendada a dosagem dos hormônios femininos no sangue, ultrassom endovaginal, ultrassom abdominal e/ ou ressonância magnética, por exemplo.
Possíveis causas
As causas da dismenorreia estão relacionadas com a origem da cólica e podem ser classificadas como:
1. Dismenorreia primária
A dismenorreia primária é a cólica que surge antes ou durante a menstruação causada pela liberação de prostaglandinas, que são substâncias inflamatórias produzidas pelo revestimento do útero, fazendo com que os músculos e os vasos sanguíneos do útero se contraiam, causando dor forte que pode estar acompanhada de outros sintomas como náusea, vômito ou dor de cabeça.
Esse tipo de dismenorreia ocorre sem a mulher ter qualquer tipo de doença envolvida, e pode começar desde a primeira menstruação, podendo melhorar ou reduzir por volta dos 20 anos, mas em alguns casos só melhora após a gravidez.
2. Dismenorreia secundária
A dismenorreia secundária é causada por algum problema nos órgãos reprodutivos, sendo as principais:
- Endometriose;
- Mioma uterino;
- Pólipos uterinos;
- Adenomiose;
- Cisto no ovário;
- Estenose cervical;
- Doença inflamatória pélvica (DIP);
- Alterações no útero ou na vagina;
- Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs);
- Uso de DIU;
- Realização de cirurgia pélvica.
Os sintomas da dismenorreia secundária normalmente iniciam na fase adulta, por volta dos 25 anos, e devem ser tratados de acordo com a orientação do ginecologista.
Como é feito o tratamento
O tratamento da dismenorreia deve ser indicado pelo ginecologista e geralmente é feito com uso de remédios para combater a cólica menstrual forte como:
- Analgésicos como paracetamol ou dipirona para aliviar a dor da cólica;
- Antiespasmódicos como Atroveran ou Buscopan composto que ajudam a diminuir as contrações do útero que causam a cólica;
- Anti-inflamatórios como ácido mefenâmico, cetoprofeno, piroxicam, ibuprofeno ou naproxeno, que agem bloqueando a produção de prostaglandinas tendo efeito contra a dor e a inflamação;
- Pílula anticoncepcional oral pois impedem a ovulação e diminuem o fluxo menstrual, ajudando a controlar a cólica forte causada pela dismenorreia.
Tanto os analgésicos, como os anti-inflamatórios ou antiespasmódicos devem ser tomados poucas horas antes ou logo no início da cólica menstrual, para que tenha o efeito esperado. No caso da pílula esta deve ser tomada conforme as indicações da bula, porque variam entre 21 e 24 dias, com pausa de 4 ou 7 dias entre cada cartela.
No caso da dismenorreia secundária, além dos remédios para aliviar a cólica forte, o médico deve tratar a doença que causou a dismenorreia para melhorar os sintomas, podendo indicar cirurgia no caso de endometriose ou miomas, ou remoção do DIU, por exemplo.
Opções de tratamento natural
Alguns tratamentos naturais podem aliviar a cólica da dismenorreia, como colocar uma bolsa térmica morna no pé da barriga; tomar um banho morno; fazer massagens relaxantes na barriga; praticar exercícios físicos 3 a 5 vezes por semana e não usar roupas apertadas. Saiba como fazer massagem para a dismenorreia.
Além disso, deve-se evitar bebidas alcoólicas ou com cafeína (como café, chocolate, chá preto e refrigerantes), e aumentar o consumo de proteínas (como salmão ou atum) e vegetais, além de diminuir o consumo de sal e de alimentos ricos em sódio, como os embutidos e enlatados.
Alguns estudos mostram que os suplementos alimentares com vitamina D, E, ou magnésio também podem ajudar a diminuir a cólica forte da dismenorreia.
Assista o vídeo com a nutricionista Tatiana Zanin com essas e outras dicas para ajudar a aliviar a cólica forte da dismenorreia: