Eutanásia, ortotanásia, distanásia e mistanásia: o que são (e diferenças)

Eutanásia, distanásia, ortotanásia e mistanásia são termos médicos relacionados com a morte, que pode ser voluntária, natural, prolongada ou neglicenciada.

Foto doutora realizando uma consulta
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De forma geral, a eutanásia pode ser definida como o ato de "antecipar a morte", a distanásia como uma "morte lenta, com sofrimento", enquanto mistanásia é a "morte por negligência" e a ortotanásia representa a "morte natural, sem antecipação ou prolongamento".

Essas práticas médicas são bastante discutidas no contexto da bioética, que é a área que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da vida humana, animal e ambiental, pois as opiniões podem variar em relação ao apoio ou não destas práticas.

Imagem ilustrativa número 2

Principais diferenças

A principais diferenças entre distanásia, eutanásia e ortotanásia:

1. Eutanásia

A eutanásia é o ato de abreviar a vida de uma pessoa, ou seja, tem como princípio acabar com o sofrimento da pessoa que possui uma doença grave e incurável, quando não existem mais tratamentos que possam ser realizados para melhorar o quadro clínico da pessoa.

Existem tipos diferentes de eutanásia, que definem melhor a maneira como esta antecipação da morte será feita, e incluem:

Tipos de eutanásia Como é feito
Eutanásia ativa voluntária É feita pela administração de medicamentos ou realização de algum procedimento com o intuito de levar o paciente à morte, após o seu consentimento.
Suicídio assistido É o ato realizado quando o médico fornece medicamentos para que o próprio paciente possa abreviar a vida.
Eutanásia ativa involuntária É feita com a administração de medicamentos ou realização de procedimentos para levar o paciente à morte, em situação na qual o paciente não consentiu previamente. Esta prática é ilegal em todos os países.
Eutanásia passiva

É feita com a suspensão ou término dos tratamentos médicos que mantêm a vida da pessoa, sem oferecer nenhum medicamento para a sua abreviação.

Neste caso, não se causa a morte da pessoa, mas permite que a pessoa morra naturalmente, podendo ser enquadrada na prática de ortotanásia.

A eutanásia é ilegal na maioria dos países, já que envolve a vida humana.

Os profissionais contra esta prática afirmam que a vida humana é inviolável, e ninguém tem o direto de abreviá-la, e, além disto, é muito difícil definir quais pessoas ainda podem ter o sofrimento aliviado sem que seja necessário antecipar a sua morte.

2. Ortotanásia

A ortotanásia é a morte natural, sem que sejam realizados tratamentos pouco úteis, invasivos ou artificiais para manter a pessoa viva e prolongar a morte, como a respiração por aparelhos, por exemplo.

A ortotanásia é praticada por meio dos cuidados paliativos, que é uma abordagem que procura manter a qualidade de vida do paciente, e da sua família, em casos de doenças graves e incuráveis. Entenda o que são cuidados paliativos e quando estão indicados.

Assim, na ortotanásia a morte é vista como algo natural pelo qual todo ser humano irá passar, buscando-se o objetivo que não é abreviar e nem adiar a morte, mas sim buscar a melhor maneira de passar por ela, mantendo a dignidade da pessoa que está doente.

3. Distanasia

A distanásia é o prolongamento desnecessário da vida por meio do uso de remédios que pode trazer sofrimento para a pessoa.

Dessa forma, como promove o prolongamento da dor e do sofrimento, a distanásia é considerada uma má prática médica, pois, embora alivie os sintomas, não traz melhora da qualidade de vida para a pessoa, tornando a morte mais lenta e dolorosa.

4. Mistanásia

A mistanásia, também conhecida como eutanásia social, é a morte que acontece por negligência no atendimento médico, incompetência do profissional, omissão de atendimento, falta de garantia no atendimento nos serviços de saúde ou violação aos direitos de saúde.

Esse tipo de morte, é considerada como uma "morte miserável", que poderia ser evitada com atendimento médico e tratamento adequados.

Um exemplo de mistanásia é a morte que acontece enquanto a pessoa espera o atendimento médico, em filas ou macas.