Distonia: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

Distonia é um distúrbio neurológico do movimento caracterizado por contrações musculares involuntárias e espasmos incontroláveis, que são muitas vezes repetitivos, podendo causar posturas incomuns, estranhas e dolorosas.

Foto doutora realizando uma consulta
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Geralmente, a distonia muscular surge devido a um problema cerebral, no sistema nervoso, responsável por controlar o movimento muscular, que pode ser genético ou surgir como consequência de uma doença ou lesão, como AVC, doença de Parkinson, pancada na cabeça ou encefalite.

O tratamento da distonia é feito pelo neurologista e varia de acordo com sua causa e gravidade dos sintomas, podendo ser indicado injeções de toxina botulínica, remédios, fisioterapia ou cirurgia.

Médica examinando mão de paciente

Sintomas de distonia

Os principais sintomas de distonia são:

  • Movimentos involuntários como torção ou contorção;
  • Câimbras dolorosas nas mãos;
  • Espasmos involuntários nos punhos ou dedos ao escrever ou tocar instrumentos;
  • Movimentos repetitivos;
  • Virar a cabeça incontrolavelmente ao dirigir ou assistir televisão;
  • Piscar os olhos de forma incontrolável;
  • Dificuldade para falar ou comer.

Os sintomas de distonia variam de acordo com seu tipo, podendo afetar uma parte específica do corpo ou o corpo todo.

Na presença de sintomas de distonia, deve-se consultar o neurologista para que seja diagnosticada e iniciado o tratamento mais adequado.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da distonia é feito pelo neurologista através da avaliação dos sintomas, assim como quando surgiram e o que causa sua piora, histórico de saúde e exame neurológico completo.

Marque uma consulta com o neurologista na região mais próxima de você:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Além disso, o médico pode solicitar exames de sangue e urina para verificar a presença de toxinas no corpo e ressonância magnética ou tomografia computadorizada para avaliar as estruturas do cérebro.

Outros exames são a eletromiografia, que permite avaliar a atividade dos músculos, e exames genéticos para verificar mutações genéticas que possam causar a distonia. Saiba como é feita a eletromiografia.

Possíveis causas

As principais causas de distonia são:

  • Mutações genéticas, nos genes DYT 1 e DYT 6;
  • Histórico familiar de distonia;
  • Traumatismo craniano, falta de oxigênio durante o parto ou AVC;
  • Intoxicação por metais pesados ou monóxido de carbono;
  • Uso de remédios, como antipsicóticos, antiepilépticos ou metoclopramida.

Além disso, doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson, ou infecção cerebrais, como a encefalite, também podem causar distonia.

Leia também: Doença de Parkinson: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/parkinson

Tipos de distonia

Os principais tipos de distonia são:

1. Distonia focal

A distonia focal afeta apenas uma região do corpo, como pescoço, olhos, cordas vocais, braços ou pernas, causando contrações involuntárias e espasmos nos músculos afetados.

Um exemplo comum é a distonia cervical, que afeta o pescoço, provocando sintomas como inclinação involuntária do pescoço para a frente, para trás ou para os lados, com dor e rigidez.

Geralmente, esse tipo de distonia se desenvolve na idade a adulta, sendo mais comum dos 40 aos 50 anos.

2. Distonia segmentar

A distonia segmentar afeta duas ou mais regiões que estão interligadas, como é o caso da distonia oromandibular, que afeta a os músculo do rosto, a língua e a mandíbula, podendo causar distorção facial e a abertura ou o fechamento involuntário da boca.

3. Distonia multifocal

A distonia multifocal afeta duas ou mais regiões do corpo, que não estão interligadas, como o braço esquerdo e a perna esquerda, por exemplo, provocando contrações musculares involuntárias no grupo de músculos afetados.

4. Distonia generalizada

A distonia generalizada afeta o tronco e, pelo menos, duas outras partes do corpo.

Geralmente, a distonia generalizada tem início na infância ou adolescência e começa com contrações involuntárias em um dos membros, que depois se espalham para outras partes do corpo.

5. Hemidistonia

A hemidistonia é caracterizada por afetar um lado inteiro do corpo, causando espasmos involuntários e rigidez muscular em todo esse lado do corpo.

Como é feito o tratamento

O tratamento para distonia deve ser feito com orientação do neurologista e tem como objetivo controlar as contrações musculares involuntárias e, consequentemente, melhorar a aparência e a qualidade de vida da pessoa.

Os principais tratamentos para distonia são:

1. Injeções de toxina botulínica

As injeções de toxina botulínica podem ser indicadas pelo médico para ajudar a diminuir as contrações musculares involuntárias.

Essa injeção é feita pelo médico diretamente nos músculos afetados, geralmente têm um efeito temporário, necessitando de novas aplicações a cada 3 a 4 meses.

As injeções de toxina botulínica pode causar alguns efeitos colaterais, de acordo com o local em que foi aplicada, como dificuldade para engolir, em caso de distonia cervical, por exemplo.

2. Remédios para distonia

O tratamento com remédios para distonia varia de acordo com os sintomas e sua gravidade e tipo de distonia.

Os principais remédios para distonia são:

  • Levodopa e carbidopa: usados para melhorar os espasmos involuntários, pois aumentam os níveis de dopamina no cérebro;
  • Tetrabenazina ou deutetrabenazina: indicado no tratamento de doenças caracterizadas por movimentos irregulares incontroláveis, pois bloqueiam os efeitos da dopamina;
  • Triexifenidil: um remédio anticolinérgico, que atua bloqueando a liberação de acetilcolina, que é responsável por causar espasmos musculares;
  • Baclofeno: alivia a rigidez muscular e relaxa a musculatura;
  • Diazepam ou lorazepam: relaxantes musculares, que promovem o relaxamento dos músculos.

Estes remédios devem ser prescritos pelo neurologista, sendo que a dose e o modo de uso pode variar de acordo com a gravidade da distonia.

3. Fisioterapia

A fisioterapia para distonia consiste na realização de exercícios específicos ou técnicas para ajudar a manter a totalidade dos movimentos, melhorar a postura, aliviar a dor, evitar o encurtamento ou enfraquecimento dos músculos afetados e melhorar a qualidade de vida.

Além disso, a fisioterapia ajuda a evitar contraturas musculares e a diminuir os efeitos colaterais do tratamento com a toxina botulínica, através do alívio da dor ou da estimulação da deglutição, por exemplo.

4. Cirurgia para distonia

O tratamento cirúrgico para distonia pode ser feito através de duas técnicas:

  • Estimulação cerebral profunda: consiste na implantação de elétrodos dentro do cérebro que estão conectados a um pequeno dispositivo, semelhante a um marcapasso, que geralmente fica no abdômen e que envia impulsos elétricos para o cérebro, ajudando a controlar as contrações musculares;
  • Desnervação periférica seletiva: consiste no corte das terminações nervosas que estão causando espasmos musculares.

Estas opções cirúrgicas normalmente só são feitas quando os outros tratamentos não foram eficazes.

Distonia tem cura?

A distonia não tem cura, no entanto, os espasmos musculares podem ser controlados com o tratamento indicado pelo médico, melhorando a qualidade de vida.