Distrofia muscular de Duchenne: o que é, sintomas e tratamento

Distrofia muscular de Duchenne é uma doença muscular genética rara que causa sintomas como fraqueza muscular, dificuldade de controlar a cabeça ou atraso na capacidade para sentar, ficar de pé ou caminhar.

Foto doutora realizando uma consulta
Encontre um Pediatra perto de você! Parceria com Buscar Médico

Essa condição geralmente só é identificada a partir dos 3 ou 4 anos de idade, causada por um enfraquecimento progressivo de toda a musculatura do corpo, afetando apenas meninos.

O tratamento da distrofia muscular de Duchenne é feito pelo pediatra e normalmente envolve o uso de remédios, fisioterapia e alterações na dieta, para atrasar a evolução da doença, controlar os sintomas e a evitar o surgimento de complicações.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de distrofia muscular de Duchenne

Os principais sintomas da distrofia muscular de Duchenne são:

  • Baixa estatura, devido a menor velocidade de crescimento;
  • Fraqueza muscular, incluindo fraqueza facial;
  • Dificuldade de controlar a cabeça;
  • Atraso na capacidade para sentar, ficar de pé ou caminhar;
  • Andar na ponta dos pés ou andar cambaleando;
  • Dificuldade para subir escadas ou correr;
  • Quedas frequentes;
  • Aumento das panturrilhas.

Além disso, outro sintoma é a contratura muscular que pode surgir nos tornozelos, joelhos, quadris, cotovelos ou costas, e levar à lordose lombar ou escoliose.

Quando começam os sintomas?

Os sintomas da distrofia muscular de Duchenne normalmente são identificáveis a partir do primeiro ano de vida e até aos 6 anos, piorando progressivamente ao longo dos anos.

Por volta dos 12 anos, é possível que o menino fique dependente da cadeira de rodas.

A partir da adolescência, podem começar a surgir as primeiras complicações mais severas da doença, como dificuldade para respirar devido ao enfraquecimento dos músculos da respiração, e até cardiomiopatia, devido ao enfraquecimento do músculo cardíaco.

Leia também: Cardiomiopatia: o que é, sintomas, tipos, causas e tratamento tuasaude.com/cardiomiopatia

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da distrofia muscular de Duchenne pode ser suspeitado pelo pediatra através da avaliação dos sintomas apresentados durante o desenvolvimento da criança e exame físico.

Marque uma consulta com o pediatra na região mais próxima de você:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Para confirmar o diagnóstico, o médico pode solicitar exames de sangue, como creatinofosfoquinase (CPK), que é liberada no sangue quando existe degradação muscular, biópsia do músculo ou eletromiografia. Saiba como é feita a eletromiografia.

O médico também pode solicitar exames que avaliam o coração, como eletrocardiograma ou ecocardiograma, por exemplo.

Além disso, o médico pode solicitar testes genéticos que permitem identificar alterações nos genes responsáveis pelo surgimento da doença.

Possíveis causas

A distrofia muscular de Duchenne é causada por uma mutação do gene DMD, localizado no cromossomo Xp21, que é responsável por produzir a proteína distrofina, responsável por manter as células musculares saudáveis.

Essa doença é hereditária recessiva ligada ao X, o que quer dizer que é transmitida pelos genes da mãe, sendo que as mulheres carregam o gene afetado, mas transmitem a doença, principalmente, aos filhos homens.

Como é feito o tratamento

O tratamento da distrofia muscular de Duchenne deve ser feito com orientação do pediatra com o objetivo de evitar a evolução da doença, controlar os sintomas e evitar o surgimento de complicações.

Os principais tratamentos para a distrofia muscular de Duchenne são:

1. Uso de remédios

O uso de remédios para a distrofia muscular de Duchenne pode ser indicado para melhorar a função pulmonar, atrasar o desenvolvimento da escoliose e evitar o surgimento ou evolução da cardiomiopatia.

Geralmente, o tratamento é feito com remédios corticoides, como a prednisona ou o deflazacorte, em crianças com 4 anos ou mais e que apresentam piora da função muscular.

Leia também: Corticoide: o que é, para que serve, tipos e efeitos colaterais tuasaude.com/corticoides

Além disso, o médico pode indicar remédios para tratar a cardiomiopatia, como diuréticos, anti-hipertensivos ou até digoxina nos casos de insuficiência cardíaca.

2. Fisioterapia

A fisioterapia para a distrofia muscular de Duchenne tem como objetivo retardar a incapacidade de andar, manter a força muscular, aliviar a dor e prevenir complicações respiratórias e fraturas ósseas.

Os tipos de fisioterapia usados normalmente para tratar a distrofia muscular de Duchenne são a cinesioterapia motora e a fisioterapia respiratória.

Assista o vídeo a seguir com a fisioterapeuta Mirca Ocanhas com dicas de fisioterapia respiratória:

5 EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O PULMÃO | com @mircafisio

06:03 | 908.659 visualizações

3. Exercícios físicos

Os exercícios físicos leves também são indicados para evitar a atrofia muscular, sendo normalmente indicados a hidroterapia ou atividades recreativas.

4. Dieta para distrofia muscular de Duchenne

A dieta para a distrofia muscular de Duchenne deve ser feita com o consumo de alimentos ricos em cálcio e vitamina D, como iogurte, leite, espinafre, salmão, ostras, carnes ou queijo, por exemplo. Veja a lista completa de alimentos ricos em cálcio e vitamina D.

Esses alimentos ajudam a evitar a osteoporose que pode surgir devido ao uso prolongado de corticoides, sendo que em alguns casos, pode ser recomendado o uso de suplementos de cálcio e vitamina D.

Leia também: Alimentação para osteoporose: o que comer e o que evitar (com cardápio) tuasaude.com/alimentacao-para-osteoporose

Além disso, a criança com distrofia muscular de Duchenne pode ter malnutrição ou obesidade, sendo importante ter o acompanhamento do nutricionista para fazer uma dieta individualizada, de acordo com as necessidades nutricionais.

5. Terapia gênica

A terapia gênica para a distrofia muscular de Duchenne pode ser feita com o remédio eteplirsen, que se liga ao RNA e ignora o gene defeituoso, produzindo a proteína distrofina funcional.

Qual a expectativa de vida

A expectativa de vida para a distrofia muscular de Duchenne era entre 16 a 19 anos, no entanto, com o avanço da medicina e o surgimento de novas terapias e cuidados, essa expectativa tem sido aumentada.

Assim, uma pessoa que faça o tratamento recomendado pelo médico pode viver além dos 30 anos e ter uma vida relativamente normal, existindo até casos de homens que vivem mais de 50 anos com a doença.

Complicações mais comuns

As principais complicações causadas pela distrofia muscular de Duchenne são:

  • Escoliose grave;
  • Dificuldade para respirar;
  • Pneumonia;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Obesidade ou desnutrição.

Além disso, os pacientes com essa distrofia podem apresentar retardo mental moderado, mas essa característica não está ligada à duração ou à gravidade da doença.

Vídeos relacionados

5 EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O PULMÃO | com @mircafisio

06:03 | 908.659 visualizações