Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): o que é, sintomas e tratamento

DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) é um conjunto de doenças respiratórias, como bronquite crônica e enfisema pulmonar, que bloqueiam as vias aéreas e dificultam a respiração.

Foto doutora realizando uma consulta
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A principal causa da DPOC é o tabagismo, pois a fumaça e outras substâncias presentes no cigarro prejudicam o tecido das vias respiratórias, levando ao surgimento de sintomas, como falta de ar, tosse com muco e chiado ao respirar, por exemplo. Conheça outras doenças causadas pelo cigarro.

O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica deve ser indicado pelo pneumologista e varia de acordo com a doença que causou a DPOC, e pode ser feito com o uso de remédios, cirurgia ou fisioterapia, além de ser recomendado parar de fumar.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas de DPOC

Os principais sintomas de DPOC são:

  • Tosse constante;
  • Muito catarro transparente, branco, amarelo ou esverdeado;
  • Respiração rápida e ofegante;
  • Sensação de ruído ou chiado no peito ao respirar;
  • Pigarro;
  • Falta de ar durante esforços;
  • Cansaço;
  • Perda de peso.

Os sintomas iniciais da DPOC podem ser leves e até confundidos com um resfriado comum. No entanto, à medida que a doença evolui, os sintomas pioram e se tornam mais constantes devido aos danos progressivos nos pulmões.

Além disso, pessoas com DPOC podem ter o sistema imunológico enfraquecido, tendo maior chances de terem resfriados, gripes ou infecções respiratórias com mais frequência, o que pode aumentar a dificuldade para respirar e provocar maior produção de catarro, situação que é chamada de “DPOC exacerbado”.

Leia também: Dificuldade para respirar: o que pode ser (e o que fazer) tuasaude.com/dificuldade-para-respirar

Teste online de sintomas

Para saber quais as suas chances de ter doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), selecione os sintomas que apresenta:

  1. 1. Fuma, fumava ou já morou/trabalhou em lugares com muita poluição, fumaça ou poeira?
  2. 2. Sua respiração prejudica em tarefas como carregar pesos ou atividades físicas, como correr ou nadar?
  3. 3. Sente que se cansa mais facilmente do que outras pessoas da sua idade?
  4. 4. Sua respiração muda com as estações do ano, clima ou qualidade do ar?
  5. 5. Tem tosse há mais de 3 meses?
  6. 6. No último ano precisou faltar ao trabalho, escola ou outra atividade devido a resfriados, bronquite ou pneumonia?

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da DPOC é feito pelo pneumologista, que avalia os sinais e sintomas apresentados, o histórico de saúde e realiza alguns exames físicos, como verificar a pressão arterial, auscultar o coração e os pulmões.

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Além disso, o médico também pode pedir alguns exames para complementar o diagnóstico, como raio X do tórax; tomografia computadorizada; exames de sangue, como gasometria arterial; e espirometria, um exame que mostra o grau de obstrução das vias respiratórias e a quantidade de ar que a pessoa consegue respirar. Saiba como é feita a espirometria.

Esses exames ajudam o médico a confirmar o diagnóstico da DPOC, mas também podem ser usados para identificar outras doenças que possam estar causando os sintomas, como asma ou insuficiência cardíaca, por exemplo.

Possíveis causas de DPOC

A DPOC ocorre quando os brônquios ou bronquíolos dos pulmões ficam inflamados e se fecham, dificultando a passagem de ar e a respiração. As principais causas da DPOC são:

  • Tabagismo;
  • Asma;
  • Bronquite crônica;
  • Alterações genéticas nos pulmões.

A principal causa da DPOC é o tabagismo, embora essa doença possa afetar também pessoas que nunca fumaram, devido à exposição à fumaça do cigarro de outras pessoas.

No entanto, alguns fatores de risco podem aumentar as chances de contrair a DPOC, como exposição prolongada à poeira, fumaça do fogão a lenha e produtos químicos.

Como é feito o tratamento

O tratamento da DPOC normalmente inclui:

1. Parar de fumar

Para tratar a DPOC é fundamental parar de fumar para evitar que a doença piore, evitando assim a diminuição da capacidade respiratória e possíveis complicações, como infecções respiratórias e hipertensão pulmonar, por exemplo.

Embora para muitas pessoas seja difícil parar de fumar, o médico pode recomendar o uso de remédios que ajudam a tratar a dependência da nicotina, reduzindo a ansiedade ou a irritabilidade.

Além disso, grupos de apoio ou psicoterapia podem também ajudar a parar de fumar. Veja as melhores estratégias para parar de fumar.

2. Uso de remédios

Os remédios que o pneumologista pode indicar variam conforme os sintomas apresentados e a progressão da doença, mas normalmente são:

  • Broncodilatadores inalatórios, como salbutamol, formoterol ou brometo de ipratrópio, que ajudam a abrir os brônquios e facilitam a respiração;
  • Corticoides orais, como a prednisona, ou bombinhas para uso inalatório, como a fluticasona ou a budesonida, por exemplo, que reduzem a inflamação e a irritação nos pulmões;
  • Inibidores da fosfodiesterase, como roflumilaste, que ajuda a reduzir a inflamação e a relaxar os músculos das vias aéreas, facilitando a respiração;
  • Teofilina, remédio que ajuda a relaxar os músculos das vias aéreas, a melhorar a respiração e a prevenir complicações da DPOC;
  • Mucolíticos, como a acetilcisteína ou carbocisteína, pois agem deixando o catarro mais líquido facilitando sua eliminação, aliviando a tosse;
  • Antibióticos, como azitromicina ou amoxicilina, que ajudam a tratar infecções respiratórias, como bronquite, pneumonia ou gripe, evitando, assim, a piora dos sintomas da DPOC.

O uso de qualquer um destes remédios deve ser feito somente sob a orientação e supervisão do pneumologista e com doses específicas para cada pessoa.

3. Fisioterapia respiratória

A fisioterapia respiratória ajuda a melhorar a capacidade de respiração e a qualidade de vida da pessoa com DPOC.

O objetivo deste tratamento é ajudar na reabilitação da respiração, diminuindo, assim, os sintomas, as doses dos remédios e a necessidade de internação em hospitais.

Assista ao vídeo a seguir e conheça os melhores exercícios de fisioterapia para DPOC:

5 EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O PULMÃO | com @mircafisio

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4. Alimentação adequada

A alimentação adequada é fundamental para manter o peso adequado, evitando a piora dos sintomas da DPOC. A dieta também ajuda a melhorar a respiração, pois o metabolismo de nutrientes consome oxigênio e libera gás carbônico no organismo.

Durante a DPOC, é importante priorizar alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais frescos, e cereais integrais, como arroz integral e macarrão integral; proteínas magras, como peixe, ovo e frango; e gorduras saudáveis, como abacate, azeite e nozes.

É aconselhado evitar o consumo de carboidratos simples, como açúcar, biscoito, bala, bebidas açucaradas, geleias e bolos, por exemplo. Além disso, é importante evitar alimentos que aumentam a produção de gases que podem dificultar a respiração, como bebidas gaseificadas, feijão, brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas, milho, lentilha, soja, alho-poró e ervilha.

É importante sempre consultar um nutricionista antes de iniciar uma dieta para DPOC, para fazer um plano alimentar adaptado às necessidades individuais, pois algumas pessoas podem precisar perder peso, enquanto outras necessitam ganhar peso.

5. Oxigenoterapia

A oxigenoterapia é um tratamento que permite aumentar os níveis de oxigênio no sangue, que podem ficar diminuídos devido aos danos da DPOC, podendo atingir níveis muito baixos.

Esse tratamento pode ser indicado pelo médico para ser feito durante algumas horas do dia ou de forma contínua, dependendo de cada caso.

Existem vários tipos de oxigenoterapia que podem ser recomendadas pelo pneumologista de acordo com as necessidades de cada pessoa. Confira os principais tipos de oxigenoterapia.

6. Cirurgia

A cirurgia pode ser indicada pelo pneumologista em alguns casos de DPOC muito grave causada por enfisema pulmonar, quando o tratamento com remédios não é eficaz para controlar os sintomas da doença.

Essa cirurgia é feita para retirar pequenas partes do pulmão danificado, permitindo que as partes saudáveis possam se expandir, facilitando a respiração e melhorando a qualidade de vida da pessoa.

7. Transplante de pulmão

O transplante de pulmão pode ser feito se as outras opções de tratamento não são eficazes para controlar os sintomas da DPOC, pois permite melhorar a capacidade de respirar e de ser mais ativo.

No entanto, o transplante de pulmão é a última opção de tratamento da DPOC, já que apresenta vários riscos, especialmente a rejeição do órgão transplantado. Além disso, a pessoa pode necessitar tomar remédios imunossupressores por toda a vida. Saiba como é o transplante de pulmão e como é a recuperação.

Cuidados durante o tratamento

Alguns cuidados importantes durante o tratamento da DPOC são:

  • Tomar os remédios nos horários estabelecidos pelo médico;
  • Tomar vacinas, como da gripe ou pneumocócica, conforme indicado pelo médico, para evitar infecções nos pulmões;
  • Manter o peso adequado, evitando o excesso de peso e o baixo peso;
  • Ficar em posição confortável quando deitado, para facilitar a respiração, preferindo deixar a cama inclinada, se houver dificuldade para respirar;
  • Fazer exercícios físicos indicados pelo médico, respeitando as próprias limitações, para que a falta de ar não fique muito intensa;
  • Limpar as vias respiratórias cerca de uma hora antes de uma refeição;
  • Evitar bebidas alcoólicas, como cerveja, vinho e espumante;
  • Beber bastante líquidos, como água, chás e água de coco, que melhoram a hidratação e fluidificam as secreções, ajudando na sua eliminação;
  • Evitar locais com muita poeira, produtos com cheiro forte, spray de cabelo ou perfumes, que podem causar irritação ou inflamação nos pulmões e piorar os sintomas, levando à crises de exacerbação.

Além disso, é importante manter na bolsa ou na carteira um cartão com informações de que a pessoa tem DPOC, os remédios que usa e as doses, além de contatos em caso de emergência e crises de exacerbação da DPOC.

Possíveis complicações

As complicações que a DPOC pode causar são infecções respiratórias frequentes, incluindo resfriados comuns, gripe ou pneumonia, mas também hipertensão pulmonar, doenças cardíacas ou câncer de pulmão.

A dificuldade para respirar e realizar as atividades do dia a dia também pode contribuir para o desenvolvimento de depressão ou ansiedade.

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