Dor no pâncreas: o que pode ser (e o que fazer)

A dor no pâncreas pode ser causada por pancreatite aguda ou crônica, uso de remédios para emagrecer ou diabetes, traumas no pâncreas ou até câncer, por exemplo.

O pâncreas é um órgão que fica do lado esquerdo do abdome, por isso, a dor no pâncreas surge na parte superior do abdômen, do lado esquerdo e pode ser sentida como pontadas, além de poder irradiar para as costas.

O tratamento da dor no pâncreas é feito pelo gastroenterologista e varia de acordo com sua causa, podendo ser indicado jejum, alterações na dieta, internamento hospitalar ou cirurgia.

7 causas de dor no pâncreas

As principais causas da dor no pâncreas são:

1. Pancreatite aguda

A pancreatite aguda pode causar dor forte no pâncreas, afetando a parte superior do lado esquerdo da barriga, podendo irradiar para as costas.

Esse sintoma inicia-se de repente principalmente devido a pedras na vesícula, que bloqueiam o ducto biliar comum, responsável pela passagem de enzimas pancreáticas e a bile para o intestino.

Outros sintomas da pancreatite aguda são náuseas, vômitos e febre, por exemplo. Veja todos os sintomas da pancreatite aguda.

O que fazer: deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro para identificar a causa da pancreatite crônica e realizar o tratamento, que é feito com jejum, aplicação de soro na veia, e cirurgia para retirar as pedras da vesícula ou toda vesícula.

2. Pancreatite crônica

A pancreatite crônica é outra causa de dor no pâncreas, sendo que essa dor é recorrente, ou seja, melhora e depois volta.

Geralmente, a dor da pancreatite crônica é na forma de pontadas ou queimação que vai e vem, durar várias horas ou alguns dias, e piorar após uma refeição.

Na pancreatite crônica, a inflamação do pâncreas é progressiva sendo causada pelo consumo frequente de bebidas alcoólicas ou doenças autoimunes que provocam danos permanentes no pâncreas.

O que fazer: deve-se fazer o tratamento indicado pelo gastroenterologista que envolve parar de beber, mudanças na dieta e usar analgésicos ou anti-inflamatórios para aliviar a dor e, em alguns casos, cirurgia.

Além disso, é importante fazer mudanças na alimentação evitando alimentos gordurosos. Veja como deve ser a dieta para pancreatite.

Confira algumas dicas de alimentação para quem tem pancreatite no vídeo a seguir

3. Câncer no pâncreas

O câncer no pâncreas pode causar dor no pâncreas, além de pele e olhos amarelados, má digestão, náuseas, vômitos ou perda de peso sem motivo aparente.

Esse tipo de câncer é grave e, normalmente, nas fases iniciais não apresenta sintomas, que surgem à medida que o tumor afeta o pâncreas e outros órgãos. 

O câncer de pâncreas é mais comum em homens com mais de 55 anos, pessoas que têm o hábito de fumar ou doenças como diabetes e pancreatite crônica.

O que fazer: o tratamento é feito pelo oncologista e, normalmente, envolve cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, e deve ser iniciado rapidamente para aumentar as chances de cura.

4. Insuficiência pancreática

A insuficiência pancreática é muitas vezes consequência da pancreatite crônica, sendo caracterizada pela ausência de produção de enzimas digestivas pelo pâncreas.

Isso leva ao surgimento de alguns sintomas como dor no pâncreas, má digestão, presença de gordura nas fezes, fezes com mau cheiro, desnutrição e perda de peso.

O que fazer: o gastroenterologista normalmente indica a reposição das enzimas pancreáticas, pois assim é possível que o processo digestivo melhore e a pessoa consiga absorver os nutrientes necessários.

Além disso, o tratamento ajuda a evitar a desnutrição e a anemia, promovendo a qualidade de vida da pessoa.

5. Cisto no pâncreas

O cisto no pâncreas é uma bolsa cheia de líquido que se forma dentro ou na superfície do pâncreas, provocando dor, náuseas e vômitos.

Essa condição é um tumor benigno causado por alterações genéticas ou surgir após a pancreatite aguda, por exemplo.

Em raros casos, o cisto no pâncreas pode se romper e causar infecção no peritônio, chamada peritonite. Entenda o que é e sintomas de peritonite.

O que fazer: deve-se consultar o gastroenterologista que pode indicar acompanhamento regular para avaliar a evolução do cisto, drenagem do líquido do cisto ou cirurgia, o que varia com o tamanho do cisto.

Além disso, é recomendado ir imediatamente ao pronto-socorro caso surjam sintomas de rompimento do cisto no pâncreas, pois pode colocar a vida em risco se não tratado rapidamente.

6. Traumas no pâncreas

Traumas no pâncreas causadas por acidentes automobilísticos, lesões por objetos contundentes, cirurgias ou armas de fogo ou brancas, também podem causar dor súbita no pâncreas.

Além da dor, outros sintomas são náuseas e vômitos.

O que fazer: deve-se ir imediatamente para o hospital ou ligar para o SAMU no 192, pois a lesão no pâncreas é grave e quase sempre é acompanhada por lesão em outros órgãos abdominais.

No hospital, o tratamento é feito com aplicação de soro e remédios na veia, controle de hemorragia ou cirurgia.

7. Uso de remédios

O uso de alguns remédios pode causar coo efeito colateral a pancreatite aguda, e resultar em dor no pâncreas.

Alguns remédios que pode causar pancreatite são imunossupressores, corticoides, antibióticos ou remédios para o tratamento da diabetes, como liraglutida ou semaglutida, por exemplo.

O que fazer: deve-se ir ao pronto-socorro para diagnosticar a pancreatite e realizar o tratamento indicado pelo médico que envolve interromper o uso do remédio que causou a pancreatite.

Além disso, é necessário internamento hospitalar para receber soro na veia e medicamentos, para desinflamar o pâncreas e evitar complicações.

Onde dói o pâncreas

A dor no pâncreas é sentida na parte superior esquerda do abdômen e pode irradiar para as costas, e estar acompanhada de:

• Náuseas e vômitos;
• Diarreia;
• Perda do apetite;
• Má digestão;
• Sensação de barriga inchada;
• Urina escura e/ou fezes claras.

Além dos sintomas, para confirmar que a dor sentida é no pâncreas, é importante que o gastroenterologista seja consultado para que sejam indicados exames que avaliam a função desse órgão.

Assim podem ser solicitados exames, como dosagem de amilase, lipase e gama-gt no sangue, além de exames de imagem, como ultrassonografia abdominal e tomografia computadorizada.